Retribuindo uma Amizade
"Bonitas mesmo somos quando ninguém está nos vendo. Atirada
no sofá, com uma calça de ficar em casa, uma blusa faltando um
botão, as pernas enroscadas uma na outra, o cabelo caindo de
qualquer jeito pelo ombro, nenhuma preocupação se o batom
resistiu ou não à longa passagem do dia. Um livro nas mãos, o
olhar perdido dentro de tantas palavras, um ar de descoberta no
rosto. Linda.
Um dia todos nós vamos para a solidão de um túmulo. Uma criança de um dia de vida já é suficientemente velha para morrer. A morte é a derrota da Medicina. Todavia, apesar das limitações da ciência, devemos usar todas as nossas habilidades não apenas para prolongar a vida, mas para fazer dessa breve existência uma experiência inesquecível. Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das emoções, profissionais capazes de enxergar as angústias, as ansiedades e as lágrimas por trás dos sintomas. Caso contrário, tratarão de órgãos e não de seres humanos. Acima de tudo, os médicos, bem como todo profissional que cuida da saúde humana, devem ser vendedores de sonhos. Pois, se conseguirmos fazer nossos pacientes sonharem ainda que seja com mais um dia de vida ou com uma nova maneira de ver suas perdas, teremos encontrado um tesouro que reis não conquistaram...
Levo uma vida diária vazia e agitada. Passo o tempo todo pensando – não raciocinando, não meditando mas pensando, pensando sem parar. E aprendendo, não sei o quê, mas aprendendo. E com a alma mais sossegada (não estou totalmente certa). Sempre quis “jogar alto”, mas parece que estou aprendendo que o jogo alto está numa vida diária pequena, em que uma pessoa se arrisca muito mais profundamente, com ameaças maiores. Com tudo isso, parece que estou perdendo um sentimento de grandeza que não veio nunca de livros nem de influência de pessoas, uma coisa muito minha e que desde pequena deu a tudo, aos meus olhos, uma verdade que não vejo mais com tanta frequência. Disso tudo, restam nervos muito sensíveis e uma predisposição séria para ficar calada. Mas aceito tanto agora. Nem sempre pacificamente, mas a atitude é de aceitar.
Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!. Nada mais justo!
O dia apresentava como que envolvido por uma névoa branco-acinzentada e chegava a lembrar o famoso fog da Inglaterra. No ar pairava uma coisa mágica que só os ingleses também sentem como uma coisa natural, que faz parte deles, que nasceu com eles. Eu caminhava absorto e atento ao mesmo tempo, completamente envolvido por tudo o que estava à minha volta, e ao mesmo tempo completamente tomado pelo ambiente que me envolvia em seu clima a cada instante, me levando a esquecer que existia qualquer outra coisa que não fosse aquilo. E foi nesse estado que de repente fui tomado de surpresa e "volta à realidade", por um barulho alto, estridente e agressivo pela surpresa com que se fez ouvir. Parei como um gesto de defesa e precaução instintivo, sentindo o coração acelerado e o sangue correndo em todo o meu corpo, me colocando todo em posição de ataque contra o que havia se intrometido em minha privacidade de uma maneira tão inconveniente.
E qual não foi minha surpresa ao deparar com um ser nunca visto por mim nem parecido, em qualquer parte do mundo ou em qualquer coisa. Era como um velho de longas barbas brancas, nu, magro, mostrando as costelas que lhe pulavam no corpo. Os cabelos longos e lisos caídos pelas costas e braços finos e ossudos, um sorriso meio sarcástico dentro de um ar inteligente (gosto muito de pessoas com ar inteligente) e um olhar azul onde se poderia ver claramente uma segurança e uma certeza de saber que ali o que podia conduzir as coisas era ele, e não eu como sujeito fraco e medroso com o fato de temer o inesperado.
- Ei, você também é um inesperado para mim (disse ele como se eu tivesse dito qualquer coisa a esse respeito), pois nunca o vi antes e você invadiu o meu ponto.
