Shakespeare sobre o Amor Soneto 7

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O Proveito da Amizade(soneto)

O que proveitaremos nós da amizade?
A fidelidade,o valor,o sonho?
Não..amizade não se resume em felicidade
se resume em mais cisas do que suponho.

o que aproveitaremos nós da amizade?
As brigas,desentendimentos e despedidas?
Sim...amizade é viver a verdade,
se conhece um amigo nas quedas da vida.

Aprenderemos sempre mais nas dores
amigo se reconhece com o tempo
é pondo em prova,que se acha acertar.

Amizade sim tem seus valores
mas às vezes são jogados ao vento
Perdoar à tempo...isso devemos aproveitar!

Soneto da Despedida

Eu aprendo com o tempo
e tudo isso irá mudar
eu vou seguir o vento
e espero aprender a amar

Esse destino incerto
que assombra minha vida
mostrando tudo de perto
a doce e vã batalha perdida

Irei sem olhar adiante
levando apenas a saudade
como um simples viajante

Alguma coisa nessa cidade
me parece muito importante,
ou seria somente... vontade

Soneto

Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.

Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.

SONETO DA AUTENTICIDADE
(para o mestre Ariano Suassuna)

Expoente muito mais do que digno
Da alma e da autêntica cultura nordestina.
Autor duma obra que traz um brio condigno
Expresso em livros e no abrir das cortinas.

Professor... Escritor... Igualou-se aos gênios
E fez da aula, um nobre espetáculo
Multiplicando o valor de cada vocábulo
Como se todos tivessem algum irmão gêmeo.

De vigorosa identidade e analogia cultural
Porque Mateus, todavia preferiu os seus
Tal qual na história do Movimento Armorial.

Notável dramaturgo, mundialmente paraibano
Que o Nordeste há tempos vem atiçando
E o Brasil reverencia como Mestre Ariano.

Soneto do Desapego:

Encontrei-me quando te vi
Em caminhos dispostos ao vento
Por muito tentei lhe seguir
Mas deveras de vida mudar

Meu jeito me fez dispersar
Fiquei assim fora de mim
Cantado tão só por se só
Voltei a pensar em você

Será que no amanhecer
Consigo parar de sonhar
Parar de viver a ilusão?

Por mais que eu tenha razão
Só não consigo explicar
O quê me faz gostar de você

Soneto do coração

Sábio foi quem disse que o coração é involuntário,
bate quando quer, bate como um otário,
bate mais forte quando te vê,
bate somente por você.

Aperta quando estou longe,
alivia quando estou perto,
me deixa calmo como um monge,
porque perto de você está liberto.

Pelas veias segue apressado,
controlando todo meu corpo,
e meu coração ainda incontrolado.

Central do corpo, central da mente,
me entregando em emoções,
quero enterrá-lo como indigente.

SONETO DOS VINTE ANOS

Que o tempo passe, vendo-me ficar
no lugar em que estou, sentindo a vida
nascer em mim, sempre desconhecida
de mim, que a procurei sem a encontrar.


Passem rios, estrelas, que o passar
é ficar sempre, mesmo se é esquecida
a dor de ao vento vê-los na descida
para a morte sem fim que os quer tragar.


Que eu mesmo, sendo humano, também passe
mas que não morra nunca este momento
em que eu me fiz de amor e de ventura.


Fez-me a vida talvez para que amasse
e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento,
trazendo a aurora para a noite escura.

Soneto XXXVIII

Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, toda uma armada,
e estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino.
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...
_Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!

Último Soneto

Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
--- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.

Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...

Pensei que fosse o meu o teu cansaço ---
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...

E fugiste... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...

Ainda tua lembrança...(soneto)

Há no ar certo cheiro de maresia,
Na bruma, toques de irrealidade,
Na brisa, um tanto de nostalgia,
Em mim...solidão, fragilidade...

Nas ondas, um vaivém de melancolia,
No horizonte, laivos de saudade
Sentimento, que as vezes, acaricia,
Em outras, traz dor e infelicidade...

Nas pesadas nuvens, um tom cinzento,
No imenso mar, sonhos naufragados
Na branca areia, pela espuma, espalhados...

Olhar ao longe, na direção do vento,
Na alma, mágoa e desesperança,
No coração, ainda tua lembrança...

Soneto de Exatidão


Eu serei a que mais ouve do que fala,
No meu olho, não verás nem mais um cisco.
Do que guardo? ... Tenho eu chave da mala.
O que falas? ... Corre apenas por teu risco.

Quero ver-me e ver-te do tamanho exato,
Nem tu comandante, nem eu comandada.
Meu espaço hei de manter, e isto é fato,
Minhas asas não serão por ti cortadas !

