Se eu Pudesse Pegar todos seus Problemas
Com tudo que vem acontesendo neste mundo eu posso ate falar
Mãe você e chata..Mais saberei que estarei falando mentira, por que não falo logo Mãe te amo mais que tudo.
Quando vamos à um lugar e eu te mostro o quanto podemos ser felizes, você diz que me ama, me dá um beijo e tudo está bem.
Mas quando voltamos as nossas vidas, nossa rotina do dia-a-dia e não temos tanto contato, você simplesmente esquece de tudo de bom que passamos juntos e com a tua inconsequência e achando que tudo ficará bem, bota tudo a perder.
E olhe só!!! Você conseguiu!!! Tudo agora está realmente perdido!
É como ter a sensação de que eu nunca mais serei feliz ..
que um medo absurdo toma conta de tudo que eu penso e vejo!
Sentimento de loucura, tudo tão vazio, tudo tão escuro ..
um sentimento de que não sei oque estou fazendo aqui ainda!
TINHA QUE SÊ ANSIM !
(poeta Cumpadi Caipirinha)
E agora?
Qui façu eu da minha vida sem ocê?
Custei tantu a aprendê a vivê só
Mais issu foi antis de ti conhecê
Pru quê ocê tinha que chegá
Meu coração caipira conquistá
Dispois du amô em mim prantá
Dizia me amá toda hora
Agora ocê diz que vai imbora
Se tem que ir... vai,
Mais vai devagarinhu
Pra eu me acustumá
A vivê aqui sozinho
Num vai de uma veiz
A dô vai sê maió
Vai di vagá, sem fazê baruiu
Pra num ispantá
Os pobri passarinhu
Eles tudo se acustumáru
A vê ocê mais iêu
A cuidá desse cantinhu
Que nu tempu nois se perdeu
Inté, intão, vai com Deus
Chegô o dia da dispidida
Vô mi iscondê lá nas campina
Pra num vê sua partida
Vô ficânu aqui
Comu passarinhu seim asa
Cuns bicu machucadu
E a vida seim graça
Mais num vô recramá
Tenho a companhia di Deus
Se ele mandô issu pra mim
É que tinha que sê ansim
Eu ando meio só
nessas estradas Surdas e mudas.
seguindo a direção do vento
que sempre me leva a lugar nenhum.
e entao eu volto.
e encontro de novo o porto da solidao!!
sempre tomo um navio fantasma
e navego na imensdao de um vazio,
esperando a cada momento
me ver de frente com outro navio
e a maré cada vez mais alta;
e o que me resta é só o vazio e frio!
Meu coração esfria, e o meu amor adormece.
mElhor se nao fosse assim.
minha alma vai pro fundo do meu eu
e eu,sem DIreção,
volto pro meu começo que é o fim;
No imenso do vazio e dessa escuridao.
CANDIDATA PRA CASÁ
(Tânia Mara Camargo)
Vóis suncê casa com eu?
Tenho dote de moça prendada,
Sei lavá, cozinhá, bordá,
Só num aprendi amá.
Debuio o mio, faço pamonha,
Curá e o cê precisa prová o
Meu mingá.
Sô assiada, limpinha mesmo,
As veiz cato carrapato pelas
Pernas, mais sô virge.
Sô muié da roça, pego na inxada,
Sei capiná, só num sei pegá lá.
Óia to precisando di marido,
To ficando veia,
A vizinhãça ta dizendu que vô
Ficá pra tia.
Casa com eu vá!
Cê vai sê o homem mai feliz da
Redondeza, osotro vão tê inveja.
Num precisa nem botá cabresto,
Sô potranca dereita,
Num sô dessas oferecida que usa
Saia no pescoço.
Óia moço, responde logo,
To loca pra casá
E já tenho Enxová.