Quase sem conseguir balbuciar qualquer palavra, respondi:
- Que... Que é você?
- O que você quiser que eu seja - respondeu-me como se isso fosse fácil para mim de entender.
Depois de alguns segundos, sentindo aquela presença que me fixava e transmitia milhões de sentimentos nunca antes experimentados por mim, tentei entabular uma conversa..
- Olha, não estou entendendo nada, não sei como nem de onde você apareceu, mas o que é que você quer?
- Ora - disse o velho -, como já disse, você entrou no meu ponto. Eu estava descansando aqui quando você me pisou me ignorando completamente. Voê acha que pode sair por aí pisando nas pessoas, como se elas não existissem?
- Mas eu não o vi. Não havia nada aqui a não ser essa àrvore, algumas pedras e grama...
- E você diz que isso é só? Eu sou isso tudo. Eu sou a grama deste lugar e estando em contato com a árvore sou também um pedaço dela, e as pedras também me compõem.
- Ora, mas isso existe em todo esse lugar, e até agora não havia ninguém reclamando nem comigo nem com ninguém. Onde estão os outros?
- Ah, eles normalmente quando vêem vocês (humanos) se aproximando, ou se escondem embaixo da terra ou voam e ficam esperando que vocês passem para que possam voltar aos seus devidos lugares. Mas eu já estou velho e me cansa muito todo esse exercício de subir e descer. Vocês deveriam sentir mais as coisas em volta de vocês, não acha?
- Sim, sim, você está certo, mas realmente estamos acostumados a fazer isso como se fosse nada.
- Ah, ah, aí que está. Vocês não querem se aperceber do que existe por que é muito mais cômodo desconhecer do que tomar consciência, não é? isso implica cuidado, cautela, respeito e consideração, e pra vocês, já pude notar que é bastante dificil. Oh, vocês são tão complicados. É só uma questão de despertar os sentidos e desenvolvê-los, já que eles fazem parte de vocês.
Mas sente aí. Não há ninguém por perto no momento.
Aceitei o convite e sentei ao lado daquela figura que se espalhou pelo chão como uma sombra-água, sem forma e descontraída.
Seus olhos agora estavam fixos numa folha que lhe roçava os lábios, e comeu-a inesperadamente.
- OK, venha comigo. - E, sem me dar tempo para pensar, levou-me com ele para sua forma, para seu mundo.
(1977)
Estar à espreita! A memória é um ser caprichoso e temperamental, comparável a uma jovem mulher: às vezes, ela cala de forma totalmente inesperada aquilo que já forneceu uma centena de vezes, e mais tarde, quando já não estamos mais pensando naquilo, ela o oferece muito espontaneamente.
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
Até criar a verdade do que me aconteceu. Ah, será mais um grafismo que uma escrita, pois tento mais uma reprodução do que uma expressão.
Incapaz de perceber que em seu leve sorriso, bem no canto da boca, começava a surgir uma marca de sarcasmo, feito um tique cruel.
"Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta."
Se você for uma garota boba como eu fui, acorde. Ninguém é muita areia pra ninguém. Pessoas aparentemente especiais se apaixonam por outras aparentemente banais e isso não é um trote, não é uma pegadinha, não é nada além do que é: um inesperado presente da vida, que todos nós merecemos.
Ela, volta e meia, era uma mulher.
Estou num dia em que me pesa, como uma entrada no cárcere, a monotonia de tudo. (...)
O mundo é coisas destacadas e arestas diferentes; mas, se somos míopes, é uma névoa insuficiente e contínua.
O meu desejo é fugir. (...) Desejo partir (...) para o lugar qualquer (...) que tenha em si o não ser este lugar. Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias.
Em Minas, não se aborrecia tanto, por quê? Não achou solução ao enigma, uma vez que o Rio de Janeiro tinha mais em que se distrair, e que o distraía deveras; mas havia aqui horas de um tédio mortal.
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