Renato Russo Poemas sobre a Vida

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Meu Cavalo


Tenho um cavalo
Que não conheço igual
Melhor que o meu bagual
Não hay ou não conheço

Já tive oferta
Duns quanto pila na mão
Todos sabem no rincão
Que meu pingo não tem preço

Foi um regalo
Do Vainer Gomes Silveira
Que trouxe lá da fronteira
E depois me presenteou

Já desde potro
Se criou pela mangueira
Depois botei nas cocheira
E de baixo se amansou


Quando eu puxei
Não fiz muita judiria
Bocal deixei poucos dias
E no freio se domou

Se eu me achego
Pilchado e bem perfumado
Já sabe, vamo ao polvoado
Pra alguma festa campeira

Se me emborracho
Comigo ele tem paciência
Me trás de volta a querência
Só para vendo a porteira

Por isso eu digo
E falo a bem da verdade
Não conheço amizade
Maior que desse meu pingo

Ele eu não vendo
Não empresto e não regalo
Pra muito mais que um cavalo
É o meu melhor amigo.

Por isso eu digo
E falo a bem da verdade
Não conheço amizade
Maior que desse meu pingo

Ele eu não vendo
Não empresto e não regalo
Pra muito mais que um cavalo
É o meu melhor amigo.

Renato Jaguarão.

Velha Figueira.


Velha figueira na beira das casas
Já virou brasa em algum fogo de chão.
Lembro do rancho, agora tapera,
Nesta primavera de eterna ilusão.


Se foram os potros da antiga mangueira,
Pela porteira o tempo passou.
Eu me vi guri, enfurquilhado no potro,
Fazia gosto, e meu pai me ensinou.


Ali ainda resta um oitão caído
E o chão demarcado onde era o galpão.
Já apodrecido, um palanque inclinado,
Que no passado aguentava o tirão.


Até o meu cusco eu vejo correndo,
Me acompanhando na lida campeira,
Tocando o gado, grudando o garrote,
Seguindo meu trote rumo à fronteira.


Voltar à querência, depois desse tempo,
É como o vento que um dia passou,
Levando meu mundo do campo à cidade,
Onde a saudade se aquerenciou.


Só restam agora as minhas lembranças
Da velha estância onde me criei:
O meu velho rancho, cochilha e mangueira,
E a velha porteira que um dia deixei.


Renato Jaguarão.

A lo largo.


Mirando o campo ao largo,
Mateia o rude peão.
Cada puxada do amargo,
Campeando com a solidão.


O tirador pendurado,
Mango, pelongo, xergão,
Freio, buçal e cabresto,
E o velho fogo de chão.


Nesses fins de invernada,
Onde até Deus esqueceu,
Mangueira, potro, a cuscada,
E a vida que lhe escolheu.


Pra esses tombos da lida
De tropa, doma, caseiro,
Peão, destino e ofício
Pra quem nasceu campeiro.


Mirou o tempo passado,
Mocidade se perdeu.
Ficou cuidando cavalos,
Campos que não eram seus.


Nesses lados de fronteira...
Versos, payada, acalantos,
Céu, estrelas e a lua,
Amadrinham pirilampos.


Donde o gaúcho mesmeia
Sonhos no seu velho catre,
Potros e quadras de campo
A cada virada de mate.


Quem nasceu ao largo,
Tal existência paisano,
Sem sobrenome, legenda,
Potro se fez orelhano.


E a descendência se finda,
Nem fez questão de passar.
Essa pobreza reinuna,
Nem freio faz sujeitar.


E assim, no mais solito,
Segue a taura vivência,
Por vezes qual um monarca
Que nasceu sem procedência.


Tendo a pampa por morada
E as cochilhas por sossego,
As encilhas como trono,
Enfurquilhado em pelego.


Nesses lados de fronteira...
Versos, payada, acalantos,
Céu, estrelas e a lua,
Amadrinham pirilampos.


Donde o gaúcho mesmeia
Sonhos no seu velho catre,
Potros e quadras de campo
A cada virada de mate.




