Rubem Alves Jardim
Eu, Nereu Alves, e o William Bonner, temos 2 coisas em comum: erramos e pedimos desculpas, todos os dias.
Escusa
Eurico Alves, poeta baiano,
Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito,
Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant'Ana.
Sou poeta da cidade.
Meus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar O gás carbônico das salas de cinema.
Como o pão que o diabo amassou.
Bebo leite de lata.
Falo com A., que é ladrão.
Aperto a mão de B., que é assassino.
Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos nas cores das madrugadas.
Eurico Alves, poeta baiano,
Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da roça.
Palco do Silêncio
Por Nereu Alves
Um dia brilhou como estrela na aurora,
salão imenso, janelas abertas, luz que aflora.
O palco, infinito em sonho e criação,
morada da arte, da vida, da imaginação.
Ali dançaram ideias, versos e canções,
ecoaram risos, palmas, gerações.
Cenário de peças, recitais, emoção —
cada ato, um sopro de transformação.
Ainda está lá, firme, sobrevivente,
com vida que pulsa, embora diferente.
Mas algo o abafa, o cerca, o silencia,
como um véu pesado que cobre sua poesia.
Ergueram ao lado um gigante sem alma,
frio, sem história, que rouba a calma.
Um elefante branco de concreto e vaidade,
que engoliu a luz, abafou a verdade.
O vizinho tombou, não por tempo ou idade,
mas pelo descaso, pela falsidade.
Assassinaram paredes cheias de memória,
e enterraram ali um pedaço da história.
Agora o palco, mesmo em uso e movimento,
vive ofuscado por fora e por dentro.
Resiste em silêncio, com dignidade,
mas luta contra a sombra da modernidade.
Não é preciso demolir pra matar —
basta sufocar, fazer o brilho apagar.
E onde antes brotava beleza e união,
fica a sensação de lenta extinção.
Mas há quem veja, quem guarde, quem clame,
quem sinta que a arte é chama que inflame.
Enquanto houver alma, memória e razão,
não se fecha jamais o grande portão.
Abram-se janelas, cortinas, corações —
que o palco renasça em mil gerações.
—
Nereu Alves
Dedico este poema à Irmã Maria.
O poeta e a flor
O poeta e a flor
Se encontraram em jardim,
Fizeram um pacto contra a dor,
Que tanto machucava o jasmim.
O poeta se inspira,
Na beleza de sua flor,
Se enlouquece e suspira,
Com seu agradável odor.
Sua flor é às vezes insegura,
O poeta,outrora impaciente,
O que ela precisa é de ternura,
Frágil rosa inocente.
Rosa dos ventos,
Poeta dos versos,
Um grande momento,
Viagem ao universo.
Flor delicada,
Poeta da alvorada,
Tu és rosa vermelha,minha amada,
É um prazer ter você como namorada.
Tu és perfume,
Que alucina o meu ser,
Enlouquece os vagalumes,
És mui linda pode crer.
O poeta nada seria,
Sem você, lindo jasmim,
Não sei o que aconteceria,
Se você se retirasse de mim.
Lourival Alves
Eu sem você 1
Eu sem você princesa,
Sou um homem semi-morto
Sou um jardim sem beleza,
Sou um triste demagogo.
Foi muito bom mas lamento,
Você inspirava meus pensamentos,
Assim,tudo se foi ao vento,
Iniciando o ciclo do meu sofrimento.
Sofrimento por não conviver,
Sussurros noturnos à me torturar,
A solidão é um veneno letal do ser,
Um vírus criado para matar.
Mas devo continuar?
A caminhada de uma procura?
Lá na frente poder encontrar,
Uma pessoa parceira e madura.
O momento é de dor nesse deserto,
O calor é intenso e cruel,
Sinto que a tua essência está por perto,
Sentimento doce como o mel.
A tua presença me acalma,
A tua ausência me deixa preocupado,
A carrego dentro do peito e da alma,
Estou extremamente apaixonado.
Apaixonado e simplesmente feliz,
Completo e extremamente iluminado,
Tu és a mulher que eu sempre quis,
A mulher que me deixou extasiado.
