Sempre Precisamos de um Amigo Brincalhao

Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança com uma virtude e que disso não tire proveito.

Os bons conselhos desagradam aos apaixonados como os remédios aos que estão doentes.

Nunca a polícia terá espiões comparáveis aos que se colocam ao serviço do ódio.

Os homens são poucas vezes o que parecem; eles trabalham incessantemente por parecer o que não são.

O invejoso é tirano e verdugo de si próprio: ele sofre porque os outros gozam.

O pretexto normal dos que fazem a infelicidade dos outros é de quererem o bem deles.

São sempre desatinadas as vinganças por ciúmes.

O orgulho pode parecer algumas vezes nobre e respeitável, a vaidade é sempre vulgar e desprezível.

Sempre vimos boas leis, que fizeram com que uma pequena república crescesse, transformarem-se depois num peso para ela, depois de grande.

Os ignorantes exageram sempre mais que os inteligentes.

Qualquer povo defende sempre mais os costumes do que as leis.

A autoridade de poucos é e será sempre a razão e argumento de muitos.

Os preguiçosos têm sempre vontade de fazer alguma coisa.

O amor-próprio do tolo, quando se exalta, é sempre o mais escandaloso.

Os homens são sempre mais verbosos e fecundos em queixar-se das injúrias do que em agradecer os benefícios.

A dor é sempre menos forte do que a lamentação.

A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.

O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

Lamentamos sempre aquilo que damos aos maus.