Sombra
Nem sempre a Luz é bondosa,
forte demais pode cegar,
e referindo-se a conhecimento,
com uma pessoa insensata
pode ser uma arma perigosa,
do mesmo modo, nem toda sombra
é sinal de ignorância ou maldade,
às vezes, até conforta, passa tranquilidade
a exemplo debaixo de uma árvore
durante um piquenique num fim de tarde,
portanto, não seja constamente taxativo,
algumas vezes depende da intensão
e pode ser positivamente surpreendido.
Sobre os que habitam as sombras…
Há, na vastidão da vida, criaturas que não conhecem o ímpeto de criar, nem o ardor de conquistar. Sua existência se arrasta como um nevoeiro denso, alimentando-se não daquilo que oferecem, mas do que sugam de outrem. Estas almas, tão desprovidas de força para erguer a própria morada, preferem rondar as ruínas alheias, como aves que não sabem cantar nem caçar, mas que vivem à espreita do cessar de um coração.
Vou te contar sobre os urubus. Eles não possuem garras para o ato feroz, tampouco asas para o voo nobre. Não derramam sangue por um combate justo, nem se encharcam na coragem de um enfrentamento direto. Sua subsistência é a morte alheia — um banquete que não provocaram, mas que esperaram pacientemente, com olhos vazios e fixos, na esperança de que a vida, por si só, lhes conceda o que não têm coragem de buscar.
E o que dizer dos homens que se assemelham a essas aves? Há quem passe os dias não vivendo, mas observando. Seus olhos não enxergam horizontes próprios, apenas os passos titubeantes dos que ousam caminhar. Não se movem pela criação, mas pelo colapso. Não brilham, mas se alimentam da escuridão. Esperam, no silêncio de suas sombras, que o fracasso de outro lhes sirva de sustento, como se a queda alheia pudesse, de algum modo, preencher o abismo dentro de si.
Mas eis a ironia: os urubus, tão acostumados à calmaria fúnebre, tremem diante da luz e do movimento. A claridade os cega, o ritmo os desorienta. Da mesma forma, essas pessoas que vivem à margem, à espreita, só conseguem se aproximar de quem se detém, de quem apaga o próprio brilho para caber na penumbra que elas habitam.
Então, se desejas manter os urubus — humanos ou não — longe de ti, a resposta é simples: brilhe. Não um brilho qualquer, mas um que irradie tua essência, tua verdade, tua capacidade de criar, mesmo em meio ao caos. E não pares. O movimento contínuo é o antídoto para os olhos que vigiam e as mãos que esperam. Quem brilha e avança não deixa espaço para os que vivem da espera.
Pois, no fundo, a luz não apenas afasta as sombras; ela as dissolve. E o movimento não apenas confunde; ele liberta. Que tua jornada seja uma dança incessante de luz e vida, um espetáculo que os urubus jamais poderão alcançar.
Muitos ainda são reféns de vossos medos e cultivam grandes segredos. Eu não tenho segredos pois espalho tudo que vivo, com diversas pessoas, por diversos lugares e por diversos motivos, naturalmente.
A teoria da cor continuará a ser escrita até o momento que as cores vibrarem e incorporarem luz e som.
A luta das escolhas é diária, entre o finito de nós e a imensidão abrangente de todos...a chama da luz não tem sombra mas ilumina por onde passa, assim devem ser nossa bondade e generosidade anônima sem alarde, o bem verdadeiro é sempre silencioso. A única gloria de tudo que acontece é e sempre será da vida que prodigiosamente nos convida a existir.
Enquanto olhares para cima, verás a luz e deixarás as sombras do teu passado para traz. Do contrário, a sombra te perseguirá e o teu passado será sempre um fardo.
Vivemos num mesmo espaço e não temos a mesma distinção, as mesmas afinidades e os mesmos ideais. Somos diferentes em vários aspectos. Somos a sombra do oposto e definimos nosso habitat.
Os homens grandes chamam a atenção e projetam sombra, mas os grandes homens, onde quer que se encontrem, tornam-se claridade inapagável, apontando rumos libertadores.
