Sigo para o Alvo
- De que lado você está?
Diga logo, vamos lá!
- Eu vos digo sem receio,
meu caminho é o do meio...
Onde o equilíbrio está!
Por que se separar?
Se 'ce parar para respirar,
Se 'ce parar para pensar...
Se separar o joio e o trigo
Saberá que sem destino...
Servirá qualquer lugar.
Perguntei ao Tempo
Na esperança de um alento
Por favor, me diga Tempo
Quando as as coisas vão mudar?
E o Tempo se ergueu
Sua voz me estremeceu
Me fitou e respondeu:
...Apenas deixe-me passar...
"Antes do fim desse dia
A morte chega e abraça a tantos com sua foice
Ela já o perseguia antes, sua alegria foi-se embora
Doeu como coice
Agora, a morte é sua melhor amiga, nunca te abandona
Abana o rabo ao ver a dona, essa vida cadela
Eu escrevi minha história
No caderno dela à caneta"
Ela me deixou igual o Belchior em "Todo Sujo De Batom"
Patricinhas vestem Carmen Steffens, Louis Vuitton...
Mas o que ela gosta mesmo é de vestir meu moletom,
Ficar louca e beijar minha boca embaixo
do edredom
Meu coração se dividiu em irresoluta equação
Milhões de escolhas de uma única opção:
Seguir em frente sem temer.
A vida é uma irônica rainha, com as cartas sobre a mesa e o coringa na mão...
Surpresas a cada esquina, uma rua sem saída ao fim do quarteirão
Me perdoa, mesmo se eu não me arrepender
Me perdoa, se eu não souber o que fazer
Me acolha, se a vida é mais do que viver de escolhas...
Virar a página ou rasgar a folha?
Lúdicos e empíricos
Meus poemas são sarcásticos
To' sem sacos plásticos
Pra recolher os corpos
que são mortos
pelo tático
O tráfico é um mal cármico
A miséria e a violência
É um reflexo nítido
Da escravidão de Séculos
Carrapatos de gravata e sapatos
Defecam como patos na piscina de ratos
Os pobres não tem pratos, os pretos não tem pratas
Políticos tem pactos, suas almas são opacas
"Uma placa dizia "siga", mas pra onde vamos?
Se com a cegueira da rotina já não sabemos mais quem somos?