So quero que Fique Comigo
Quero uma dose, todos os dias, preciso de doses, quero uma dose de paciência, uma dose de bondade, dose de alegria, de felicidade, quero uma dose de esquecimento, preciso de doses de família, doses de amigos, preciso de uma dose de sorrisos infantis, e de alguns sorrisos adultos também, preciso de uma dose diária de amor, de todo o tipo de amor, imploro por doses de esperança, de crença, de fé.
(...) e nem ao menos quero que me seja explicado aquilo que para ser explicado teria que sair de si mesmo. Não quero que me seja explicado o que de novo precisaria da validação humana para ser interpretado.
Mas eu quero visitas, dizia, elas me distraem da dor terrível.
É que, mão que me sustenta, é que eu, numa experiência que não quero nunca mais, numa experiência pela qual peço perdão a mim mesma, eu estava saindo do meu mundo e entrando no mundo.
Pois é. Mas hoje eu até queria. Como quase nunca quero. Como quase nunca peço. Tentei e insinuei, mas minha força anda fraca. As circunstâncias me laceram e não me apraz esse apanhar, esse perder lugar. Não sei mesmo que caminho seguir. E o pior que nem é nervosismo o que estou sentindo, nem indignação, só paira sobre mim uma nuvem escura de fumaça e dúvida, sensação de perda de tempo, de resignação, até esperança tem me habitado nesses últimos dias. Esperança. Em mim. Irreconhecível. Ou trouxa.
Embora às vezes grite: não quero mais ser eu!! mas eu me grudo a mim e inextricavelmente forma-se uma tessitura de vida.
não quero saber quantas namoradas
que eu não descobri
silêncios e desvios que não percebi
nem quero saber
sobre aquele fim de semana que não te vi
do teu pouco caso com o meu sofrimento
de nenhum movimento a meu favor
de nenhum amor que eu me lembre
não quero saber
quantas mentiras pra me acalmar
quantos mares a navegar sem mim
que fim deram aqueles retratos
se aquele abraço era mesmo assim
não quero saber
quantos meses você me deixou
a delirar e quantos presentes me deu
sem escolher e quantos beijos foram dados
por dar
não quero saber dos requintes
de crueldade nem do momento
fatal
o que não se sabe
não faz mal
Vou experimentar tudo o que possa, não quero me ausentar do mundo.
Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você (...).
Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida — e eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu.
Mais do que querer você de volta, eu ME quero de volta, quero a felicidade nos meus olhos mirados em você.
Não posso mentir a você, não quero. Mas por favor não fantasie, menina, não seja demasiado adolescente.
Mas esse é o problema, não quero que passe. Quero ser tua, quero que você seja meu. Quero poder sempre te amar e ouvir o quanto sou amada, quero poder acordar com você me enchendo de beijo ou simplesmente acordar pra ver o quanto é lindo você dormindo. Mas do meu lado, eu quero você do meu lado. Será que ninguém entende? Tudo bem, sou bonita, legal, simpática e tem até uns carinhas legais me procurando por aí, mas nenhum deles sequer tem a capacidade de se parecer um pouquinho com você. Nenhum deles lembra seu jeito doce de encarar a vida e de me acalmar. Nenhum deles me faz rir como você faz. Agora vocês me entendem? Não quero que passe. Eu quero poder acreditar que aquela sua jura de amor eterno é verdadeira. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira que não me firam que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor.
— Ela queria outra coisa. — Que coisa? — Nem ela sabia. Repetia isso o dia inteiro: “Quero outra coisa, eu quero encontrar outra coisa”.
