Saudade é uma Casinha
A saudade não tem nada de trivial. Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não. É um sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para nós, e é ao mesmo tempo um sentimento incômodo, porque acusa a ausência, e os ausentes sempre nos doem.
"Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi."
Quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.
Eu vou para cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu nem sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. (…) odeio todos os amores baratos, curtos e não-amores que eu inventei só pra pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar e mais ainda a dor que vem depois dos dias entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade.
Ela estava triste. Não era uma tristeza difícil. Era mais como uma tristeza de saudade. Ela estava só. Com a eternidade à sua frente e atrás dela.
Não fosse amor, não haveria desejo, nem medo da solidão. Se não fosse amor não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você.
De repente toda mágica se acabou e na nossa casinha apertada
Tá faltando graça e tá sobrando espaço
Tô sobrando num sobrado sem ventilador
Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu
Coração que inda vem me perguntar o que conteceu
Conta se seu rosto por acaso ainda tem o gosto meu
(A Bailarina E O Soldado De Chumbo)
Crônica de Minha Infância
Já fui casinha, fantasias e bonecas.
Mãe, jornalista, advogada e atriz.
Chocolates, biscoitos, chicletes... também patins, bicicleta e cicatriz.
Amiga, irmã, namoradinha e vilã.
Danada, sapeca, serelepe, também dissimulada e esperta.
Morria de medo de ser analfabeta.
Também já fui medo, choro e receio,
porém, tudo superado com aulas, professoras, sobretudo amigos amáveis e recreios.
Desenhos, chaves, histórias?
Branca de neve, a bruxa e toda aquela armação...
Ursinhos carinhosos, Power Rangers, sempre atenta à programação.
Viagens, família e aventuras.
As férias de dezembro, nas casas das avós...
Nada de ditadura.
Mas nem tudo é perfeito,
já fui hospital, asma e internação,
médico, jaleco branco, total aversão.
Às três da tarde como posso esquecer,
eu, papai, meu irmão e a TV...
de todos os compromissos, esse era o mais gostoso
historinhas, perguntas sem fim... e sempre um lanchinho delicioso.
Às quatro da tarde um momento chatão.
mamãe, livros e cadernos.
meninos, hora da lição,
enquanto isso, nosso super-herói voltava pra mais um plantão.
Dos momentos mais felizes da vida,
impossível não lembrar da infância bem vivida,
papai, mamãe sempre sorrindo, Deus sempre presente,
familia superunida.
Às cinco da tarde, hora do banho,
a minha amizade com Jackeline não tinha tamanho,
embora ela sempre alimentasse seu sonho estranho,
ser enfermeira somente de fanhos.
Aos 6 anos um sonho realizado,
finalmente havia ganhado um gato,
pula daqui, pula dali e finalmente pulo em cima...
tadinho do gato, precocemente foi para o andar de cima.
Meu primeiro drama.
"Um sábio passeava na floresta com seu discípulo. Avistou uma casinha pobre, aos pedaços. Nela moravam um casal e três filhos - todos mal vestidos, sujos, magros e aparentando subnutrição.
O sábio pergunta ao pai da família:"- Como vocês sobrevivem? não vejo horta alguma. Não vejo plantação alguma. Não vejo animais."
O pai respondeu: "- Nós temos uma vaquinha que nos dá alguns litros de leite por dia. Uma parte do leite, nós tomamos. Outra trocamos na cidade vizinha por alimentos e roupas e assim vamos sobrevivendo...".
O sábio agradeceu e saiu novamente pelo caminho. Logo em seguida, o sábio avistou uma vaquinha e ordenou ao seu discípulo:
"- Puxe aquela vaquinha até o precipício e a empurre precipício abaixo!"
Mesmo sem compreender a ordem, o discípulo a cumpriu - empurrou a vaquinha no precipício! E ficou pensando na maldade do sábio em mandar matar a única fonte de subsistência daquela pobre família. Aquilo não saiu da cabeça do discípulo por muitos anos.
Alguns anos depois, passando pela mesma região, o discípulo lembrou-se da família e do episódio da vaquinha. Resolveu voltar àquela casinha e ... surpresa!!!
No lugar da pobre casinha havia uma bela casa. Um pomar ao redor. Várias cabeças de gado. Um trator novo. Na porta da casa avistou o mesmo pai - agora bem vestido , limpo, saudável. Logo apareceram a mulher e os três filhos - todos bonitos e aparentando saúde e felicidade!
Quando o discípulo perguntou a razão de tanta mudança nesses últimos anos, o pai da família respondeu:
"- A gente tinha uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Sem vaquinha a gente teve que se virar e fazer outras coisas que nunca tinha feito. começamos a plantar, criar animais, usar a nossa cabeça para sobreviver e daí a gente viu que era capaz de fazer coisas que nunca tinha imaginado e de conseguir coisas que a gente achava impossível porque nunca havia tentado fazer.
Sem a vaquinha, a gente foi à luta e a gente só tinha essa alternativa - lutar para vencer!"
Moral da história:
Devemos lembrar que todos nós temos uma "vaquinha" que nos dá alguma coisa básica para sobreviver e conviver com a "rotina"...por isso temos que descobrir qual é a "nossa vaquinha" e aproveitar para empurrá-la morro abaixo!!!
Tem que ter um refúgio, pode ser uma casinha na árvore, o cantinho do seu quarto, um livro, um abraço, um cafuné, um buraco no fundo do poço ou até trancado no banheiro da sua casa. Mas tem que ter, ninguém consegue lidar com a realidade todos os dias. Ela nunca é como esperamos, sempre nos machuca, sufoca, pressiona e quando isso acontecer, é bom você saber que tem um lugar pra onde correr.
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