Somos Ligados pelas nossas Alma
TODAS AS FORMAS DA ESCRAVIDÃO
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Desde que somos país, já estava aqui este povo,
contraparte de sua carne, de sua alma e seus valores.
O último deles aqui chegou – proibido, em contrabando.
As correntes – do mar e ferro – trouxeram-no quase ao fim
da forma antiga da escravidão.
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Talvez fosse mulher, talvez homem...
Vou supor seu retrato: porém, jamais revelado;
vou pensar o seu corpo: ferido-acorrentado.
Para nome, darei Maria,
para não dizer que é João.
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Vocês queriam canções: doce-brancas como açúcar...
Mas, do oceano que lambe as praias, eu só quero falar destas gentes:
dos males que lhes fizeram, do pouco que lhes demos, do tanto
que lhes devemos
(vou me ater, no entanto, a Maria – aos seus filhos e pentanetos
Vou lhes seguir cada passo, geração a geração).
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Deste povo, “Todas e Todos”,
todos nós temos um pouco.
Levante a primeira gota quem souber ou achar que não,
e depois disso se cale, ou se vá para a Grande Casa,
se não se sentir como irmão.
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Primeiro nasceu Pedro, já depois da Abolição.
Filho enfim liberto de Maria, quase ficou famoso
por ser primo do já célebre Operário em Construção.
Mas não encontrou trabalho,
e, por isso, roubou um pão.
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Foi linchado em via pública
por gente de bom coração,
e isso na mesma época, em que num país mais ao norte
– entoando canções patriotas – matava-se à contramão.
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Pedro, coitado, nascera
na Era dos Linchamentos.
Já longe, entregue ao rio dos tempos,
ia-se a Era Primeira – a da velha Escravidão.
Ao norte, matava-se à farta – aqui, por um pouco de pão.
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Mas então nasceu Jorge – de uma nova geração.
Chamaram-lhe para uma guerra, para defender o país
dos tais fascistas que nos queriam impor outra escravidão.
Como neto tão direto de Maria, não lhe deram qualquer patente,
mas lhe atribuíram missão: deveria buscar minas (quando fosse a folga
de ser bucha de canhão).
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Em um passo em falso, pisou na morte!
Não teve sequer a sorte – o bravo soldado forte –
de merecer uma Missa Breve, ou de ganhar um monumento
(“É um pracinha desconhecido, de fato, mas não é da cor que queremos;
o mármore que temos é branco, passemos a honra ao próximo:
eis aqui a solução”).
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Iam-se os tempos da Escravidão,
fora-se a Era dos Linchamentos,
acabara (de acabar) a Idade da Desrazão.
Abria-se novo momento: A Era-Segregação!
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Datam de então as Favelas
tão próprias para todos; mas especialmente talhadas
para os bisnetos de Maria.
E ali, no calor de um dia,
nascia o nosso João:
finalmente um João!
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Pouco sabemos dele
por falta de documentos.
Dizem que morreu das meninges
no mais duro chumbo dos anos tristes,
na época em que a doença – proibida nos jornais –
aceitava a segregação.
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Só sabemos que foi pai
do Trineto herdeiro de Maria.
Este, por falta de qualquer emprego,
e por vergonha de pedir esmola,
tornou-se um bom ladrão.
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Roubava dos ricos para dar a pobres,
ainda que nem precisasse tanto:
seu destino já fora traçado,
indiferente à profissão,
nesta Era da Prisão.
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Também ele deixou filho
– o brilhante e sábio Tetraneto de Maria –.
A vida deste bateu na trave: quase recebeu a cota!
Mas então soube que já chegava
a Era da Assombração.
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[BARROS, José D'Assunção. publicado na revista Ensaios, 2024].
O Peso Invisível
Não, não somos obrigados a estar bem o tempo todo.
Há uma expectativa de sermos o que os outros querem,
mesmo quando eles não se entregam a nós.
Buscar paz e sossego na igreja, hoje, parece uma ilusão.
A verdade se perdeu;
Agora é como se estivéssemos em uma competição de vaidades.
E quando penso em desistir de caminhar juntos,
vem o julgamento cruel,
como se o meu amor por Deus fosse medido por mãos humanas.
Cansada de provar minha fé,
quando só Deus conhece meu coração.
Ainda assim, a culpa me pesa, silenciosa,
como uma explicação não pedida,
corroendo a alma,
matando um pouco mais a cada dia.
