Rompendo Lacos-Carlos Drumond de Andrade

O dever dos juízes é fazer justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e exercem a profissão.

Quando os tiranos caem, os povos levantam-se.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

A vaidade de muita ciência é prova de pouco saber.

Censuram-se severamente defeitos à virtude, ao passo que se não poupa indulgência para as qualidades do vício.

A mais útil e honrosa ciência e ocupação da mulher é a ciência dos cuidados domésticos.

O homem que cala e ouve não dissipa o que sabe, e aprende o que ignora.

Os grandes pensamentos vêm do coração.

Apenas o silêncio é grande, tudo o mais é debilidade.

É a cinza dos mortos que cria a pátria.

Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos; porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.

É tão fácil sentir a felicidade como é difícil defini-la.

A avareza é um nó corredio que aperta cada dia mais o coração e acaba por sufocar a razão.

Aflige-nos a glória alheia contrastada com a nossa insignificância.

Os homens, para não desagradarem aos maus de quem se temem, abandonam muitas vezes os bons, a quem respeitam.

Quem julga caçar é caçado.

O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.

O império mais poderoso e fatal que existe é o das circunstâncias.

O roubo de milhões enobrece os ladrões.

No mundo, apenas há duas maneiras de subirmos, ou graças à nossa habilidade, ou mediante a imbecilidade dos outros.