Somos Passaros de uma Asamario Quintana

Para obter um prazer uma segunda vez, viva uma vida honrada e boa. Pelo menos, quando pensar no passado. Continue assim no presente e vai obter mais prazeres.

Viver mais um segundo, um minuto, uma hora, um dia, alguns dias, alguns anos, é o desejo de todos que acham que tem alguma coisa mais a fazer antes do momento final. Quem não faz nada, já morreu há muito e não sabe disso.

Por mais que o caminho possa ser difícil, conviver com ele, torna-se um hábito até encontrar uma solução. Podemos nos habituar com a dor, mas nunca habituar a nós mesmos.

Mastigar mentiras é uma coisa. Engoli-las é outra. Tente outra vez.

Não peça presentes para Deus. A fé é apenas uma ferramenta pela qual você se torna alguém melhor. Se usa a fé como ferramenta de barganha, melhor repensar o que significa fé.

Não gosta de mim? Bom saber que pessoas podem compactuar de uma mesma opinião. O contrário, também é uma verdade.

Nada pior que uma mulher se comportando como um homem e querer ser tratada como uma mulher. Homem mal educado, evidentemente.

Nada mais aborrecido que uma pessoa de quem não se fala nada. Pior é aquela de quem se fala tudo.

A satisfação de nossos desejos mais profundos é uma tragédia, assim como a não realização deles. Apenas depende dos desejos.

Não gosta de mim? Que bom. Pelo menos, fora a maioria das pessoas, tem uma qualidade: é honesto. Não que vá mudar alguma coisa, mas prefiro assim.

Ninguém, em uma discussão, tem razão. Cada um está expressando o que pensa. Não existem razões a não ser aquelas que estão dentro de cada um. Se alguém imagina que "ganhou" uma discussão, esquece esse prazer efêmero e egoísta: o outro ainda continuará pensando a seu modo, muito embora possa calar-se ou deixar vencer-se. Uma característica da discussão é que raramente ouvimos o outro lado e sim o som da nossa voz. Quanto mais alto falamos, menos escutamos o "oponente". Não há pessoas iguais, há pessoas com ideias. Seria melhor sentar e dialogar e não monologar a respeito.

Quanto mais se exige de uma pessoa, mais tem que se mostrar a mesma capacidade.

As exigências pessoais que uma pessoa tem sobre a expectativa de encontrar a pessoa perfeita são inversamente proporcionais ao tempo que está sozinha esperando aquilo que anseia e não a realidade.

Nada pior que uma pessoa com o que chamam de consciência, mas a dela e não a consciência que irmana todos os seres de luz. Essas "consciências" poderíamos avaliar como puros recalques recheados de traumas particulares e são extremamentes perigosos à sanidade alheia, pois em tudo se lhes parecem conscientes e boas, mas que no fundo são apenas um pano velho e estragado de fundo para esconder o que realmente são. Isso é perverso, pois sabem o que estão fazendo. Nesse caso prefiro os sem consciência, pois há mais verdade e pureza nos seus pensamentos e atos. Preferir é uma coisa, aceitar é outra. As mentes estão cada vez mais silentes e temo pela minha sanidade ao pensar que duas coisas ruins tenham que que competir dentro de mim.

Uma grande entrada é interessante, mas melhor saber qual será a sua saída, pois dela se lembrarão muito mais. A saída te define muito mais que a entrada que protagonizou.

Ser doente não é exclusividade de ninguém. Exclusividade é achar que é exclusivo. Uma falta bem grande, pois ao se olhar sempre para si, esquece que doenças e tragédias humanas bem piores estão bem ali ao seu lado. Seria até meio injusto achar que sua doença não é nada perante a doença alheia, mas mais injusto consigo e com os outros é a excluvidade. O corpo pode fenecer, mas quando a alma fenece junto, não há grande salvação.

Duas coisas são certas: ao fazer uma lista de amigos, escreva a lápis e tenha uma borracha sempre ao alcance da mão.

Podemos ter uma boa personalidade que foi esculpida pela família, escola, religião, mas isto é o conhecido, o elemento condicionador. Somos desconhecidos de nós mesmos enquanto não nos aprofundamos no nosso próprio eu. A casca da sociedade sempre estará na superfície. Quem se observa querendo se descobrir vai constatar com muita facilidade que tem uma mente que fala muito, tentando a todo momento satisfazer suas necessidades e caprichos, mas nunca será o suficiente enquanto o cerne ainda estiver fraco para aguentar nossa própria estrutura. A mente sempre estará querendo mais. Está sempre pronta para julgar e condenar os demais, fazendo comparações sobre o certo ou errado para aquele determinado momento. Queremos ser amados e compreendidos, mas o viés da culpa quando isso não acontece é sempre jogada na sociedade da qual também pertencemos. Se somos parte construtora dessa mesma sociedade que achamos ser ré, como podemos colocar culpa em alguém ou em alguma coisa? A partir do momento que aceitamos ser parte disso que chamamos de sociedade estamos em conluio com ela. Quando nossa mente se acalma e nossos ouvidos emocionais passam a ouvir mais o que queremos de verdade, a sociedade se cala na nossa mente, passando a compreender mais nossas potencialidades e livres para atuar dentro delas.

Tem pessoas que dedicam uma vida inteira achando de alguma forma que vai mudar alguém, mas não conseguem enxergar que a única mudança que pode ocorrer é consigo mesmas, incluindo enxergar que pessoas mudam quando elas querem e não porque queremos. Violência emocional ou literal também não resolve: teremos uma pessoa moldada e não mudada.

Nunca elogie demais algo que foi feito de uma forma natural. A partir do elogio a pessoa tentará se superar cada vez mais para te mostrar alguma coisa e talvez nunca mais consiga chegar à pureza inicial. Crítica faz mal, elogio demais, conforme a pessoa, pior ainda.