Saudade de quem já morreu
Deportei a razão
Foi exilada
No lado entediante de meu cérebro
Agora somos só nós dois:
Eu e meu coração!
ÁRVORE DESARVORADA
Eu sem você
sou árvore desarvorada
Um braço de rio que carrega as flores caídas
trazidas pelo outono
O vento quer soprar por aí
a minha solidão...
E fico eu sem você assim
Nesse vazio
Cheia de mim
A cada dia
Um dia a menos
Mas nunca vou te esquecer
Seja a olhar o céu estrelado
As flores, o verde
A lua cheia
Um cheiro...
Tudo a minha volta
Traz você!
Esse cheiro de guardado
Que a gente sente
não importa a idade
Parece alguma coisa
trazida do passado
Não sei se alegre ou triste
É cheiro de saudade
Para me acostumar
a tua infinita ausência
engano o meu coração
dizendo que sei me virar
Então vêm músicas, lugares
ciúmes e planos
a me torturar
E é assim...
"Você jamais saberá querido,
a falta que você faz em mim"
A folha caiu
levada pela ventania
Tão frágil
Coitada!
Queria agarrar-se ao galho
mas se foi
Chorando a sua dor
A chuva passou lavando tudo
E a roubou!
ESGANADOS
Sacudiram-me da cama
as ansiedades do amor
Levantaram-me num grito
Fugiremos?
Agitaram-me os pensamentos
Esganados por tempo!
Na morte, não choramos pelos mortos, mas pelos vivos.
Não choramos porque uma pessoa está morta, choramos porque ela morreu.
Não choramos pela quebra sonhos, mas pela quebra de laços.
Não choramos por uma pessoa morta, choramos por dez com vida.
Choramos pois sentimos saudade.
Se um dia vê-lo, sendo acariciado com amor por alguém, vou derramar uma lágrima... e esboçar um sorriso...
INQUILINA
Perpassa o vento no torto cerrado
em sonata de sofrência e agonia
sussurrando um vazio tão lotado
de recordação e sombria poesia
Sobre a solidão, à tarde, quando
vem a sensação do fim do dia
o vão, a lembrança, em bando
que avida a dor, gasta, erradia
E, do teu olhar o fascínio ainda:
suave, impar, sujeito, presente
cravando o falto em árdua sina
Tudo, versos de tristura infinda
que aperta o coração indigente
e que faz a saudade sua inquilina...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
5 de maio, 2022, 20’00” – Araguari, MG
A vida não pede licença, não pede permissão, e nem sempre leva em conta, a nossa vontade, ela simplesmente acontece. São momentos assim em que o coração aperta, a mente pesa, e o mais triste é pensar que momentos assim se tornarão mais frequentes. Hoje não há festa, só me resta o silêncio da distância, o mesmo silêncio que foi capaz de me calar em 2020, amente não raciocina, o ouvido não escuta, a boca não fala, os olhos não conseguem ver. A saudade toma conta.
"Sou capaz de falar para multidões,
mas vivi tragédias inteiras
dentro de mim mesmo
sem dizer uma palavra
-Bersani, Pedro"
Sempre disse, dou valor aos detalhes, aos momentos. Situações assim abalam, marcam, mas me conforta quando olho para o lado e te vejo me acompanhando, quando olho para mim e vejo seu pedaço em mim.
"E quando eu não ver você de novo
Sempre te levarei centro, fora
Na ponta dos meus dedos
E na borda do meu cérebro
E em centros
Centros do que eu sou
Do que restou
- Charles Bukowski"
Fico que nem criança,
Esperneando ao pé da cama,
Com a felicidade que me chama
Composta de lembrança!
Meu Sol
Ainda lembro daquele pôr do sol.
Você segurou minha mão.
Senti-me a pessoa mais feliz do mundo.
Lembro do barulho das ondas,
De corrermos pela praia.
Lembro do seu sorriso naquele dia.
Você estava radiante.
Nem a pureza do céu naquele dia
foi capaz de superar a sua beleza.
O sol foi embora.
Mas você era o meu sol naquele fim de tarde.
E você continuou comigo
iluminando aquele dia.
Aquele dia em que o tempo parou
para apreciar o nosso amor.
Só não esperava que assim como o pôr do sol naquele dia
Você, o meu sol, iria se pôr tão cedo.
Tudo perdeu o sentido sem você.
Afundei-me em uma noite sem fim
e nunca mais pude ver o sol nascer.
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