Se eu Fosse Algum Rei
Eu, que já fiz tanta questão de ter alguém do lado, parei de implorar continuidade. Entendi que importância e atenção não se impõe, que consideração é algo raro, e por isso, não se cobra de ninguém. Tem aquela hora que, finalmente, a ficha cai e a gente percebe que desinteresse é normal. Ninguém é obrigado a permanecer na sua vida apenas porque você a ama muito. Parei de prolongar conversas só pra sair do tédio. Prefiro meu tédio rotineiro do que mendigar atenção de quem quer que seja. Sei lá, perdi o interesse. Entendi que quem quer ficar, fica, não precisa a gente ficar pedindo. Quem quer ficar, faz um esforcinho pra ver a gente bem. Quem não quer, lamento, mas tem tanta gente no mundo querendo, de alguma forma, está perto da gente. Vai, abre esse coração aí, deixa de prender, por carência, quem não quer ficar. Entenda que amor não é sinônimo de continuidade.
Eu sei que esperando aqui
nada que eu espero, vem
Porque nada que se espera
vale a pena
Tudo que você acaba esperando
quando vem, vem com expectativas já criadas
e não existe nada pior que criar expectativas
Estou saindo de tudo que você acha certo
porque o meu mundo físico, é o mesmo que o teu
mas o meu mundo, não é o mesmo
Ainda que eu viva no beco dos sonhos
eu durmo numa cama macia
Ainda que eu durma na cama da calçada
eu vivo no beco dos sonhos
Estou saindo de tudo que você está preso
porque não existe corrente que prenda o pássaro que existe em meu peito
Nem mesmo as gaiolas que vocês todos me compraram
Não me contento mais
com cigarros depois da foda
nem com palavras que não condizem com atos
Estou partindo de encontro a mim mesmo
e não há medo
e não há sonho que seja inválido
ou impossível
ou inesperado
ou mal recebido
pra um coração cheio de sofás - e não camas
Porque não existe cama em que eu durma por muito tempo
nem mesmo as que vocês todos me compraram
Estou saindo de tudo que você está preso
porque não existe corrente que prenda o pássaro que existe em meu peito
Nem mesmo as gaiolas que vocês todos me compraram.
Um dos maiores medos que eu já senti foi o desespero, ele provoca no seu mais intimo as sensações de agonia, descontrole mental, dores emocionais e perda de fé e por fim um pavor e o descontrole físico.
Eu olhei para todas aquelas palavras saindo da minha boca e tudo me parecia familiar. Cada palavra. Cada uma delas. Foi aí que me dei conta de que já as havia escutado antes. Eram todas suas. Te pertenciam. Todas aquelas palavras que quebraram meu espírito estavam quebrando o espírito de outra pessoa agora.
A lógica em torno do conflito de interesse é a seguinte: se eu não fizer o que deve ser feito; se não der o que deve ser dado; não me abstiver do que é proibido; serei punido? Como?
Hoje estou no tédio
Mas nem sempre foi assim
Antes eu não tinha tempo pra nada
Mas hoje, Nada tem tempo pra mim.
E daí se o motivo pelo qual eu quero chorar não é para tanto? Você diz me amar e sugere que eu deveria ter um motivo relevante para justificar minhas lágrimas? Tenha dó! Melhor falando acho bom você ter todas as outras notas musicais também, haja vista que com uma nota só não se faz boa música. Quero e vou chorar, porque desde onde eu me conheço eu costumo fazer tudo que eu tenha vontade, óbvio que desde que não esteja prejudicando ninguém.
Não me arrependo de nada que eu fiz e sim daquilo que perdi a oportunidade de fazer pelos mais variados motivos. Fica-se com a sensação de algo perdido, como se faltasse alguma coisa sempre. Pior ainda é a sensação de que nunca mais vai acontecer a mesma oportunidade. Pensamos demais, fizemos de menos. Coisa triste.
A verdade é que eu nunca soube dizer não para as minhas emoções. Só me dava conta dos riscos que estava correndo depois de atropelar tudo na busca do que fazia o meu coração pulsar diferente.
Quem eu era, quem eu sou.
Quem eu era, me consumia
Quem eu sou, transmite energia.
Quem eu era, não me permitia
Quem eu sou, me permite alegria.
Quem eu era, tava perdido
Quem eu sou é decidido.
Quem eu era andava sozinho
Quem eu sou, Deus me acompanha no caminho.
Quem eu era, a magoa andava ao meu redor
Quem eu sou, só quer saúde paz amor e só.
Quem eu era, vivia da palavra desiste
Quem eu sou, se não acertar persiste.
Quem eu era, andava triste
Quem eu sou, sorrir até dos momentos difíceis.
Quem eu era, parecia obsoleto
Quem eu sou, faz parte de um plano perfeito.
Quem eu era, não existia
Quem eu sou existe, e vive cada minuto do dia.
Primogênito
Naquele dia, eu soube que você iria. Meu filho primogênito fruto da minha alma e não do meu ventre.
A dor dentro de mim se emergiu, o vazio se instalou e uma adaga afiada meu peito rasgou.
Mais uma vez me vi de volta à escuridão, perdida em lágrimas cortantes, sem rumo, sem direção.
Em questão de segundos minha felicidade cessou, meu sorriso perdeu o encanto e a angústia reinou.
Pela última vez, acalentei seu corpo agora desfalecido em meus braços. Para mais vez sentir o formato do seu corpo, embriagar meu olfato com seu cheiro e perder meu olhar em cada centímetro do seu rosto, guardando o máximo de detalhes seus.
Meu bebê, meu Lord, meu filho!
Quem enxugará minhas lágrimas agora que você se foi? Quem acalmará meus medos? Quem trará luz para minha escuridão?
São tantas as perguntas que chegam a ecoar em meio a minha solidão, tanta dor e nenhuma cura. Afinal, existe cura para o coração despedaçado de uma mãe?
A dor é infinita, não acaba nem diminui, encontro meu consolo nas cartas sem destinatário que lhe escrevi, nas poesias que lhe dediquei, na marca que em meu corpo deixei.
Mas é na imensidão do universo, na busca da estrela mais brilhante do céu que encontro seu olhar refletindo no meu.
Presa à Solidão
O quarto é grande, vazio, apenas eu e um relógio em minha frente. Estou presa, acorrentada pelos pés e pelas mãos à solidão.
O vazio rasga meio peito, corrói minha alma, mata meu orgulho e me desfaz em lágrimas.
Lágrimas mistas de pena, ódio e dor. Lágrimas indevidas, sujas pela vergonha e incrédulas de a que ponto cheguei.
Olho ao meu redor e estou só, perdida no vazio dos meus pensamentos passados, lembranças que já não importam mais.
De repente estou na rua, em meio à multidão, mas ainda me sinto só, estou só. Em um instante, o mundo para, as pessoas somem, os pássaros calam, as ondas se acalmam e o silêncio reina.
É possível ouvir minha própria respiração, as batidas do coração, até meus cílios se chocarem ao piscar os olhos.
Parece único, fenomenal, mas imagine isso tudo dentro de você sempre.
Assim é a Solidão, uma sala fechada onde ninguém entre e ninguém sai, não existe nada além de mim, presa as amarras, em pé no meio da sala com o olhar perdido, ouvindo apenas as badaladas.
Um relógio que não marca as horas, mas sim a vida. A minha vida e percebo o quanto tempo ainda me resta para sobreviver amargurada na solidão que me foi concedida ou talvez escolhida.
Não há como escapar, por mais que se livre das amarras, o vazio mora dentro de mim.
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