Rotina
A conformidade com a rotina incessantemente normal do dia a dia me irrita .O atípico é o que me faz querer presenciar o amanhã,seja como um mero espectador ou como um agente ativo.Se por acaso pudesse prever o futuro , preferiria que meus átomos estivessem agrupados em outra dimensão,não nessa.
Perder-me em mim, é como embriagar-me de um novo céu
Na rotina que carrego, isto parece enobrecedor
Descobrir um novo mundo do qual sou possuidor,
Além de gratificante é desafiador, sufocante e as vezes causa pavor, delirante; que as vezes leva-me ao torpor.
Bendita consciência, usa-te de toda tua sapiência, leva-me para o caminho de benevolência e do amor, onde a treva que perdura, amanhã será minha cura e me fará evoluir...
Solidão que apavora, agora, que bem sois eu
Serás um delírio meu ou serei eu um delírio teu?
Tua voz ressoa enfim, quando estou perdido em mim, saboreio do seu agrado, que em troca as vezes afago,
com o tamanho da sua escuridão, noutra a luz mais bela do mundo, que nós sabemos que lá fundo, carregamos dessa benção, somos o universo em vida, consciência vívida, dádiva de nossa raça, que parece viver sem jeito, comporta e suporta tanta desgraça, traçam o fim desde o seu leito.
Capitalismo? Burguesia? Fuedalismo? Freguesia?
Idade antiga, média, moderna? O estado e a pena eterna
A idade contemporânea, socialismo, anarquismo, dogmatismo e encarceramento; ainda não houve um só momento, onde a consciência foi pura, livre e libertadora. Vai entender esse mundo dos homens, todos embriagados, cada qual a sua maneira...
O que podemos fazer acontecer por nossas próprias forças e talentos, o milagre não é rotina. A especialidade do Senhor é o impossível.
Simplesmente rotina
Faço sempre o mesmo trajeto
Dia após dia na velha calçada
Ainda assim feliz por continuar
Uma história talvez abençoada
Pode ser rotina, mas é valiosa
Cortando a praça da infância
Encontrando gente do bairro
E tendo paz em abundância
Sou desprovido de ambição
Dispenso ganhos absurdos
O consumismo não me atrai
Só quero ter saúde, marujos
Seguir andando, com calma
Vestes simples e alma nobre
Em busca de alguma riqueza
Que não é trocada por cobre
Acredito que sou afortunado
Pois sinto que nada me falta
E eu volto para a minha casa
Como quem dedicou serenata.
"Amor Verdadeiro é aquele que transforma a rotina do dia a dia numa maravilhosa e feliz aventura à dois!"
MALDITO TEMPO
Chega o tempo em que os ponteiros nos bastam!
A rotina nos amofina numa rede de mesmices
É um abrir os olhos sem despertar
A ausência do novo estagna
Não há promessas de beijos
Nem preâmbulos de orgasmos
Tudo é nada senão repouso...
Repouso forçado de um corpo ainda vivo
Vivo?___ Quem disse?!
( belíssima ironia, se me permitem)...
Sucumbindo ante a morte prematura
O mar não é mais tão azul
O céu cinza derrama cortina de fumaça sobre a cabeça
Estrelas? Quais estrelas?
Afogaram-se numa abóboda sem luar!
___ O que fazer das horas meu Deus!
E Deus, dos confins sabe-se de onde
nada responde!
Confinamento dos sonhos
Quimeras de histórias cruas
Sem lendas
Sem magia
Sem beleza...
Até a poesia tomou ares de vazia
O que antes era utopia
agora jaz numa lápide mal caiada
...Esquecida de flores
Sem memoriais...
Sem Epitáfios
Sem saudades
Sepulcros cujas carnes ainda deambulam
Alheias aos versos
Isentas de vida
Desgraçados
(Tão arrependidos de terem sido gerados)!!
.... Malditos momentos esses!
Oxalá que o vento os varressem!
Apagasse já a memória
de tais zumbis.
Que esmorecem ao tempo.
E onde foram os dias repletos de paixão a amor?
Meu Deus...
Onde foram?
Não.
Um milhão de vezes não!
Assassinem o ser antes deste tempo.
Porque já é tarde
E não há porque adormecer
Muito menos despertar!
