Soneto Amor Impossivel

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SONETO DO ESPELHO DE DEUS
(ao mar de Fernando de Noronha)

Mar que reflete o céu
Colírio do triste olhar
Onde a onda faz-se véu
Na união íntima entre terra e mar.

Onde o mar tem a cor de Deus
E Deus tem a cor do mar
Que não se cansa de batizar
O paraíso no meio do mar.

De um mar que é espelho
E perpetua-se a banhar
Um arquipélago no meio do mar.

Mar de Noronha, espelho de Deus
Hei de te amar, ó divino mar
Presente que Deus nos deu.

SONETO (acróstico)

Às vezes penso num discreto amigo
Erguendo as mãos a indicar-me a estrada,
Lembrando de minha alma abandonada,
Vem dar-me a sorte de encontrar contigo.

Irei assim, seguindo sem abrigo,
Na esperança de só te ver, mais nada;
A sombra que me segue na jornada
Oculta a tua imagem quando eu sigo!

Feliz, no entanto, se encontrar-te um dia
Enfeitiçada por cruel magia,
Representando a esfinge do oriente!

Então, eu pediria ao meu destino:
Conceder-me esse dom, também divino,
E ser petrificado eternamente.

Soneto

Santa amizade, que habitar imitas
neste baixo, fingido, e térreo assento,
mas q tens por morada o firmamento
coas essências angélicas benditas.

De lá, por dó das térreas desditas
sonhosnos dás de alegre fingimento,
imitações do céu por um momento,
fugaz consolo ás regiões proscritas.

Volta, volta dos céus, pura amizade,
ou proíbe que a amável aparência
te usurpe a deslealpervercidade.

Confundida coa nobre e infame essência,
breve reverte o mundo á prisca idade;
volve o caos, é morta a Providência.

Soneto do Teu Corpo

Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem sai sem rumo prá viagem.
Vou te cruzar sem mapa nem bagagem,
Quero inventar a estrada enquanto avanço.

Beijo teus pés, me perco entre teus dedos.
Luzes ao norte, pernas são estradas
Onde meus lábios correm a madrugada
Pra de manhã chegar aos teus segredos.

Como em teus bosques. bebo nos teus rios.
Entre teus montes, vales escondidos.
Faço fogueiras, choro, canto e danço.

Línguas de lua varrem tua nuca.
Línguas de sol percorrem tuas ruas.
Juro beijar teu corpo sem descanso

Soneto à Desconhecida



Quem é essa mulher, que ao doce encanto
do olhar... do sorriso... me acalenta a alma.
E que, ao passar, meu olhar não se acalma,
querendo, buscando-a, em todos os cantos?

Quem é essa mulher que eu desejo tanto?
de gestos, de atitudes, de flertar diferentes

Soneto de Tristeza

Eu gosto de você
Como nunca gostei de niguém
Não sei se você gosta de mim também
Mais eu penso você desde o amanhecer

Ela diz que atração
Mais não entende meu coração
Ele está doente, dá e não recebe
E ela não percebe que ele só quer compaixão

Meu coração espedaça por não saber
Se um dia poderá acontecer
Algo entre eu e você

Amanhã ou outro dia
Eu nunca te esqueceria
Pois sem você não sei viver.

Acontecimento do Soneto
.
A doce sombra dos cancioneiros
em plena juventude encontro abrigo.
Estou farto do tempo, e não consigo
cantar solenemente os derradeiros.
.
versos de minha vida, que os primeiros
foram cantados já, mas sem o antigo
acento de pureza ou de perigo
de eternos cantos, nunca passageiros.
.
Sôbolos rios que cantando vão
a lírica imortal do degredado
que, estando em Babilônia, quer Sião,
.
irei, levando uma mulher comigo,
e serei, mergulhado no passado,
cada vez mais moderno e mais antigo.
.

Soneto de Natal

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, –
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca.
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

Machado de Assis
Ocidentais (1901).

SONETO DE MARTA

Teu rosto, amada minha, é tão perfeito
Tem uma luz tão cálida e divina
Que é lindo vê-lo quando se ilumina
Como se um círio ardesse no teu peito

E é tão leve teu corpo de menina
Assim de amplos quadris e busto estreito
Que dir-se-ia uma jovem dançarina
De pele branca e fina, e olhar direito

Deverias chamar-te Claridade
Pelo modo espontâneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro

E sem olhar nem vida nem idade
Me deste de colher em tempo certo
Os frutos verdes deste amor maduro.

