Soneto 12
NUME... (soneto)
(8 de março, Dia da Mulher)
Há na mulher um ser de grandeza
que é de luz e de espírito bendito
a tua criação é o divino na natureza
tua prestante alma é todo o infinito
Um mistério de força e de pureza!
Um coração em espasmo erudito
rasga-se em amor de terna firmeza
e de toda geração o melhor escrito
Deus transmite o Teu olhar por ela
cada rebento a vida em harmonia
e a Gênese do afeto em cada abraço
pois, no seio de mulher ou donzela
dela o amparo, patrona companhia!
Nume... que nunca rende ao cansaço.
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ÚLTIMOS VERSOS (soneto)
Na poesia luzente, hoje triste e fria
Onde os versos eram para a gente
Na poesia feliz, que ti trovei um dia
Para sonhar, já perece, eternamente
Achei (ia perpetuá-la) à nossa valeria
Intocada a rima de amor contundente
Aquele olhar, sussurrado em melodia
Que nos fez delirar a alma ferozmente
E doravante, chora, a prosa na solidão
Que, outrora, era de convivo tão leve
Agora, cheias de rancor e de embraço
Aquele abraço que escrevia emoção
Que trazia sintonia, e hoje tão breve
Ó inolvidável amor, desatou-se o laço!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 10’57” – Cerrado goiano
Soneto de autopostumação
Sensações póstumas devem ser reconfortantes,
pelo alívio do sofrimento de uma vida inteira,
tornando todo o peso do dia a dia uma besteira,
uma vez do outro lado nada mais será como antes...
Preocupações de outrora em vida serão irrelevantes,
parte de uma extinta realidade passageira,
meu espírito, móvel velho em que se tirou poeira;
renovado, fará de angústias e mágoas coisas distantes...
Não há medo, confio no que mereço, por tudo que fiz;
a morte é um processo natural, calmo e bem-vindo,
finalmente terei a chance de ser bem mais feliz...
Ao partir sei que a caminho do maior estarei indo,
será bom, jamais vi uma caveira com semblante infeliz,
todas espontaneamente estão sempre sorrindo.
Soneto de metamorfose
Vida de lagarta.... Total limitação...
A sina de uma existência asquerosa,
de uma condição naturalmente desairosa,
melancólica, frágil e sem opção...
Destino de incomoda sujeição,
uma vida sofrida, triste e morosa,
de uma falta de perspectivas pavorosa,
onde há apenas a morte como solução...
Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.
SONETO À SANTO ANTÔNIO
Do teu testemunho, a fé é razão
Junho é mês, do festejo contente
Dia 13, a celebração e recordação
Bilhetes de amor de toda a gente....
És Santo aclamado na comunhão
Aos casais, guardião contundente
Do canto ao alto a próspera união
- aos nubentes, cerne confidente!
Santo Antônio, Santo casamenteiro
Tão louvado. Ao colo leva o menino
Jesus... devoção no mundo inteiro!
E aqui neste soneto em prece, seja!
