Si Mesmo
O homem verdadeiramente humilde não espera encontrar virtude em si mesmo, e quando não a encontra, não se desanima. Ele sabe que qualquer boa obra que poderia fazer é resultado da obra de Deus nele, e se é obra própria sua sabe que não é boa, por melhor que pareça. Quando essa crença se torna parte desse homem, algo que opera como uma espécie de reflexo subconsciente, ele se vê liberto do peso de viver segundo a opinião que tem de si mesmo. Pode descansar e contar com o Espírito para que cumpra a lei moral em seu íntimo. Muda-se o centro de sua vida, do ego para Cristo, que é onde deveria ter estado desde o princípio, e assim se vê livre para servir a sua geração de acordo com a vontade de Deus, sem os milhares de empecilhos que antes tinha. Se um homem assim falha para com Deus de alguma forma, lamenta-o e se arrepende, mas não passa os dias castigando-se a si mesmo por seu fracasso. Dirá com o Irmão Lourenço: "Nunca poderei agir de outra forma se me deixas só; Tu és aquele que deve impedir minha queda e emendar o que é mau", e depois disso "não continuará se torturando pelo acontecido". Quando lemos sobre a vida e os escritos dos santos, é que a falsa humildade mais entra em ação. Lemos Agostinho e percebemos não ter sua inteligência; lemos Bernardo de Claraval e sentimos um calor em seu espírito, que não encontramos em nosso próprio em um grau que sequer se lhe assemelhe; lemos o diário de George Whitefield e temos de confessar que comparados com ele somos simples principiantes, noviços espirituais, e que apesar de nossas "vidas tão supostamente ocupadas" vemos muito pouco ou nada realizado. Lemos as cartas de Samuel Rutherford e sentimos que seu amor por Cristo ultrapassa tanto o nosso, que seria estupidez sequer mencioná-los ao mesmo tempo. É então que a pseudo-humildade começa a trabalhar em nome da autêntica humildade e nos leva até o pó numa confusão de autocompaixão e autocondenação. Nosso amor próprio se volta contra nós mesmos e com grande azedume nos joga em rosto nossa falta de piedade. Sejamos cuidadosos com isso. Aquilo que achamos ser penitência pode facilmente ser uma pervertida forma de inveja e nada mais. É possível que simplesmente estejamos invejando esses poderosos homens, e desanimemos de chegar a ser como eles, imaginando que somos muito santos porque nos sentimos humilhados e desanimados.
E se você tem a capacidade de amar, ame primeiro a si mesmo, mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma derrota total, mesmo que a razão para essa derrota pareça certa ou errada.
Quando você tem mais confiança em si mesmo, você é automaticamente mais tolerante. Você tem condição de meditar de se pôr no seu devido lugar sem precisar lutar, e isso assusta os valentões.
Você é importante para outras pessoas, assim como para si mesmo. Você tem um papel vital a ser exercido no destino em desdobramento do mundo. Você é, portanto, moralmente obrigado a cuidar de si mesmo. Você deve cuidar, ajudar e ser bom consigo da mesma forma que cuidaria, ajudaria e seria bom para alguém que ama e valoriza.
Deus não pretende que o conhecimento seja um fim em si mesmo, mas sim que seja um meio para se alcançar algum fim.
A escolha definitiva para o homem, considerando que é impelido a transcender a si mesmo, é criar ou destruir, amar ou odiar.
(Erich Fromm)
Vá fundo dentro de si mesmo, pois há uma fonte de benevolência preparada para fluir se você continuar.
Você não precisa que ninguém acredite em você. Confie em si mesmo e vá à luta! Poucos querem ver o teu sucesso e muitos o teu fracasso!
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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