(meu presente para o Poeta Caipirinha)
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Tânia Mara Camargo. 1997 – Livro – Vôo de Abiã Participação em Antologias Editora Scortecci 1997 – Volumes IV e V 1998 – Volume VI Antologias para Bienal 1998 – 15ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 19ª.Bienal do Livro/SP 2006 – 2.Prêmio Ebrahim Ramadan Poesias Brasileiras
UM CAIPIRA SORTÊRO E SANFONÊRO
(poeta Caipirinha)
Sinhá, eu num sei falá
Num tive iscola pra estudá
Nem cunsigo cum as letra
Esparramá pra iscrevê
Coisas bunitas pra ôcê
Sô um home trabaiadô sem dinhêro
Minhas riqueza posso te falá
É o fole da minha sanfona, sinhá
Com ela posso inté cantá
Tenho também uma viola
Que tamém aprendi no oiá e escurtá
Cun eles posso inté tentá
Uma vida nova nois começá
Mais sinhá, num quero uma arventura
Só ficá cum as luz da lua
Nem se aproveitá das escuridão
Pra ficá brincano cum as mão
Quero se casá cum vois micê
E seu home sempre sê em toda hora
E nas estrada vamo a vida levano
Puxano o fole e chorano a viola
SONHEI COM A SINHÁ!
Pur mais que eu pense
Que sinta e que se fale
Tem sempri arguma coisa pra dizê
Pur mais que os mundu dê vortas
Rudiando o Sol, vem a danada da lua
Si mi enloquecê
Nas noiti passada
Ocê veio mi vê, sinhá
Nas noiti passada
Sonhei cum ocê, sinhá
Ó Lua luada
Nu céu istampada
Dê licença que queru durmí
É pruquê to torceno pra na madrugada
Ela se arresorve aparecê
Nas noiti passada
Ocê veio mi vê, sinhá
Nas noiti passada
Sonhei cum ocê, sinhá
Ó minha sinhá
Que promessas me dá
De quando aqui chegá
Me amá pra valê
Eu vô ti esperá
Mais agora vô se adeitá
E se aprepará
Que ocê vai novamenti aparecê
Nas noiti passada
Ocê veio mi vê, sinhá
Nas noiti passada
Sonhei cum ocê, sinhá
Inté! Sonhandu com ocê todo dia!
Joca, seu poeta caipirinha, babano de amô!
E de sodade!
SOZINHU I SEM CARINHU
Ficu aqui nu meu sertâo
Sozinhu i sem carinhu
I guanu a noiti veim
Eu chóru baxim
Soluçanu cum as solidão
A lua quânu si achêga
Derramânu sua luiz
Si dismancha tudinha
Ao vê minhas tristeza
Qui nas noite inté reluiz
To aqui sozinhu
Nessi mundão
Oianu ao longi essa imensidão
Ah! Solidão qui martrata
Tantu esse solitáru coração
Intão, sinhá Mariquinha
Óie pra essi seu Caipirinha
Que fica ancim tão sozinhu
Esperanu por essa doci minina
Vô ti mandá meu retrato
Pra se vê se tudo dá certo
I ocê intão se arresórve
Casá mais ieu di uma vêiz
Inté, intão!
E fique logo boazinha!
Mariquinha du coração!
AINDA QUERO SI CASÁ
Muitus passus eu dei
Pra incontrá uma sinhá
Que pudessi mi amá
E mais iêu se casá
Mais num tive sorti
De uma cabrocha incontrá
Pra nois dois si incantá
E da vida se aproveitá
Intão tô aqui
Sozinhu e seim carinhu
Quero logo uma cabrocha incontrá
Pra morá mais iêu nu meu cantinho
" Eu nao procuro as letras, sao elas que me procuram a mim..." Mafalda de Albuquerque in Remoinho de Emoçoes
Hoje eu vou mudar
vasculhar minhas gavetas
jogar fora sentimentos
e ressentimentos tolos
deixar de ser menina
pra ser mulher....
porque eu sou assim...... eu mereço isso... será um punidade?!..
eu sei que errei... mas todo mundo erra... todo mundo merece uma segunda chance....
EU COMIGO MESMA
Estou começando a me acostumar comigo mesma.
Acho que já não sei mais viver sem mim. Falo comigo em voz alta, me repreendo quando penso que o que fiz não foi tão certo assim, respondo minhas próprias perguntas, concordo e discordo com a outra, que sou eu. Ou será que é maluquice o que eu faço?
Não vivo sozinha, mas moro sozinha, talvez pela primeira vez na minha vida, porque agora isso esteja me parecendo uma coisa definitiva, embora saiba que para sempre é tempo demais.
