Saudade Sufoca

A saudade vem como as ondas do mar nas inquietantes idas e vindas; vem como a chuva que cai, engrossa, estia, mas noutras horas volta; vem como o vento que sopra e põe as coisas em desordem...

É uma saudade que se apodera, que toma conta, que me rouba espaço, que me inquieta, que me incomoda, que congela meu tempo, que invade o peito, que acelera o coração!
É uma saudade que traz brilho nos olhos, mordidas nos lábios, arrepio no corpo, suor nas mãos, água na boca, frio na barriga!
É uma saudade que enlouquece, que enobrece, que maltrata, que cura, que dói.
É saudade que me deixa no pó, que me leva até as nuvens, que me ergue, que me devora, que me constrói!
É saudade que tem gosto amargo, que adoça, que salga, que tempera, que tira o gosto de tudo!
É saudade que me enche, que me esvazia, que me dá paz, que me tira o sossego!

É saudade! É ausência! É sua existência! É sanidade! É loucura!

É este vazio que quero que você preencha!
É você... É TUDO em você!
É única e exclusivamente, VOCÊ!
Que por ser uma pessoa imensamente grande, cabe aqui dentro deste ser tão pequeno e deixa essa saudade que não tem tamanho...

Quem sente saudade de verdade, corre atrás.
Quando a saudade é maior, o barzinho com amigos torna-se fútil, o "Esquenta" na tv torna-se frio e indesejado, o almoço com amigos, ah... este sim se salva e é preciso mas, às pressas, quente ou mal cozido.
Quando existe saudade, um simples torpedo vira uma explosão.
Quando tem saudade, tem pressa.
E só um abraço pode salvar seu dia.
E como disse o poeta:
“Matar a saudade com mensagens é tão eficaz quanto matar a sede com água do mar...”

Se saudade coubesse no bolso, eu não me arriscaria em guardá-la, pra não ter que levá-la pra todo lugar.
Saudade não tem volume, mas tem um peso enorme...

penso que nenhum espelho reflecte de verdade o que somos mas, reflecte a saudade do que fomos...

a saudade é espelho onde com o olhar embaciado, miro a outra que se perdeu de mim..

A saudade fere o peito, quando a madrugada chega vazia...é como se o mundo ruísse...

presa por um fio à tarde, encosto a cabeça à janela e logo uma saudade escaldante me assedia com ébrios sonhos e rubras fontes de amor para onde o meu coração se desloca...

a recordação se aviva agora, e a saudade dá conta das minhas mãos que vão escrevendo a alquimia do passado, quando eu era ave saltitando de ramo em ramo

espelha a luz abençoada, que saudades, que saudade já ela em mim
não cabe!

⁠sinto-me triste, vontade ...
espera-me aí que já vou ,
liberta de mim a saudade
q' em meu coração ficou.

⁠a vida é uma luta que procuramos levar de vencida, com ela já depois de meio, a saudade ganha raízes e cresce trazendo a emoção do caminho andado

quando imploro à mente pelas recordações, chega-se a mim a alma da saudade que preenche o meu vazio...num gesto de bondade

cheira a mimosas e o aroma cabe-me na lembrança... e por um fio, o arrepio fica preso, a uma saudade que é continuidade do sonho de sempre...

porque a saudade nunca chega a morrer, e apesar de ser grande a vontade de viver, a morte me virá buscar e a vida me há-de chorar...

abre-se a manhã com um arrulhar de rolas,na noite deixei as estrelas e a saudade que crepitava no coração, deixei-me de desvarios. já não me sei, perdi o tempo de saber de mim...

a saudade amanhece no meu pensamento e no peito nascem brancas madressilvas, deixa-me o coração a latejar... o corpo sente um vivo calafrio... enquanto arde meu sangue, ao lembrar a razão do meu pulsar.

porque és saudade...ergues-te contra o tempo numa harmonia longa, acreditando que a morte é teu único destino...

sucumbo ao abraço dos teus braços, quando acontece, nasce mais um poema de saudade...

o sentimento saudade é toada batendo na porta do coração e nos deixa melancólicos como a cinza do anoitecer...