Um caso real da literatura brasileira
Seguindo a sua rotina, a de sempre ir ao supermercado no final da tarde, para fazer compras para o jantar, o Antônio não tinha muita pressa, vivia sossegado. Era metódico e organizado, sempre saia na mesma hora de casa, seguia seu ritual diário. Entrava em seu carro, um 4x4 esportivo, dava a partida, ligava o som, para ouvir as notícias do final do dia, seu carro não era exatamente um carro de playboy, mas era um carro bonito e possante, que chamava a atenção das pessoas, pelo seu tamanho e potência.
Eram seis e meia da tarde, ou da noite para alguns, o fato é que era noite para o Antônio, pois em sua região o sol se punha mais cedo. Neste dia, porém, em que relato os fatos ocorridos, fatos dignos de atenção do leitor desta coluna, o Antônio achava que seria apenas mais um dia como os demais, que iria ao mercado, voltaria em paz e segurança, e que faria sua costumeira comidinha caseira para agradar a sua esposa. Antônio era jornalista aposentado, na verdade vivia de renda, tinha lá um pouco de dinheiro aplicado, dinheiro que recebera por uma aposentadoria voluntária, que o governo brasileiro havia promovido e incentivado antigos servidores federais a se aposentar antes da hora.
Antônio estava na melhor fase de sua vida, tinha casado já seus dois filhos, vivia com esposa a sua terceira lua de mel. Era um casal ainda jovem para os padrões atuais, ambos com sessenta anos, fortes e saudáveis, tinha uma vida sexualmente ativa e muito satisfatória, não tinha muito com o que se preocupar, vida financeira equilibrada sem nenhuma grande causa para lutar, queriam apenas viver e aproveitar seus melhores dias.
Antônio, neste dia em questão, foi ao mercado, como sempre fez, comprou seus ingredientes para o jantar, verificou que havia chegado o seu vinho favorito, vinho que ele tomava sozinho, uma garrafa por semana, especialmente na hora de cozinhar. Conversou com a moça do caixa, falou da família e dos netos, incentivou a atendente do caixa a estudar, pois segundo ele, a vida tinha muito mais para oferecer do que um emprego simples de caixa de supermercado. A moça agradeceu, como sempre fazia, era solista, mas não tinha lá grandes chances de subir na vida, pensava o Antônio, que ela apesar de ouvir seus conselhos nunca deixaria de ser caixa, estava na verdade contente com seu trabalho.
Antônio pagou sua conta e se despediu de todos, entrou em seu carro e seguiu para sua casa, que ficava a duas quadras do supermercado. Antônio morava em um condomínio de classe média, tinha seus privilégios quanto ao luxo de morar bem, morava em numa cobertura, seu prédio tinha área de lazer e segurança 24 e horas por dia. A garagem era como sua sala, não tinha a menor chance de ser abordado por estranhos.
Mas para tudo na vida sempre há, como dizem os mais velhos, sua vez. E este dia era a vez do ineditismo acontecer com Antônio. Ao sair do carro, foi surpreendido por um homem bem vestido, que lhe apontou uma arma e disse:
-Entre no carro, vamos dar uma volta.
Antônio calmamente lhe respondeu:
-Não vou a lugar nenhum. Se quiser me roubar, me roube aqui mesmo, e se por acaso deseja me matar, faça aqui, pois não costumo andar com estranhos, muito menos na hora sagrada de fazer o jantar para minha esposa.
O homem bem vestido, que ainda não sabemos ser um ladrão comum, balançou a cabeça e disse:
-Mas você é mesmo louco, não está entendendo o que lhe digo, ou está tirando onda com a minha cara? Estou lhe dando uma ordem, entre no carro e dirija para fora da cidade.
Antônio olha para o lado, não vê ninguém, está sozinho, apenas ele e o ladrão, ou o lunático que desejava dar uma voltinha de carro com ele. Antônio pensou, que seria mais um pervertido, pois o homem bem vestido não tinha as características comuns de um assaltante. O homem vestia um terno preto, mas de boa qualidade, não era um segurança do prédio, Antônio conhecia todos os empregados do seu condomínio, e, para estar ali, e ter entrado pela portaria, só podia ser um morador, alguém que premeditou cuidadosamente o evento.
Antônio diz para seu algoz, ainda com aparente calma:
-Não sei o que o senhor pretende com esta história de andar comigo de carro, poderia ser mais claro? Seja direto, o que realmente deseja? Como o senhor se chama?