Renato Jaguarão.

Mãe Gaúcha


Em cada rancho do pago
Um belo amor floresceu:
Mulher guerreira, gaúcha,
Presente que Deus nos deu.


Sempre com mate cevado
E o carinho no olhar,
Depois dos filhos criados
A saudade lhe faz chorar.


Nos braços do seu carinho
Ela ensina com saber,
Mostrando rumo e caminho
Pro filho não se perder.


Minha mãe querida,
Onde estiver,
A bênção de Deus,
Gaúcha mulher!


Que criou seus filhos
No rancho, no galpão,
Te levo pra sempre
Em meu coração.


De poncho, alma erguida,
Feita de campo e ternura,
Mãe gaúcha é luz da vida,
Bondade e formosura.


Não tem nada no mundo
Maior que seu valor:
Um abraço de mãe
É verdadeiro amor.


E quando ela nos deixa
A vida perde a razão,
Mas seu mate nunca esfria
Em nosso coração.


Minha mãe querida,
Onde estiver,
A bênção de Deus,
Gaúcha mulher!


Que criou seus filhos
No rancho, no galpão,
Te guardo, minha mãe,
Dentro do coração.




Renato Jaguarão.

No princípio.


A pampa era pasto, no mas,
Rio, coxilha e mato,
Sanga e quaraguatás.


Livres viviam por anos
Charruas e Minuanos,
Naqueles meados atrás.


Jês (Kaingang), tribos de mesmo sangue,
Pampiano — Charrua e Minuano —
Que um dia seriam paisano.


Guarani — Tapes, Arachanes, Carijós —,
De pedra, poeira e pó.


Depois vieram as Missões,
Jesuítas e suas canções
Num dialeto desigual.
Mas havia Portugal
Naquela peleja sem fim.
E chegaram no Mirim
Pra tomar parte do pago:
O coro, o mate amargo
Do gaúcho provinciano,
Do índio com castelhano,
Português também mesclou.


E o cavalo logo chegou,
Andaluz e Berbere,
O pala pro intempere,
A bota, garrão de potro,
Geada do mês de agosto.


O velho fogo de chão,
Nascia mangueira, galpão,
Velho templo sagrado.
O rancho ainda barreado,
De palha e chão batido,
De taquara repartido.


O gado, a plantação,
Depois, a Revolução,
O grito de liberdade,
Alguns buscando igualdade,
O fim da escravidão.


Pegaram armas na mão,
Lança, espada, garrucha,
E a bandeira gaúcha
Que chamavam pavilhão.


E assim se fez a história
De um povo forte e valente,
Da América continente.
Cultura, raça e coragem,
Que moldaram sua imagem:
Homem rude, campeiro,
Fronteiriço, missioneiro,
Pampeano por procedência,
Que carrega na essência
Um DNA que é só seu.


E assim o Rio Grande nasceu,
Moldando sua estampa
Em qualquer parte que acampa.


Esse quadro em debuxo:
Do cavalo e do gaúcho,
Eterno dono da pampa.


Renato Jaguarão.

É setembro
Mês da guachada
Se ajunta peonada
Churrasco, fogo de chão


Gaita, violão
Cantoria, a cavalhada
Laço, genetiada
Desfile, acampamento


Mais que um sentimento
É um legado a tradição
E onde houver um gaúcho
Tal qual um
quadro em debucho
Trêmula o pavilhão


Não importa a querência
Mesmo distante pago
A roda do mate amargo
Celebra a Revolução



Mulheres e homens valentes,
gente da nossa gente
Que nunca floxou o garrão


Que lutaram por liberdade
Gaúchos de verdade
Que honraram nosso chão

Viva o 20 de setembro
Os farrapos que foram a guerra
Sivam nossas façanhas
De modelo a toda terra..

Tenham orgulho de ser Gaúcho
Do nosso passado de glória
E jamais deixem morrer
A tradição e a nossa história

Passem para seus filhos
A herança, que nos foi passada
Mantenham viva a cultura
Nas trovas, poemas, Paydadas

E cantem o nosso hino
Com respeito e emoção
Retirem o seu chapéu
Com a mão no coração

Domador do Cerro Chato.


