Saber Cuidar - Leonardo Boff
"Quando conhecemos o amor de Deus e deixamos que ele preencha o espaço de toda a nossa carência afetiva, emocional e material, descobriremos que somente Ele pode dar um verdadeiro sentido e significado às nossas vidas."
Apesar dos espinhos rudes e protetores, as rosas encantam com sua beleza e perfume. Lembre-se: seja forte, mas nunca perca a ternura.
Tornamo-nos reféns das situações e adversidades quando a dúvida e o medo nos impedem de permitir que Deus aja em nossas vidas. Por isso, devemos ter uma visão clara e específica de quem Ele é em nossas vidas, e de quem somos nele.
O amor e o perdão abrem caminho para a liberdade emocional, espiritual e relacional, pois são o único caminho para recebermos a paz de Deus, que excede todo o entendimento.
Assim como as decisões que tomamos constroem o nosso destino, nossas palavras, atitudes e sentimentos também trazem à existência a bênção ou a maldição.
O nível e a amplitude da inteligência emocional, espiritual e do caráter de uma pessoa se revelam quando ela é confrontada pelas adversidades da vida e reage com amor, humildade, sabedoria e perdão, em vez de ódio e vingança.
Seus sonhos têm o tamanho da sua visão interior de você mesmo. O grande problema é que muitas pessoas são como cegos, com uma percepção distorcida de si mesmas, e por isso seus sonhos nunca se concretizam.
A verdade, embora amarga como o pior remédio, é a única capaz de curar e ressignificar e dar um nosso sentido e propósito para as nossas vidas.
Carrego dentro de mim um turbilhão de sentimentos – injustiças, frustrações e nervosismos que insistem em me dominar. Mas escolho não espalhar sombras ao meu redor. Guardo tudo em silêncio, para que ninguém carregue o peso que já me sufoca. Então, se me ver sorrindo, lembre-se: há batalhas invisíveis acontecendo dentro de mim, e às vezes, por trás do riso, esconde-se um coração que chora em silêncio.
Homem desavesso
Gasto os olhos nas miudezas.
Desimporto razões.
Coleciono restos de tarde,
palavras que caem do telhado.
Envelheço no passo do sol,
desbotando feito roupa no varal.
Quando a luz se gasta no chão,
fico pronto ao poema.
No escuro, me encontro,
feito bicho que só escuta o silêncio.
É no avesso do mundo
que entro em estado de poesia.
O que os pés dizem
Os pés falam quando a boca se cala.
Depois do êxtase, descansam sem culpa,
despreocupados como gato ao sol,
um sobre o outro, cruzados,
ou largados ao acaso—
o prazer não pede alinhamento.
Há quem estique os dedos,
como quem espreguiça o pensamento.
Outros os deixam pender de lado,
desarmados, esquecidos do chão.
A posição dos pés é confissão sem palavras:
se recolhidos, um restinho de pudor,
se soltos, um abandono feliz,
se entrelaçados, um desejo de demora.
No fim, não são os olhos que dizem tudo.
São os pés, descalços,
rendidos ao próprio silêncio.
É possível viver de forma solitária... É como tirar apenas um verso de uma poesia e deixá-lo sozinho: ele pode ser suficiente muitas vezes, mas, mesmo assim, ficaria muito mais belo se houvesse outros que o completassem.
Na realidade onde a sabedoria habita, o conhecimento e o maior fundamento, o calar-se e a maior virtude e o ouvir atentamente o princípio mais precioso.
A prudência é a integridade conduzem ao caminho da sabedoria e do verdadeiro entendimento, mas a insensatez é a ignorância levam rapidamente a destruição.
O fio invisível
Toda pipa tem um cordão umbilical—
um elo fino entre a vertigem e o colo.
O chão assiste, em silêncio, aos pulos
de quem ensaia voo nos desníveis da rua.
Há um acordo secreto entre o solo e o vento:
o menino brinca de ser nuvem,
enquanto a terra o segura pelas solas,
num pacto de sopro e equilíbrio.
Benditas mãos que seguram o barbante do sonho,
essas que sabem do vento antes da pipa
e sustentam o menino enquanto ele inventa altura.
Quando os sonhos desafiam a gravidade,
há sempre um olhar antigo que nos ancora,
um fio invisível que nos sustenta
no encanto de viver como passarinho
entre o voo e o solo.
O fio invisível
Toda pipa tem um cordão umbilical—
um elo fino entre a vertigem e o colo.
O chão assiste, em silêncio, aos pulos
de quem ensaia voo nos desníveis da rua.
Há um acordo secreto entre o solo e o vento:
o menino brinca de ser nuvem,
enquanto a terra o segura pelas solas,
num pacto de sopro e equilíbrio.
Benditas mãos que seguram o barbante do sonho,
essas que sabem do vento antes da pipa
e sustentam o menino enquanto ele inventa altura.
Quando os sonhos desafiam a gravidade,
há sempre um olhar antigo que nos ancora,
um fio invisível que nos sustenta
no encanto de viver como passarinho
entre o voo e o solo.
"A pessoa invejosa demonstra uma frustração interna, já que a impossibilidade de ser ou ter o que outros possuem a leva a transformar a inveja na principal causa de sua insatisfação."
"Ao justificarmos nossa incapacidade com impossibilidades, abrimos caminho para que a frustração destrua nossos ideais e sonhos."
A autoresponsabilidade sempre será o melhor caminho para a cura interior dos males da alma. Ela só faz efeito quando aprendemos a assumir os riscos e as consequências de nossas atitudes. E quando compreendemos que somos nós que damos abertura para que o mal nos atinja, também devemos entender que somente nós mesmos podemos nos curar.
Quem anda com entendimento espiritual e fundamenta suas decisões na sabedoria divina jamais será envergonhado ou confundido. Mas, aquele que se precipita e segue a aparência e os conselhos dos ímpios acabará em ruínas.