Compreendo o porquê me controlaste,
E o poder que exerceste sem critério,
Me retendo qual se eu fora teu fantoche.

Eu relevo os teus enganos e contrastes,
O teu medo implodido e tão sério,
De tornar-se tão somente o meu deboche.

Soneto de um Apaixonado


Ó garota bonita
Que na rua não passa despercebida
Sua voz é feita de mel
Quando ouço, vou ao céu

Seu rosto reflete a paz
E isso faz com que eu não distancie mais
Quanto mais te amo, mais quero te amar
Você o que me faz viver e sonhar

A distancia esta me corroendo
Mas eu continuo correndo
Para que um dia ao seu lado eu possa estar

Esse é um soneto de um pobre coitado
Que por você esta apaixonado
E nunca irá te deixar.

PRIMAVERA (soneto)

Ah! Chegou a estação da primavera
Quimera, com seu perfume multicor
Que sejamos tal. Ah! Quem nos dera,
Assim desabrochar no botão do amor!

Pelo chão musgos, nos troncos a hera
Em cada haste, a prenda do Deus cultor
Traz à poesia cor. O belo assim quisera,
E o afável em espera, cheiro acolhedor;

Cantam os pássaros, na doce aurora
O sol então suspira, e a vida ao dispor
Cada tempo, encanto, de hora em hora;

A qual a alma da terra gorjeia chão a fora.
Nasce a primavera... e neste tenro andor:
As flores diversas, ornam a variada flora...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23 de setembro, 2018
Domingo, Cerrado goiano

SONETO DE MARTA

Teu rosto, amada minha, é tão perfeito
Tem uma luz tão cálida e divina
Que é lindo vê-lo quando se ilumina
Como se um círio ardesse no teu peito

E é tão leve teu corpo de menina
Assim de amplos quadris e busto estreito
Que dir-se-ia uma jovem dançarina
De pele branca e fina, e olhar direito

Deverias chamar-te Claridade
Pelo modo espontâneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro

E sem olhar nem vida nem idade
Me deste de colher em tempo certo
Os frutos verdes deste amor maduro.

Vinicius de Moraes
Álbum "Antologia poética"

Há uma primavera em cada vida
é preciso cantá-la assim florida.
(Em "Charneca em flor: sonetos – Fonte: Templo Cultural Delfos)

SONETO DE 27 DE FEVEREIRO

Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor

Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário

Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais

E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

ENTRE SOMBRAS (soneto)

Ao pé de mim vem o entardecer sentar
No cerrado, a noite desce, sombreando
Vem ter comigo hora pensativa, infando
Em uma visão das saudades a lamentar

Pousa tua mão áspera em mim, causando
Nostalgias no coração dolorido a chorar
São suspiros vaporosos ecoados pelo ar
Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando

Na noite há um silêncio profundo a orar
Exalando a secura da dor impactando
No peito, que põe os olhos a lacrimejar

Eu a escuto imóvel, apático, sem mando
No vago da solidão, e me ponho a urrar
Às estrelas, que no céu voam em bando

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

MÁSCARA (soneto)

Bem sei das lágrimas na existência
Das dores ferinas no frágil coração
Onde o sangue se põe em ebulição
E a tristura traja de aflitiva aparecia

É onde borbulha em febre a emoção
Os devaneios são conflitiva essência
O peito atormentado quer clemência
E a vida chora ao se achar no chão

Nesta taça de amarga providência
O olhar no olhar, a doce compaixão
Pra ter esperança, tendo paciência

Então, da ventura fugaz, a ligação
Do amor com o amor, é sapiência
Sem máscara, pra existir a razão

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

SONETO DO ESPELHO DE DEUS
(ao mar de Fernando de Noronha)

Mar que reflete o céu
Colírio do triste olhar
Onde a onda faz-se véu
Na união íntima entre terra e mar.

Onde o mar tem a cor de Deus
E Deus tem a cor do mar
Que não se cansa de batizar
O paraíso no meio do mar.

De um mar que é espelho
E perpetua-se a banhar
Um arquipélago no meio do mar.

Mar de Noronha, espelho de Deus
Hei de te amar, ó divino mar
Presente que Deus nos deu.

Soneto

Santa amizade, que habitar imitas
neste baixo, fingido, e térreo assento,
mas q tens por morada o firmamento
coas essências angélicas benditas.

De lá, por dó das térreas desditas
sonhosnos dás de alegre fingimento,
imitações do céu por um momento,
fugaz consolo ás regiões proscritas.

Volta, volta dos céus, pura amizade,
ou proíbe que a amável aparência
te usurpe a deslealpervercidade.

Confundida coa nobre e infame essência,
breve reverte o mundo á prisca idade;
volve o caos, é morta a Providência.