Clamamos por socorro, todos os dias,
e, mesmo assim, a solidão nos abraça.
Mesmo na presença do Altíssimo,
o vazio não nos deixa.
Mônica Borges
Vivemos combatendo obstáculos que estão em nosso caminho, e não nos damos conta de que somos o maior.
No Natal, Deus estabelece um símbolo de recomeço. Não somos determinados por nossa história de vida, pelas ofensas do passado, pelos padrões de autoagressão que adotamos, nem pela quebra de nossos sonhos de vida. Podemos sonhar de novo o sonho de uma vida plena. Podemos começar mais uma vez. O passado não pode mais impedir que Deus transforme e renove tudo em nós.
No silêncio da noite, onde tudo parece desligado, me vem a certeza de que somos máquinas, em stanbay pra recarregar para mais um dia!
PAIXÃO ou AMOR ?
Somos seres humanos frágeis, principalmente quando se trata do coração, sentimentos, são tão complicados de se entender …
O coração prega muitas peças em nós, sentimentos são muitas vezes confusos para conseguirmos entender.
O que é PAIXÃO o que é AMOR?
Será que sabemos verdadeiramente distinguir cada um deles?
Realmente não é tão fácil assim, sempre a dúvidas e medo…
Podemos pensar e analisar um pouco sobre nossos sentimentos, claro que um ser é diferente do outro, podemos analisar cada um da sua forma do seu jeito de ser .
PAIXÃO é avassaladora, vem como um furacão ou um vulcão em erupção…
Sentimentos incontrolável pela pessoa, a paixão faz com a pessoa veja a outra com perfeição, não vemos nenhum defeito, como se ela fosse a única perfeição da face da terra.
Todos os momentos e instantes são vividos intensamente, como se não existisse mais nada ao redor.
Infelizmente com o passar do tempo, começa a voltar a realidade, para os dois, que não vivemos em um conto de fadas, sim a realidade do mundo.
Cada um tem sua vida, seus problemas, suas imperfeições, seus traumas..
Quando se acaba essa paixão e vem a realidade, que infelizmente vem a verdade. Porque vivemos no mundo real.
Se apenas é uma mera paixão tudo se acaba ali mesmo….
A diferença do AMOR, ele chega de mansinho, nada avassalador, é calmo tranquilo, com cautela.
Vai se instalando aos poucos, dando confiança, respeito, admiração.
Quando você percebe, está sendo você, sem medo de mostrar quem realmente é, sem nenhuma máscara.
Porque primeiramente antes da pessoa se tornar um companheiro, ela se torna um amigo, isso faz toda diferença…
Apenas você mostra quem realmente você é, sem medo algum.
Porque quem está do seu lado, também sem medo, está se mostrando quem é, e não te julga, pelo que você é, te aceita sabendo que o ser humano não é perfeito e ela também não é..
Isso faz com que tenham uma conexão diferente de tudo que já teve.
Sem medo, você é apenas você ao lado dela, sem medo porque ela também faz a mesma coisa…
Entre os dois não a julgamento, um aceita o outro da maneira que cada um é, com seus sentimentos, sua maneira de ser, seus traumas, mesmo assim não deixa de aceitar opiniões um do outro porque sabe que, um quer o bem e crescimento do outro.
Enfim a PAIXÃO é avassaladora, o AMOR é calmo e leve.
😍🥰❤️
Essa estranha sensação de não ser desse lugar
O que realmente somos?
Ao fechar dos olhos vamos nos encontrar?
Será possível viver, sem um pra que?
Será possível viver, sem um porque?
É individual, mas junto
Não somos sem pares
Porque?
Não somos desse lugar
"Cada movimento é uma celebração do que somos e do que podemos ser. Às vezes, precisamos apenas permitir que a música da vida nos guie."
Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.(Sigmund Freud )
Embora sejamos seres vulneráveis, imprevisíveis, instáveis... Precisamos viver como se não fôssemos o que somos, precisamos estar sempre vestidos do que precisamos ser, ignorando nossa existência para conseguir existir!
Será que a tua sombra não é da cor da minha? Você sabe, somos todos iguais. Filhos do mesmo Pai. Você sabe que a verdade não tem cor.
"Somos como livros. A maioria das pessoas só vê a nossa capa. A minoria lê apenas a introdução e pouquíssimos conhecerão o nosso conteúdo"
