Saber Cuidar - Leonardo Boff
Quem busca um Amor, Encontre alguém que segue o seu Ritmo, somente com as Batidas Internas Fazem o Coração Pulsar Numa Troca Equivalente em Equilíbrio.
As Palavras tem o poder de comunicar a vida ou a morte, ou elas te destroem, ou elas tem edificam.
Poesia:
Enquanto existe vida, ainda há esperança.
Nascemos, crescemos, vivemos e morremos. Mas qual a esperança que nos resta ao fim de tudo?
A esperança de que na eternidade com Deus, Ele enxugará de nossos rostos todas as lágrimas. Lá não haverá mais dor, nem temor.
Pois o Seu amor consolador removerá toda a tristeza e dor.
Esse mesmo amor, cheio de graça e verdade, que nos traz alegria, paz e plena felicidade.
Ele tem o poder de nos transformar e mudar nossa situação, mesmo quando aos nossos olhos não parece haver mais esperança e solução. Pois esse amor-perfeito é incansável e inabalável, capaz de fazer brotar em nosso interior, a cada momento, uma vívida esperança.
O verdadeiro amor é expositivo, cheio de graça e verdade, nele não existe engano. Esse amor, é a razão pela qual nos podemos ter relacionamento saudáveis e duradouros.
Quando o amor é espontâneo, verdadeiro e sincero, vemos que sempre existirá uma reciprocidade em cada palavra, em cada atitude e sentimento no nosso relacionamento diário com quem amamos.
Texto, o preço e o valor da liberdade.
Só quem esteve doente, e encontrou a cura, sabe o preço que pagou e o valor da sua cura.
Só quem foi escravo emocional e espiritual do pecado, sabe o preço que pagou pela sua liberdade interior, e o valor que dá a paz que hoje tem, e que excede todo o entendimento.
Só quem esteve na miséria, sabe o preço que pagou pela sua prosperidade, e o valor que dá a cada centavo, que abençoam a sua vida e dão dignidade ao seu viver diário.
Só quem passou por perseguições, traições, frustrações e amarguras, sabe o preço que pagou pelo amor que ele manifesta, e o valor dele que transformam a sua vida através do seu poder curador.
A solidão é o maior algoz.
Do que vale viver a vida, senão for para compartilhar através do amor e alegria, as vívidas experiências da vida.
Do que vale o amor, senão for para amar ao nosso próximo, manifestando a sua bondade e compaixão em tudo que fazemos.
Do que vale felicidade, senão for para compartilhar com quem amamos, e que são parte integral de nossas vidas, e que dão sentido a ela.
Do que vale a esperança, senão for para coloca-lá em prol dos nossos relacionamentos diários, para que através dela possamos expressar virtudes que transformam vidas.
Texto, o verdadeiro amor supera tudo.
De que vale viver essa breve e transitória vida, se não for para expressar o mais puro e verdadeiro amor, que tudo suporta, tudo crê e tudo sofre, que é incondicional?
De que vale estar rodeado de riquezas, bens, poder e influência, se não for para usá-los em favor das pessoas ao nosso redor, sendo este o nosso bem mais precioso?
De que vale ostentar inteligência, dons e talentos, se não for para servir ao próximo com amor e caridade, mostrando-lhe o verdadeiro sentido do amor?
De que vale ter conhecimento e sabedoria, se não for para aplicá-los em cada relacionamento, para podermos desfrutar de um convívio cada vez mais afável e saudável?
Ao reconhecermos que a graça de Deus se manifesta em sua infinita bondade, amor e misericórdia voltados para nós, libertamo-nos da busca incessante por salvação por nossos próprios méritos e nos abrimos para sermos completamente salvos pela Sua graça.
O único remédio que realmente pode curar uma pessoa emocionalmente, e é espiritualmente é a verdade. Mas, ela dói, humilha e expõe as fraquezas que temos, e são poucas as pessoas que a suportam.
Dizer a verdade pode te levar a ser odiado e desprezado por aqueles que preferem viver na ilusão das mentiras propagadas pelo mundo, as quais jamais poderão nos proporcionar completa satisfação.
Somos do tamanho exato na nossa fé, e das nosas convicções interiores. Por essa razão, nós só seremos verdadeiramente transformados quando aprendermos a nos superarmos a cada momento.
Somos seres relacionais, e dotados de emoções. E quando nossas emoções não são saudáveis e equilibradas, temos a tendência de criarmos mais inimigos do que amigos.
Como encontrar o verdadeiro amor.
O verdadeiro amor nasce em nós através do nosso relacionamento com Deus, e também quando aprendemos a amar a nós mesmos, e ao nosso próximo com essa mesma intensidade.
O amor é uma realidade que só pode ser percebida e reconhecida quando nos aprofundamos em nosso interior, e transformamos nossas piores fraquezas, em nossas melhores virtudes.
Contrapondo elas e superando-as através do amor que tudo crê, tudo sofre, tudo suporta, e que ama de uma maneira incondicional e imparcial e totalmente afável.
Os relacionamentos se desfazem quando o amor deixa de ser o seu epicentro e principal força motivadora. Ao colocá-lo a um plano secundário, a relação perde o encanto e gradativamente se esvai até o fim.
Vivemos um eu social secundário, porque nos falta coragem e ousadia para sermos quem realmente somos. Por essa razão, optamos por viver como atores coadjuvantes, em vez de protagonizarmos o palco da vida.
Um passarinho na janela
Era uma manhã como tantas outras, quando minha atenção foi capturada por um pequeno pássaro que, com graça e leveza, pousou na janela de minha casa. O passarinho, em sua serena vivacidade, parecia trazer consigo um mundo de reflexões.
Suas asas delicadas tocavam o vidro com a leveza de quem afaga o próprio destino, e seus olhos, dois pontos brilhantes, refletiam a quietude de um espírito livre, como quem tem um céu inteiro dentro de si. A presença daquele pássaro revelou-se como um oráculo silencioso, sugerindo-me que a vida, em sua essência, é uma eterna contemplação do invisível.
Enquanto o passarinho perscrutava o horizonte, pensei nas vezes em que nós, humanos, presos em nossas angústias, deixamos de perceber as belezas simples que nos cercam. Ignorância é acharmos que pássaros, só porque têm asas, não caem ou que nunca descansam nos tapetes de Deus durante o seu percurso. Essa liberdade não tem nada a ver com invencibilidade.
O pássaro, em sua graciosa indiferença, ensinava-me a arte da quietude, a contemplação do instante presente, a sabedoria de viver sem pressa.
E assim, naquele encontro fortuito, compreendi que a janela não era apenas uma barreira física, mas uma metáfora da alma, uma passagem para a introspecção e para o entendimento do nosso lugar no mundo. O passarinho, ao pousar na janela, não apenas a tocava, mas convidava-me a abrir as portas do meu próprio coração para as sutilezas da vida.