Vinicius de Moraes
Álbum "Antologia poética"

SONETO DE 27 DE FEVEREIRO

Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor

Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário

Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais

E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

ENTRE SOMBRAS (soneto)

Ao pé de mim vem o entardecer sentar
No cerrado, a noite desce, sombreando
Vem ter comigo hora pensativa, infando
Em uma visão das saudades a lamentar

Pousa tua mão áspera em mim, causando
Nostalgias no coração dolorido a chorar
São suspiros vaporosos ecoados pelo ar
Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando

Na noite há um silêncio profundo a orar
Exalando a secura da dor impactando
No peito, que põe os olhos a lacrimejar

Eu a escuto imóvel, apático, sem mando
No vago da solidão, e me ponho a urrar
Às estrelas, que no céu voam em bando

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

PRIMAVERA (soneto)

Ah! Chegou a estação da primavera
Quimera, com seu perfume multicor
Que sejamos tal. Ah! Quem nos dera,
Assim desabrochar no botão do amor!

Pelo chão musgos, nos troncos a hera
Em cada haste, a prenda do Deus cultor
Traz à poesia cor. O belo assim quisera,
E o afável em espera, cheiro acolhedor;

Cantam os pássaros, na doce aurora
O sol então suspira, e a vida ao dispor
Cada tempo, encanto, de hora em hora;

A qual a alma da terra gorjeia chão a fora.
Nasce a primavera... e neste tenro andor:
As flores diversas, ornam a variada flora...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23 de setembro, 2018
Domingo, Cerrado goiano

MÁSCARA (soneto)

Bem sei das lágrimas na existência
Das dores ferinas no frágil coração
Onde o sangue se põe em ebulição
E a tristura traja de aflitiva aparecia

É onde borbulha em febre a emoção
Os devaneios são conflitiva essência
O peito atormentado quer clemência
E a vida chora ao se achar no chão

Nesta taça de amarga providência
O olhar no olhar, a doce compaixão
Pra ter esperança, tendo paciência

Então, da ventura fugaz, a ligação
Do amor com o amor, é sapiência
Sem máscara, pra existir a razão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer,
Jamais venha a rosa da beleza a fenecer,
Porém mais madura com o tempo desfaleça,
Seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança;
Mas tu, contrito aos teus olhos claros,
Alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento,
Atraindo a fome onde grassa a abundância;
Tu, teu próprio inimigo, és cruel demais para contigo.
Tu, que hoje és o esplendor do mundo,
Que em galhardia anuncia a primavera,
Em teu botão enterraste a tua alegria,
E, caro bugre, assim te desperdiças rindo.
Tem dó do mundo, ou sê seu glutão –
Devora o que cabe a ele, junto a ti e à tua tumba

Inserida por pinkfloyd1401

Passados quarenta invernos sobre a tua fronte,
Após cavarem fundos sulcos nos vergéis de tua beleza,
O vigor de tua orgulhosa juventude, hoje tão admirada,
Será um esmaecido ramo sem nenhum valor.
Então, ao te perguntarem onde está o teu encanto,
Onde está a riqueza de teus luxuriosos dias,
Respondes, com olhos fundos,
Que não passaram de vergonha e descabidos elogios.
Que louvores mereciam o uso de teus dotes,
Se pudesses responder: “Este belo filho meu
Me vingará, e justificará todos os meus atos”,
E provará ter herdado de ti toda a formosura.
Isto farás de novo quando fores mais velha,
E o sangue te aquecer quando te sentires fria

Inserida por pinkfloyd1401

Impossível?
A maioria das coisas "impossíveis" são impossíveis apenas porque não foram tentadas. Quanta coisa você não faz apenas por timidez ou por medo...
Você já experimentou pintar paredes? Pois, acredite ou não, não é necessário tirar "curso" (só um pouco de "confiança-em-si-mesma" ajudaria, pois confiança é o que lhe falta).
A tinta, você compra. O pincel, também. A parede, você tem. Por incrível que pareça, você é dona dos instrumentos necessários. O que falta mais? Um pouco de ousadia e vontade de se divertir. (E de economizar).

Clarice Lispector
Só para mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

Estou vivendo no mundo agora, pensou. Mas um dia terei desaparecido.
E é igualmente impossível pensar que se tem de morrer sem pensar ao mesmo tempo em como a vida é fantástica.
Não era triste que a maioria das pessoas tivesse primeiro que ficar doente para só então entender o quanto a vida é bela?

Eu só tenho uma grande ambição em minha vida,
que é entre as ambições a mais impossível e desmedida:
eu quero ser como o vento, livre, etéreo,
e nunca parar de soprar...

Porque nunca obteve sucesso naquilo que era convencional,
colocou-se a tentar fazer o impossível
- e conseguiu.

Inserida por AugustoBranco

Não existe amor impossível, o que existe são pessoas incapazes de lutar por aquilo que chamam de AMOR!

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