A minha, a tua, a nossa fé, ao Divino
E, que com Sto Antônio sempre esteja!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, junho, 15’34” – Araguari, MG
SONETO Nº2 - ABRA TUA JANELA
abra tua janela
pro sol entrar
abra tua janela
pra vida morar
na tua sala de estar
em teu peito se abrigar
abra tua janela
pra namorar
abra tua janela
pra deixar-se encantar
desde os cantos das aves
aos cantos de teu lar
ajeita aquela
pra entrar um pouco de ar
e desemperre aquela outra
que é pra brisa tocar
nesse peito que deixou esfriar
no tempo que deixou passar
abra tua janela pro amor entrar
abra tua janela pra não sufocar
SONETO Nº3 - CASAS, CASOS E CASADOS
tanta casa sem gente
e tanta gente sem casa
tanta gente se casa
e tanta gente descasa
descasa por puro descaso
casa só pra ter casa
há quem crie asa mesmo depois que casa
e quem depois de casado se encasa
casos que parecem ser de caso pensado
e acasos que de caso em caso já é casado
gente que se junta pra evitar pergunta
gente que desculpa pra esconder a própria culpa
gente que se ama mas não casa
e gente que só pra esquentar a cama se casa
tem ainda quem depois que casa tem um caso
e quem prefere o acaso a casar
mas o caso não está no casar em si
e tampouco no "se casar"
casar por casaré como sair de casa
só pra não se atrasar
ouevitar o azar
pois há casa em demasia
mas pouca casa há um lar
SONETO VICIOSO
Horas pequenas de o meu poetar
Eu nunca senti quando vos tinha
Que amargurasse a poesia minha
Em tormento e nostalgia de amar
Pensamentos ao vento, a cutucar
Versos soltos, a rima tão sozinha
Soluços nos sonetos, pobrezinha
Sensação, que o peito põe a trovar
Poética de amor, emoções acontece
Escoa no papel saudade alva e pura
Do dantes, insiste e não se esquece
Estranha inspiração, tão desventura
Por um amor, que no amor desfalece
Viciando o coração em dura candura...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 18’47” – Araguari, MG
S’ERRA
S’erra meu soneto, em rimar-vos tanto
Em verso tenso e saudoso, em vos ver
S’erra a poética inquieta, em não haver
E te ter ao lado, faz-lhe ceder ao pranto
S’erra o poeta, na lira dar-te em canto
Pra vós, e na inspiração mais escrever
S’erra cada verso, em assim te conter
É vazio, solidão, a prosa sem encanto
S’erra compor o longevo, sem apesar
De tantas vezes no engano, enganado
Faz desta ilusão sentimentos divididos
S’erra o lhano verso ao amor versejar
Que das promessas são votos cridos
Nestes erros, errar! qual o culpado? ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 11, 10’01” – Araguari, MG
Ferreirando
Soneto:Caminho
Ando em caminhos diferentes e me encontro,
Com passos firmes uns leves outros pesados
Com olhares para o horizonte, ousados.
E deixo para trás meu rastro
Obstáculos eu encontro e muito, no entanto;
Carrego força e luz sempre adiante
Apesar das dores as vezes tão presente
Tenho minha fonte de amor e afeto
Uma estrela guia me conduz
Em busca da tal felicidade
Onde todas as manhãs o sol incide
Trilhar os caminhos necessários
Desfazer dos laços apertados
Experimentar o elixir do amor sem medos
@zeni.poeta
SONETO DE AMOR
A prosa traz meu encanto, meu amor
Assim que ela versa o versar enamora
Sussurra, delira, e se esquece da hora
E a quem lê a sensação sente o sabor
Quando sai da imaginação, a compor
A ilusão é enlevada, poética, embora
A rima ao poeta seja caixa de pandora
Ah emoção... ajudai-me a dar-lhe flor
Ternura, uma ávida trova de um amar
Que nasce da sede e brota a embalar
Cada sentimento que o afeto conhece
O que ao arrebatado assim lhe parece
Aquece, e puxa a emoção pra poetizar
Pois, é a paixão no soneto a se revelar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 outubro, 2021, 18’32” – Araguari, MG
Soneto da saudade e um bilhete de uma neta saudosa pós-pandemia
Tua voz ecoa em meus ouvidos
E tua risada em minha mente repousa
Mas a canção que toca ao alvedrio
É a saudade que minh’alma magoa
Que saudade do teu abraço amigo
Que saudade da tua prosa boa
Que saudade de me estar aí contigo
E eu te falo como se falasse à toa
Pois é bobagem esse meu tom saudoso
Como se tão longe estivesse de teus braços
Quando só me basta um pequeno passo
E estarei contigo, meu avô, de novo
E te preparas que esse teu peito de aço
Que és fera, mas que conheço os pedaços
Irá suavemente me abraçar
Pois se te encontro, tão cedo não te largo
E a saudade dos dias já passados
Há de ir, para nunca mais voltar
Ps: eu chegarei na próxima tarde, anuncio antes para logo me esperar. É que já não aguento mais a saudade e não vejo a hora de ir te encontrar. Beijos e até mais, te cuida, que eu chego já.
