Retomar uma Amizade
Ela é pura Alice no País das Maravilhas, e no porte tem uma mistura bem dosada de Rainha de Copas com um flamingo.
A Máscara Do Mal
Em minha parede há uma escultura de madeira japonesa
Máscara de um demônio mau, coberta de esmalte dourado.
Compreensivo observo
As veias dilatadas da fronte, indicando
Como é cansativo ser mal
A mim que desde a infância venho vindo,
como se o meu destino,
fosse o exato destino de uma estrela,
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, descobrir a nuca,
piscar os olhos, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais vinte é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem,
amaria chamar-se Fliud Jonathan.
Neste exato momento do dia vinte de julho,
de mil novecentos e setenta e seis,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber um beijo pelo correio.
Quarenta anos: não quero faca nem queijo.
Quero a fome.
- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu!
(Silêncio)
- Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
- Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever carta e não te mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Com o tempo deveríamos voltar a nos encontrar
- O tempo não existe.
- O tempo existe sim, e devora!
- Mas dizem que linhas paralelas se encontram no infinito.
- O infinito não acaba. O infinito é nunca.
- Ou sempre..
(Silêncio)
Quando estou sozinha procuro não pensar porque tenho medo de de repente pensar uma coisa nova demais para mim mesma.
Se fosse feita uma enquete nas ruas com a pergunta: "Você tem a vida que pediu a Deus?", a maioria responderia com um sonoro "quá quá quá".
Lógico que alguém desempregado, doente ou que tenha sido vítima de uma tragédia pessoal não estará muito entusiasmado.
Mas mesmo os que teriam motivos para estar (aqueles que possuem emprego, saúde e alguma relação afetiva, que é considerada a tríade da felicidade) também não têm achado muita graça na vida.
O mundo é habitado por pessoas frustradas com o próprio trabalho, pessoas que não estão satisfeitas com o relacionamento que construíram, pessoas saudosas de velhos amores, pessoas que gostariam de estar morando em outro lugar, pessoas que se julgam injustiçadas pelo destino, pessoas que não agüentam mais viver com o dinheiro contado, pessoas que gostariam de ter uma vida social mais agitada, pessoas que prefeririam ter um corpo mais em forma, enfim, os exemplos se amontoam.
Se formos espiar pelo buraco da fechadura de cada um, descobriremos que estão todos relativamente bem, mas poderiam estar melhor.
Por que não estão? Ora, a culpa é do governo, do papa, da sociedade, do capitalismo, da mídia, do inferno zodiacal, dos carboidratos, dos hormônios e demais bodes expiatórios dos nossos infernizantes dilemas. A culpa é de tudo e de todos, menos nossa.
Um amigo meu, psiquiatra, costuma dizer uma frase atordoante. Ele acredita que todas as pessoas possuem a vida que desejam. Podem até não estar satisfeitas, mas vivem exatamente do jeito que acham que devem. Ninguém as força a nada, nem o governo, nem o Papa, nem a mídia. A gente tem a vida que pediu, sim. Se ela não está boa, quem nos impede de buscar outras opções?
Quase subo pelas paredes quando entro neste papo com ele porque respeito muito as fraquezas humanas. Sei como é difícil interromper uma trajetória de anos e arriscar-se no desconhecido. Reconheço os diversos fatores - família, amigos, opinião alheia - que nos conduzem ao acomodamento.
Por outro lado, sei que este meu amigo está certo. Somos os roteiristas da nossa própria história, podemos dar o final que quisermos para nossas cenas. Mas temos que querer de verdade. Querer pra valer. É este o esforço que nos falta.
A mulher que diz que adoraria se separar mas não o faz por causa dos filhos, no fundo não quer se separar. O homem que diz que adoraria ganhar a vida em outra atividade, mas já não é jovem para experimentar, no fundo não quer tentar mais nada.
É lá no fundo que estão as razões verdadeiras que levam as pessoas a mudarem ou a manterem as coisas como estão. É lá no fundo que os desejos e as necessidades se confrontam. Em vez de nos queixarmos, ganharíamos mais se nadássemos até lá embaixo para trazer a verdade à tona. E então deixar de sofrer.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Ferreira Gullar. Trecho do poema "Metade".
...MaisNos dias de inverno, aconchega-te do teu amor, divirta-se com as crianças, acenda uma fogueira e reúna-te com teus amigos. O calor do amor é tão vital quanto o calor do sol!
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova da "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Sou imatura, egocêntrica e debilmente iludida por uma autoestima analgésica de efeito rebote. E dane-se. Um dia o meu amor verdadeiro chegará e será diferente de tudo isso e nós vamos chorar de emoção por ter valido a pena não sangrar até a morte nos insistentes e rotineiros momentos de angústia e nada e vazio e solidão e inconformismo.
Um dia, nalgum lugar, uma eternidade após,eu relembraria tudo isto num suspiro:
Dois caminhos divergiam numa floresta de outono, e eu, eu escolhi o menos percorrido, e isto fez toda a diferença!
A eternidade, assim, não é tempo infinitamente prolongado, mas uma existência sem nenhum limite, ao contrário de, por exemplo, a existência humana que é uma distensão, cujas fronteiras são o nascimento e a morte.
“É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras.”
O oposto de uma afirmação correta é uma afirmação falsa. Mas o oposto de uma verdade profunda pode ser outra verdade profunda.
Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse.
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