Pode largar o aporreado
Mais sestrozo da tropilha
Tô loco pra tirar cosca
Me vou de pronto as virilha

Que ronque, castique o cabresto
Palanque aguenta o retosso
Me vou de tento pro lombo
Mango se vai ao pescoço

Despensa o amadrinhador
Me vou solito pro céu
Pra ver o mundo rodando
Por cima do meu chapéu

Saca a venda dos olho
Deixa o diabo enchergar
Enfurquilhado um gaúcho
Que já nasceu pra domar


Assim se foi o maleva
Levando o vento por diante
O lombo inchado é bufando
Deixou pra trás o palanque

Grudei espora em puaço
Fiz o potro se ajoelha
Dei uma volta nas clina
Pros dedo se ageita

Grunindo se foi ao espaço
Lá maula, senti o calor
E foi aquele gritedo
Nos verso do narrador

Vi o chão embaralhado
O céu virado do avesso
Numa troca de pescoço
Se foi lá cria meu lenço


Por fim suou a campana
Soltei a perna ao costado
Sai a passo tranquilo
O potro se foi ao alembrado

Juntei meu lenço e voltei
Só pra escuta o alaredo
E a peonada de pé
Metendo aquele gritedo

Mirei a prenda mimosa
E dei pra ela meu lenço
Tirei o chapéu saudando
Aquele acontecimento

Depois voltei pro meu rancho
E a fama de bom domador
Levei a china comigo
Como regalo de amor...

Renato Jaguarão.

Café

Mulher me traz um café
Forte, traz um queijo também que to com fome, mas vê se não demora

Ó homem folgado,
O café ta na garrafa,
O queijo na geladeira
Mas tua vergonha
Não sei onde ta

Aproveita e vem me ajudar
tem louça, roupa pra lavar
Casa pra limpar
Não sou sua empregada
Nem escrava do lar

Ó mulher só quero um café,
Não precisa estressar
Sabe que sempre que posso
te ajudo

Mas é que hoje
To meio sem vontade
Vai ver é a idade

Idade é a moléstia
Isso pra mim é safadeza
Eu que era pra ser uma rainha

Vivo como uma camponesa
E você é a mais pura nobreza

Bah guria, deixa de ser tão jururu
Que no fim de semana
Te levo pro shoppings
Pra gastar um tutu

Ó homem ta tentado me comprar
Tu me acho foi numa liquidação foi é

Ó dificuldade !!
Sou queria um café. ..

Inserida por renato_souza_7

Essa é a cruz
Que eles carregam
Esse é o peso
Que eles aguentam

Olhares cheios de asco
Palavras cheias de veneno

Não é justo que um beijo
Inicie uma guerra
Que ser diferente
Torne a vida severa

Inserida por pensador

Colocam na cruz
Esses bravos soldados
Que mesmo torturados
Se mostram por inteiro

Essa é a dor
De tantos que amam
Daqueles que já
Nem fazem mais planos

Lutando pra serem aceitos
Lutando pra darem seus jeitos

Inserida por pensador

Mesmo tremendo
De frio ou de solidão
Não tem mais segredo
Nenhuma luta será em vão

Mesmo com mais medo
Da vida do que da morte
Em um mundo tão hostil

Inserida por pensador

Vem, deixa o vento
Desarrumar você
É tão lindo você não saber
Quão lindos os fios caem
Na testa

Eu nem sei mais o que dizer
Pra te manter perto
Fico aqui a observar, discreto
Meu medo é ser muito
Direto

Inserida por pensador

Pode entrar
Cuidado pra não tropeçar
Em tantas incertezas

Fica um pouco mais
Sem você é tão escuro
Deixa eu acender seu cigarro
Você nem viu, mas já me acendeu

Vem, deixa o tempo
Descompassar você
Eu queria lhe parar no tempo
E ser pra sempre seu

