Sentado a Beira do Caminho

Momentos vulneráveis e seus motivos inventados. Como se bastasse o nada ou o próximo a ele pra mudar tudo.

As palavras só chegam nas madrugadas. Pode ser o silêncio, ou a escuridão. Abundância de inspiração, ausência de respiração.

As vezes sinto como se a alegria houvesse roubado minha capacidade de escrever.

Traçamos objetivos pra que a vida pareça fazer sentido.

Um dia eu irei fazer sentido. Não agora, ainda não.

Números são frios. Fora do contexto se tornam inúteis.

São as palavras ditas que me salvam dos momentos de vazio.

Lute para que fatores externos te influenciem somente o suficiente pra não acabar com teu dia.

O que nos mata é o que nos salva. Essa capacidade de adaptar-se a tudo...

Somos um monte de corações que quebram e são quebrados, doem e proporcionam dor.

Não vou conseguir dizer que, ao ignorar, era só medo de ressuscitar o que doeu. Eu só sei escrever...

São tantos esforços em colisão pra que ao mudar um pouco todos os dias, não deixe jamais de ser eu mesmo.

De novo me sinto tão igual a antes, chego até a perder toda esperança do depois...

São palavras claras demais, limpas demais, por isso quase sempre escondidas. Evita-se a morte alheia enquanto mata a si próprio.

O que chamamos de bom-senso habitualmente nos protege somente da superficialidade das aparências.

Concluo então que não há palavras certas. Nenhuma frase é suficiente sublime pra fazer mudar. Vou só me acostumar. São escritos inúteis.

Os primeiros momentos são os que nos fazem.

Só há sentido na felicidade prática. Do resto ela é vazia. Só se a conceitua vivendo.

Escrever as vezes parece alívio, outras condenação.

E quando estamos tão bem não tenho coragem de te dizer dos dias que não sabia o que fazer pra te ter de volta.