Quando entro no meu apartamentinho de solteira, sinto meu cheiro no ar e gosto dele. Meus chinelinhos estão lá, de prontidão, esperando meus pés cansados das caminhadas do dia e do sapato apertado. Alívio! Meu computador exibindo como pano de fundo a minha fotografia, me recebendo com aquele sorriso aliviado, me dizendo “oi”, que bom que você chegou. Como foi seu dia? Há, e a minha cama, sem uma dobrinha, tudo no lugar. Decido o que vou fazer: navego na internet ou assisto televisão? Também tenho aquele livrinho que está pela metade, o café com pão novinho que trouxe da padaria da esquina. Lembro dos meus amores e penso em ligar, mas é cedo ainda. Papo no telefone é melhor mais tarde quando já se pode dar boa-noite. É, tenho amores e sei onde eles estão. Logo ali ao alcance da minha saudade. Só preciso saber se está tudo bem, dizer que os amo e que hoje minhas pernas não doeram, que eu acho que vai esfriar e que se agasalhem no dia seguinte antes de saírem de casa.
Ando pela sala e lembro que esqueci da molhar minhas plantas. Nunca tive muito talento para cuidar delas, mas estou me esforçando. Fiz uma espécie de cronograma de rega segunda, quarta e sexta. Já assimilei como compromisso de rotina e, por enquanto está funcionando. Em troca elas me brindam com oxigênio mais puro e embelezam o ambiente. Depois eu, meu café passado na hora como eu gosto, a novela, meus e-mails. Eu comigo mesma, solitude sem solidão.
Que bom! Estou me acostumando a viver com essa pessoa que eu nem sabia que existia a um tempo atrás. Não tem ninguém para tirar meus óculos quando adormeço no sofá, mas também não há ninguém para me dizer que ronco nem para me pedir bife com batata frita justo na hora da novela ou de telejornal ou que está sufocando com a fumaça do meu cigarro e que eu vou morrer de câncer no pulmão.
Há como é bom acordar pela manhã e não precisar correr para o banheiro, desamassar a cara e esconder aquele cabelo de quem parece ter passado a noite na ventania, não ver roupa espalhada pelo chão, vaso cheio de xixi além de não ter que suportar o mau-humor de ninguém.
Delícia das delícias. Conviver comigo mesma é repartir com essa chata que habita em mim as poucas coisas que conquistei. .É bom conviver com quem a gente sabe o que pensa, que não nos enche a paciência e isso só se consegue quando se mora sozinho. Egoísmo, individualismo, ranzinice? Pode ser, mas é uma alternativa para se ter um pouco mais de paz e sossego. Não se precisa abrir mão da família, dos amigos e até de um romance, mas quando se chega na fase do repouso, quando cessa a adrenalina e já se cometeu todos os desatinos a que se tem direito, pode-se tirar proveito da mansidão e do aconchego da nossa própria companhia, desse momento sereno, sem as ansiedades desnecessárias e desgastantes. Pura conquista. Difícil, mas possível.
Entretanto há que se ter cuidado. Nunca se sabe quando seremos atacados pelo vírus da solidão. Ele não desiste de nos fazer voltar a sermos caçadores de emoções perigosas.
Eu teria gostado de descansar contigo à sombra dos igarapés perto do arroio. Terámos trocado beijos suados e ficaríamos arranhados pelos espinhos das rosetas . Seria para ti minha primeira gota de sangue.Se eu pudesse reescreveria nossa história.
Eu sofro em silêncio.
As lágrimas custam a cair pela minha face.
Sinto-me morto, sem poder fazer nada com a minha vida e com o que está acontecendo nela.
O grito de dor fica preso dentro de mim, sito-me uma bomba prestes a explodir.
A vida fica mais difícil, dia após dia.
Tudo o que desjo é sair desse inferno e ser feliz.
Apenas, ser feliz!
O melhor de tudo é que o amor acontece naturalmente...e se eu tiver que ficar só...qual o problema?!
Não serei único...
Eu sonhei com dias melhores.
Eu sonhei que estaríamos juntos para sempre.
Sonhei que nada nem ninguém iria nos separar.
Sonhei que nosso amor estaria vivo para sempre.
Mas nem sempre nossos sonhos se realizam.
E você é um desses sonhos, que eram lindos mas que não se realizaram.