O Homem abaixou a arma, se encostou no carro e começou a chorar. Entre lamentos dizia:
-Sou um desgraçado, me desculpe. Estou com uma doença terminal, moro aqui já faz alguns anos, sou viúvo há muito anos, e tenho observado a sua vida tranquila, sua rotina diária. Já pude ver o quanto é feliz com sua esposa. Então por viver só e abandonado, sem filho e parente por perto, e ainda condenado à morte, resolvi fazer alguma coisa para chamar a sua atenção. Veja, eu falo a verdade, esta arma, por exemplo, é uma arma de brinquedo, comprei com este intuito, o de lhe causar algum sofrimento e angústia. Mas sua reação me deixou ainda mais confuso. Quem em sã consciência, neste mundo perigoso, agiria desta forma ao ser abordado com uma arma na cabeça?. Qual é o seu segredo, por que leva a vida desta maneira incomum?
Antônio riu do homem, que ainda chorava descontroladamente e disse:
-Não tenho nenhum segredo, meu amigo, só penso que a vida não é assim tão complicada, como parece para a maioria das pessoas, e quanto a morrer nesta altura da minha vida, não me diz nada, tanto faz, estou satisfeito com o que fiz e vivi até aqui.
-Mas me conte mais sobre sua vida e doença, quem sabe eu não posso lhe ajudar.
O Homem de terno preto, marchou em direção a uma lixeira e jogou a arma de plástico. Voltou em direção ao Antônio e disse:
-Me desculpe, eu sou um homem desgraçado, mas poderia me fazer um grande favor? Não conte sobre isso para ninguém, nem me entregue para a polícia. Eu não mereço tanta consideração assim, esqueça este meu vexame.
Antônio olhou com piedade para o homem, que agora já estava mais calmo e disse:
-Não se preocupe, será o nosso segredinho, e se ainda quiser dar um volta no meu carro, podemos ir. O homem riu desconcertado e disse:
-Não, muito obrigado, tenho que voltar para casa já está na hora de tomar os meus remédios.
Antônio pegou suas compras, acionou o alarme do seu carro, entrou no elevador e entrou em casa sorrindo, como quem tivera uma visão de algo inverossímil.
Você não o amava, você amava a sua rotina, você só tem medo de mudanças, mas no fundo sabe que assim como um eletrodoméstico que parou de funcionar, esta relação só está ocupando espaço que poderia ser bem mais aproveitável e trazendo bagunça à sua vida.
Eu estou cansada dá rotina , esses dias tão iguais , essa vida tão sem graça .Dias vem e vão e nada de emoção , preciso sentir meu coração no peito não aguento mais viver desse jeito .
Aquele sentimento.
Pensar em você
Virou rotina
Mas hoje
Penso naquele beijo
O primeiro
Que sentimento forte
Não há explicação
Nossas almas
Estavam juntas
A energia era magnífica
Inexplicável
Talvez nunca sinta isso de novo
Isso dói
Dói tanto
Dói por não sentir de novo
E não te ter mais.
CREPÚSCULO
( de Madalena Ferrante Pizzatto )
Na rotina do tilintar dos sinos,
no céu, o sol fecha sua cortina,
mancha de rubro a linha horizonte,
com calma vai embora pela campina.
No fim do dia, cumpre seu destino,
entrega - se a mais um novo crepúsculo.
Similar a musica de um triste hino
mansamente sem nenhum alvoroço
vão com ele em revoada, os meus sonhos…
Esperançosa, olho para a colina:
espero por mais uma nova aurora,
amanhã posso de novo sonhar.
"Rotina é fruto de nossas ações"...
Quando se dá tudo, não tem mais o que se conquistar. Parcelar as qualidades, instiga a pessoa a buscar mais de você.
Seguir em frente dói mais que estar onde estava. Dói pelo incerto, pela mudança da rotina, dói pelos novos passos,sozinhos e desajeitados, parecendo uma criança aprendendo a andar. Como dói o desconforto e a incerteza por não saber mais para onde vão os caminhos , como dói cortar laços.
As mudanças doem mas por muitas vezes são necessárias
TUDO QUE VIRA ROTINA
PERDE O ENCANTO
Eu odeio rotina, é algo que me dá preguiça, entristece. É como se minha vida não andasse, como se tivesse congelado. O que eu faço pra não cair numa rotina? A principio é não repetir todo santo dia, lugares, músicas, assessórios, roupas, sei lá. Escolhe aquela camisa legal que fica bem em você, ou põem aquele tênis bacana, ou quem sabe entra na moda, dobra a calça, meia canela. Isso te faz bem sabe, te faz se sentir disposto porque realmente parece ser um novo dia. É isso, rotinas são chatas, da preguiça de sair da cama logo no dia seguinte, levanta meio que no automático, não se cria expectativa de que vai ser diferente, vira dever, e não prazer.