Lourival Alves
Jardim vazio
Eu encontrei um jardim vazio,
Sem cor e também sem cheiro,
Num dia cinza e sombrio,
Avistei um ilustre passageiro.
Era uma andorinha,
Que ciscava o úmido chão,
Uma lágrima do seu olho escorria,
De tristeza e solidão.
Uma andorinha sem seu par,
Em um vazio jardim,
Sem ninguém para poder amar,
Solidão,simples assim.
Banco vazio e solitário,
Com às suaves lembranças,
De um ser que lembra traquinagem,
Saudades daqueles tempos de criança.
Uma andorinha triste,
Em um triste banco,
Pesadelo que resiste,
Tanto pranto e pouco encanto.
A andorinha quer voar,
Encontrar a paz e a luz,
E o seu parceiro amar,
Um amor que nos induz.
Induz a uma felicidade,
Conectada com a extrema paz,
Caminho puro da verdade,
Tristeza nunca mais.
Lourival Alves
E todos os dias passeava naquele mesmo jardim
Trazendo consigo uma esperança ingênua
De encontrar a mais bela flor
De lhe ofertar toda a pureza
De um nobre e verdadeiro amor
Yara Alves
EM HOMENAGEM A QUERIDAS AMIGAS
AS LINDAS FLORES DE MEU JARDIM!
A vida fora me apresentando vocês aos poucos
E assim foram entrando em meu jardim
Algumas já moram há anos
Algumas há meses
Algumas há dias
Algumas já uma vida inteira
E algumas... Uma eternidade!
Não há como não amá-las... Contempla-las.
Trazem cores... Perfumes e belezas para minha vida!
Pois cada uma tem as suas raras qualidades!
As belas flores de meu jardim!
E assim... Juntas caminhamos
Não importa o tempo e nem a distância
Pois também as carrego a cada uma
Em minhas distancias
Sinto e sou acarinhada por todas também!
São as lindas flores de meu jardim!
Autor... STELA ALVES
Obs.: Texto original escrito em 31 de Março de 2012
Embelezam nosso jardim
Dão cores à alvorada.
Estação beleza
Primavera interior
Pela vida inteira
Alma e coração
Eterna estação
Eterno amor
Você
Você é tudo pra mim,
Fogueira ardente,o meu sol poente,
És a linda flor do meu jardim.
Você é a explicação das minhas procuras,
Uma mulher que reluz e me seduz,
Meu único remédio que sempre me cura.
Você ,é como um dia eu sonhei,
Uma menina linda e sensual,
Que nas estradas da vida encontrei.
Você é o meu infinito,
O meu melhor grito,
E sem você, não resisto, simplesmente me agito.
Me agito de carência e por medo da solidão,
E sem você,
Sou um problema sem solução.
Você é algo sublime e inexplicável,
Uma mulher que escolhi simplesmente amar,
E dentro desse enigma indecifrável,
Está o fato de eu sempre conseguir lhe encontrar.
Numa linda noite de março,
Onde tudo simplesmente começou,
Entre doces beijos e abraços,
Algo forte me cativou.
Foi forte e com muita cor,
Leve como brumas ao vento,
Foi o início de um grande amor,
E com ele ,um grande sentimento.
Lourival Alves
Você
Você é flor,
Habitante do meu jardim,
És o mais ilustre morador,
O seu nome é jasmim.
Encheu a rua do amor,
Com esse perfume da paixão,
Nunca seria minha dor.
Nem tampouco a solidão.
A vida é um mistério,
Cheia de infinitas perguntas,
Solitária como um monastério,
Precisa, como um punhal nas juntas.
Não temos o que temer,
O pior já passou,
É tempo de vencer,
Tal batalha que se iniciou.
Batalha da aceitação,
É do medo de perder,
Da triste e fria solidão,
Da gélida sensação do sofrer.
Você é especial,
Jamais carregue o peso,
Nunca lhe desejarei o mal,
Sempre estará em meus desejos.
O teu desejo,
Pode não ser o meu,
Então,fico no ensejo,
De você seguir o teu.
Se for pra ser,
Então será,
Amo você,
E o futuro revelará.
Revelará tudo que se viveu,
Do quanto foi bom ou ruim,
Do novo sentimento que nasceu,
Ou daquele que chegou ao fim.
Lourival Alves