Inserida por pensador

A gostosa, a rica e a linda
Nenhuma delas chega aos seus pés
A gostosa, a rica e a linda
Não são metade da mulher que você é
A gostosa, a rica e a linda
Não têm seu sorriso verdadeiro
A gostosa, a rica e a linda
Não chegam perto da delícia do seu cheiro
A gostosa, a rica e a linda
Bobinhas, tentam atingir os padrões da sociedade
A gostosa, a rica e a linda
Não sabem que você não está nem aí, por isso, é mulher de verdade
A gostosa, a rica e a linda
Ainda tentam me perseguir
Têm que entender que você é quem escolhi para mim
A gostosa, a rica e a linda
Me ligam toda hora
Vejam, estou com minha linda, minha maravilhosa
A gostosa, a rica e a linda
Não sabem que você tem estes 3 adjetivos
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que te fazer feliz é meu maior objetivo
A gostosa, a rica e a linda
Chegaram tarde a minha vida
A gostosa, a rica e a linda
Têm que saber que você é única e tem cadeira cativa
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que por você iria até a lua
A gostosa, a rica e a linda
Sabem que não tem outras em meu coração
E a culpa é sua

Inserida por renatoaugusto007

Repousei na cultura de vários países
Deixei amigos com más impressões e boas cicatrizes
Me curvo ao extinto de fazer o bem
Surpreender pessoas é o superpoder de ir além
Seus olhos cansados merecem refrigério
Distribuindo boas graças mesmo com o coração gélido
Na batalha contra o mundo aprendi sobre altruísmo
A maioria das pessoas nunca ouviram sobre este contra sofismo
Ser diligente desrespeita a muitos
Nunca guarde para si mesmo seus maiores trunfos
Sofrimentos não estancados por cometer um ato tolo
Em um segundo se perde o respeito de muitos e a confiança de todos
O sol me queima e a lua me cura
Só me resta procurar alento na brisa de amor mais pura

Inserida por renatoaugusto007

Liberte-se.

Sem correntes,
Sem elos,
Sem cordão
Que amarre o coração.

Sem direção,
Apenas caminhar.
Deixar o futuro
Escolher o lugar.

Esqueça o não
Pratique o sim,
Cancele compromissos,
Dê mais as mãos.

Deixe os beijos surgir,
Deixe a áurea se abrir,
Deixe a nuvem passar,
Deixe seu luar encontrar.

Faça como a um padre
Que se despe da batina
Mas nunca do hábito.
Faça da liberdade um hábito.

Ame com paixão,
Mas sem prender o coração.
Curta o prazer de um abraço,
Porém não o aprisione no teu espaço.

Esqueça o passado,
Abrace o presente
E para o futuro,
Caminhe contente.

Institua o perdão para curar feridas
Simplesmente ame, liberte-se,
abrace a vida.
Seja feliz enquanto o sol brilha.
Antes que se apague a luz do último dia.

Inserida por renato_galvao

Não desperdice lágrimas por cinzas.
Cinzas o vento leva.
Lágrimas a dor eleva.

Inserida por renato_galvao

A palavra é a maior herança de um homem.
Este pode perder tudo.
Caminhar na miséria.
Mas nunca, nunca deverá perder,
Jamais faltar com sua palavra

Inserida por renato_galvao

Minha alma te clama,
A mente te chama,
Meu corpo padece
E meu coração
Não te esquece.

Inserida por renato_galvao

Viver...

Outros momentos,
Novas vidas,
Sem erros,
Sem despedidas.

Olhar sereno,
Cansaço e mãos,
Descanso e outono,
Estradas e canções.

Colo materno,
Aposentar o terno,
Silencio eterno,
Luz do universo.

Contemplar a chuva,
Pés no chão,
Cultivar e assistir,
Paz no coração.

Sem medos,
Sem rodeios,
Sem segredos,
Compartilhar desejos.

Caminhar,
Contemplar,
Doar. Ceder.
Simplesmente viver...

Inserida por renato_galvao

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