Reflexão sobre a Morte
Não fora o grande amor de Deus em dar o Seu Filho unigênito ao mundo, nós, pecadores, continuaríamos condenados à morte (eterna separação de Deus), sem possibilidade de salvação.
O cristão é alguém que segue os passos daquele que "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2.8).
Existem três formas de se morrer, a física é a mais ostensiva e a que tenho menos receio, é uma consequência natural da Vida, que pode eventualmente ser tragicamente antecipada.A moral é a mais hedionda, um câncer que corrói a nossa alma aos poucos como o “esmalte derretendo um isopor, só restando um agonizante remorço em forma de rancor, resultante a uma personalidade deploravelmente apática,inerente de uma alma vil.A morte intelectual, nos torna natimorto, pois se não penso, logo não existo! Nos tornando um “ Neo-Zumbi”, escravos de “movimentos de manada”, tornando sua volição e cognição entorpecido .Inerente a uma personalidade fantasmagoricamente preguiçosa é inócua.
Eu poderia escrever grandes textos para invadir o pensamento daqueles que muitas vezes leem aos meus legados.
Mas estou certo que não há palavras que cubram as pessoas de solidariedade quando alguém clama por socorro. Elas apenas se sensibilizam com sentimentos de pesares quando tudo se acaba aqui.
Sim! É da morte que estou falando.
Por vezes vemos pessoas ao nosso lado pedindo socorro ou demonstrando sinais de que precisam de ajuda, mas, não nos importamos de fato.
Como Cristãos que replicamos tanto amor e dizermos ser sinceros, devemos deixar a farda da falsidade. Amar vai muito além de palavras, elas se aplicam à gestos.
Hoje podemos apenas falar de ações que não praticaremos de fato, querendo mostrar as pessoas sensibilidade e generosidade, mas apenas, com as palavras.
Hoje você tem oportunidade de fato de poder olhar para aquele que está ao seu lado e ajudá-lo de verdade com gestos de amor.
Olhe para o seu próximo com ternura e compaixão ao invés de amanhã, se lamentar pela perda dele.
O tempo
O broto puro da terra sai
Enquanto a folha madura
De velha e triste se vai
No louvor de sua altura
O tronco se entrega à escuridão
Deixando felicidade alguma
O lento e súbito clarão
Dos anos que a terra consome
Do belo à sua podridão
A implacável fúria invisível
Ainda viva enquanto dorme
Faz o silêncio audível
O furacão que o céu tocava
Vai do branco ao torto cinza
A uma brisa fria que se acaba
E o destino que se realiza
Ergue a tumba de sua era
Velando a dor que avisa
A doce morte e sua adaga
Ao que um dia do sol vivera
Fadado agora à eterna amargura.
O Anjo Negro
Anjo negro, estrela do crepúsculo
Fala agora onde estás
Tira minha alma desse reduto
Pois somente tu me alegrarás
Estende tua mão agora
Tira de mim esse peso
Não deixa que nasça a aurora
Mata esse medo
Por sobre o chão de pedra negra
Eu logo hei de caminhar
E a luz que passa a fina seda
Com minhas mãos hei de apagar
Me envolve em teu abraço
E me dá com a adaga forte
Faz do meu passo
A casa de tua sorte.
As pessoas querem acumular riquezas
como se fossem viver para sempre
e sempre se chocam quando se deparam
com a única certeza que temos na vida:
O fato da inevitável morte humana.
O homem não é nada programado, somos filhos do acaso e sem função como qualquer pedra, que por evolução acabamos possuindo um emissor de energia que ainda não sabemos controlar e que poderá nos conduzir para a vida fora da massa vulnerável do corpo ou transformá-lo por expansão das partículas em um veículo mais apropriado e eficaz. Podemos ser Deus também...
Infinitos são os deuses, imperfeitos os seres etéreos, mas sem necessidade prática de interferir de forma física nos habitantes desta partícula bruta chamada Terra, extremamente inferiores que se digladiam perdidos em suas incompatíveis engrenagens, em busca de compreender sua hipotética função.
O homem caminha para a extinção física, acelerado pelo aprimoramento da medicina, que vai contra a seleção natural que permitia que só os mais fortes sobrevivessem e o resultado é a crescente debilidade dos novos habitantes da Terra.
Você pode ser o único indivíduo do Universo, um Deus louco dominado pelos seus pensamentos desordenados... Tudo que o cerca pode ser produto de seu cérebro borbulhante.
Você pode existir mas é indiferente existir ou não, sua presença torna-se irreal porque só por si percebida; auto devorando-se nada sobrará para perceber sua ausência, comprovando-se sua anterior inexistência...
Sentimento de loucura? Meros conceitos, se não há parâmetros, um ser único não pode ser louco ou normal, seria o normal ser louco.
Toda existência, trabalho, prazer, são inúteis porque são imediatamente engolfados pelo tempo que acompanha qualquer presença.
Existindo ou não, fugazes ou imortais, humanos ou deuses, diamante ou carvão, nada pode ser superior ao Nada, que não requer esforço, premente utilidade ou valor, busca, conhecimento, espaço, manutenção... O Nada é a perfeição, limpo, sem defeitos, estático, sem tempo. Até mesmo Deus, invenção humana que pretendia ser o modelo da perfeição, caso existisse, teria que ser, estar, de um modo ou de outro e portanto inferior ao Nada que simplesmente não é, não precisa ser, não precisa estar.
