Sinto falta do meu Passado

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Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles
Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Mantenha-se atrás da faixa amarela, não chegue muito perto, não acerque-se de meus traumas, não invada meus mistérios, não atrite-se com o meu passado, não tente entender nada: é proibido tocar no sagrado de cada um.

Martha Medeiros
Crônica "Não pode tocar", 2004.

Nota: Trecho da crônica "Não pode tocar" de Martha Medeiros.

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Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.

Martha Medeiros
Crônica "Saudade nenhuma de mim", 2004.

Nota: Trecho da crônica "Saudade nenhuma de mim" de Martha Medeiros.

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Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança... mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!

Não sei separar os fatos de mim,
e daí a dificuldade de qualquer precisão,
quando penso no passado.

Clarice Lispector
Gotlib, Nádia B. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Ática, 1995.

Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!

‎Eu sinto falta de ligar o celular e ter uma mensagem sua dizendo que vai dar tudo certo. E sorrir mesmo estando numa fila gigantesca para o táxi. Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.

Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha. Agora as pessoas voltaram a me irritar. Eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Eu sofro sendo assim, eu sofro porque, quando você acha mais da metade do mundo babaca, você passa muito tempo sozinho.

Ás vezes eu sinto falta até de dizer pra você que senti sua falta.

Sinto falta mesmo é de não sentir nada. Eu não sentia nada. Era tão bom.

Nasceste no lar que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras no melhor lugar que Deus poderia te proporcionar, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades; nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes e amigos são as almas que atraíste com tuas próprias afinidades.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes, são as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.
Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta, busca o bem e viverás melhor.

Francisco do Espírito Santo Neto
Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver. Editora Boa Nova

Nota: Esta mensagem, ditada por Hammed, terá sido recebida pelo médium Francisco do Espírito Santo em Reunião Pública da Sociedade Espírita Boa Nova, na noite de 06 de março de 1996. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Chico Xavier.

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Não reclames, nem te faças de vítima;
Antes de tudo, analisa e observa;
A mudança está em tuas mãos,
Reprograma tuas metas,
Busca o bem e viverás melhor,
Embora ninguém possa voltar atrás e
fazer um novo começo,
Qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim!

Francisco do Espírito Santo Neto

Nota: Trecho de uma mensagem, ditada por Hammed, terá sido recebida pelo médium Francisco do Espírito Santo. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Chico Xavier.

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O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crônica "O amor é uma doença".

Me sinto bem em não participar de nada. Me alegra não estar apaixonado e não estar de bem com o mundo. Gosto de me sentir estranho a tudo...

Sinto saudades de quem não me despedi direito, das coisas que deixei passar, de quem não tive, mas quis muito ter.

Desconhecido

Nota: Embora a autoria seja normalmente atribuída a Clarice Lispector, na verdade o trecho se trata de um híbrido, que combina elementos e excertos de Antônio Carlos Affonso dos Santos com outros, escritos por um autor desconhecido.

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Quando sinto uma terrível necessidade de religião, saio à noite para pintar as estrelas.

O jeito como eu sinto por você nunca vai mudar. É claro que eu te amo - e não há nada que você possa fazer pra mudar isso!

Amo-te como quem ama a rosa
Me aproximo
Sinto teu perfume
Rego-te
Te admiro
Mas não te tomo para mim
Pois ao tomar-te para mim
Eu veria tua beleza dissipando-se diante de mim
Faço-me, portanto, beija-flor
E beijo-te apenas
Nunca te carrego comigo
- Levo-te apenas dentro de mim...

Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. Vol. II. Mem Martins: Europa-América, 1986.
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