Saudades do Amigo de Infancia
SONETO AO PÉ DO PEQUI
O fado ao pé do pequi, no cerrado
pôs-me a ouvir e um soneto narrar
estórias que eu não podia imaginar
e que fez da gratidão o meu agrado
Era o destino me propondo reciclar
pra me tirar do espírito aperreado
do fútil que estava acorrentado
me dando a chance doutro lugar
Sim, ai eu pude então ser evocado
qual a terra prometida, vim me achar
na eterna busca de ser encontrado
De filho pra pai, pai me vi no olhar
então na compaixão fui anunciado
e entendi o doce sentido de amar...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ao meu velho pai
CERRADO NUM SONETO
Bendito és tu, cerrado de cascalhos
que em tuas ramas o belo derrama
num céu imenso e cheio de drama
de exóticas flores e tortos galhos
Escancaraste a janela num monograma
dum horizonte rubro e de secos borralhos
num contraste de luz e sombra em talhos
que a admiração esculpe num panorama
Bendito sejas tu, trançado em retalhos
de relva rastejantes que no chão flama
refrescantes nascentes, e áridos atalhos
E do seu sol poete, poemas declama
ipês florescentes e avoengos carvalhos
que encenam vida, e a vida proclama...
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
Cerrado
...do seu sol poete, poemas declama
ipês florescentes e avoengos carvalhos
que encenam vida, e a vida proclama...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
TANTO (soneto)
Que importa, oh sonho! Se sonhei tanto
Se por ti, tanto e mais tanto, estou aqui
E hoje, pra não ver os olhos em pranto
Vejo o tanto de estórias que eu escrevi
Agora são meus fados, cheios de encanto
Dum destino intenso, que sonhei, e vivi
Se truncados, me foi tanto, que são canto
Cantando tanto, que tanto não esqueci
Se o passado se esvai, o futuro no entanto
É presente na minha felicidade, entretanto
A saudade dói, de não tanto, ter tanto mais
Portanto, o milagre de se ser, eu aprendi
Foi tanto amor, que nele eu tanto construí
E estes tantos na alma, nunca são demais
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ALGO MAIS (soneto)
Eu queria ir além, algo mais que quimera
algo que me abrase, que me punge, arda
e não só consuma o íntimo que acovarda
mas que tirasse o desejo da eterna espera
Queria deixar a alma no tempo acordada
Para ter vivido algo mais, mais primavera
Sem amargar solidão, sem poesia parda
Ou tão pouco, a alegria em uma cratera
Eu queria ter algo mais que um lamento
Queria lembrança de um beijo tatuado
Um olhar eternizado e não de momento
Com tão pouco de mim, e o poetar calado
Eu queria algo mais, sem um sangramento
Dum amor que não tenho... e não só desejado!
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
31 de outubro,
DIA DO POETA VIRTUAL...
e nascimento do poeta maior Carlos Drummond de Andrade.
Saudações!
O VERBO POETA (soneto)
Sem metáforas, conjuga-se, o amor
Na oração tudo há, perfeito infinito
Varia nas flexões, e nunca restrito
Na alma, no olhar, soma esplendor
Das conjunções, és o verbo bonito
Nas ordenações, é a junção maior
Regulares e irregulares, num alvor
O poeta, então, grifa o seu escrito
Se a favor, ledices, também há dor
Do verbo amar, o poeta não é finito
Vai além da "sofrência", e do ardor
De qual verbo então é o poeta? Dito:
É o do sonhador. Pois neste condutor
Sabe cantar: quimeras com espírito...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DUM AMOR
Aos olhos surdos, estás ainda, presente
No silêncio do cochicho, tua voz é canção
Meus versos mudos, ainda assim, emoção
E aos ouvidos, o teu vulto nunca ausente
Arrastar-me-ia, se coxo, até a exaustão
Pra ter-te em minhas palavras vorazmente
Qual tal aragem arrefecendo inteiramente
A afeição, a inspiração e o meu coração
Sem sentidos, eu te sentiria novamente
Circulando loucamente na recordação
Qual miragem num perfume languente
E sucumbido, ainda assim, em devoção
Ao teu nome, na alma eu bem contente
Versejaria e te poliria com doce exatidão
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
Vidão
Ramerrão na estrada
De chão cascalhado
Casas na beirada
Na beira do cerrado
Passa lento a lentidão
Devagar que dá canseira
O vento sopra mansidão
No cerrado de lombeira
Pasmaceira de vidão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca
Luciano Spagnol
Poeta mineiro do cerrado
Palavras ainda presentes
Madrugadas sem estimas
Tantas vezes choradas
Na solidão das lágrimas
No leito ficaram caladas
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Corações que reciclam se diferem dos que descartam, assim como uma alma que ama é mais sublime que a indiferente!
Minhas lágrimas não provam nada para quem ignora seus motivos. Por isso eu prefiro chorar somente na presença de Deus. Pois minha dor precisa de cura e não de platéia!
Julgar pelas aparências é temerário. Avaliar com base no que se ouve não é seguro. Lembre-se: Satanás era um anjo e Judas era um amigo!
Não há nenhuma forma de beleza que supere o encanto de uma pessoa que não mascara suas imperfeições!
O que me faz acreditar que conheço profundamente todas as mulheres é justamente o fato de amar uma só por toda minha vida!
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