Soneto de Amar-te!
Amo-te, não como o céu ama as estrelas ou como o sol ama a lua. Mas, amo-te, como um eterno apaixonado que ama a sua amada;
Amo-te, não como um rio que sumiu no oceano. Mas, amo-te, como um rio que se adentrou nas profundezas do amor;
Amo-te, não como um viajante. Mas, como um passarinho que de tanto amar, jurou amor;
Amo-te dentro de uma imensidão de infinitas cores que se misturou e produziram o teu aroma e sabor.
Soneto da alma
Nos olhos aparece
A verdadeira intenção
O sentimento enobrece
E vira paixão
Com seu olhar desocupado
Que não apaga e não muda,
O seu sorriso estampado
É sua mais linda curva
Não sei o que me fez gosta
De uma alma tão profunda
Tomara que isso não mude nunca
Sei que com palavras não posso provar
Mas com ações vou te conquistar
Mesmo que venha a demorar
Soneto Da janela da alma
O negro dos seus olhos
Meu lembra o vazio
Que somos seres falhos
Com um corpo servil
O contraste com o branco
Que da vida
E do sorriso que arranco
Deixando tua pele colorida
Mas no fundo vejo tua alma
Onde reclama
Pedindo menos de calma
Esse são os versos de um simples trovador
Escrevendo sem pudor
Tentando mostrar um pouco do meu valor
SONETO POÉTICO
Não mais desfruto do prazer de outrora
Do teu olhar, do teu riso, tudo desfeito
Agora em cada prosa uma dor no peito
E, em cada canto a sofrência que chora
Ah! poesia, que da alegria era um feito
De sensação e não uma agrura sonora
Era afeto, agrado, de sedutora aurora
Ó emoção, dá-me um versar com jeito
Pois, o carpindo no soneto é amargo
E tão letargo o poetizar, um embargo
Ao coração, que sonha e quer o teor
Deixai-me com o desprezo e o desdém
Na dita sorte, e no transtorno, porém,
Poético! Sempre hei de crer no amor!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 agosto, 2022, 19’47” – Araguari, MG
SONETO AO PASSARINHO
Onde tu estás passarinho
Para enviar meu recado
Que transborda de carinho
Para quem é dedicado.
Venha cá passarinho
Mas o leva com cuidado,
Não te perca no caminho
Cuida do que te é guardado.
E não te esqueças passarinho
Que isto que te é confiado
É algo como teu ninho
Puro,simples e sagrado.
Então voa passarinho
Como um cavalo alado
E entrega com jeitinho
Nas mãos do meu ser amado.
SONETO AO DIA DA MULHER
Ela é esse alguém que se faz linda
É fortaleza rígida, não à toa
É quem à vida com sorriso brinda
Ora sensível, chora e se magoa
É fonte de ternura que não finda
Mas se precisar luta como leoa
Ela tem coração de menina ainda
É flor e espinho numa mescla boa
Ela encara seus medos sem receio
hoje, ontem, amanhã ou tempo qualquer
Então duvidar dela é errar feio
E ela pode ser sim o que quiser
Porque para romper rótulos veio
Este lindo anjo em forma de mulher
...
Soneto da Saudade
Quando amamos e vivemos
Com costumes e moral
E na vida aprendemos
O que não pode ser normal
Pais e filhos são eternos
E o desprezo não perdura
Esses laços são fraternos
Ser sensato é ter cordura
Não sou apenas biológico
Sou de trato e emoção
Pai presente, etimológico
Lágrimas surgem e solidão
Podem tirar minha razão
Não me fará falta alguma
Mas me deixe o coração
O meu eixo desapruma
Meu sentimento é verdade
Que me dói até a alma
Meu soneto da saudade
Tenho força, tenho calma
Tenho filha, tenho filho
Meus anseios no papel
Um cordeiro, um novilho
Eu, Manú e Raphael
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