Recados de Amor
Quando soube o tamanho do amor que a sua namorada lhe prometera, o menino rapidamente ao papai do céu perguntou: Papai do céu, como eu faço para retribuir tanto amor e carinho que recebo da minha namorada? Alguns dias depois, ele recebe uma carta com umas anotações. O pequeno rapaz tratou de ler e, com o passar das linhas, percebeu que a carta era para outra pessoa, endereçada a uma casa que ficava uns dois quarteirões a frente. O menino, ficou espantado, pois a carta era embebida de palavras ásperas e grossas, algo um tanto diferente do que lhe foi ensinado até então. A leitura era fascinante, parar de ler já não fazia parte dos planos do garoto. Já no final das palavras ele pôde ler: "E apesar de tudo, eu a amo!", confuso, o jovem, não entendia como a vida funcionava, aliás, ele próprio a princípio só queria retribuir à altura o amor e carinho que sua namorada lhe dava. Ainda sem respostas, ele continuou, até que o carteiro, com a real endereçada, bateram em sua porta, chamando por seu nome. Ele, assustado, foi atender a porta. A mulher em prantos perguntava pela carta. O menino disse a ela que se verdadeiramente amasse o marido não haveria motivos para ler a carta, pois o conteúdo era ofensivo e que talvez ela não gostasse. A mulher explicou que o amor é um sentimento invisível como o ar, mas se faz sentir quando encontramos a pessoa certa, como o vento que balança árvores, ele será grande e forte quando houver afinidade. Por isso, quando encontramos uma pessoa que nos completa, temos que agir de forma elegante e retribuir tudo aquilo que recebemos. A partir desse dia, o menino começou a dar presentes sem motivos, fora das datas festivas, passou a ser mais calmo e compreensivo, passou também a elogiar mais e mais a beleza da sua amada, passou a amá-la cada vez mais, pois descobriu que o verdadeiro sentido do amor está na retribuição e que ser amado é lindo, mas retribuir esse amor é o gesto mais puro e nobre que um ser humano pode realizar.
Amor platônico
Sigo de perto os teus passos que estão tão distantes do meu olhar;
Ouço ao longe o teu riso que já não difere das ondas do mar;
Vejo teus olhos, que mesmo sem saber buscam os meus, no silêncio que emana da fotografia;
Me encanta teus cantos, suspiros e preces, que em todo momento, sei que estão contigo;
Sinto até saudade... Saudade de algo que nunca tive, e o gosto da esperança que nunca provei;
Sinto tantos cheiros;
Sinto até o teu cheiro, que já não se sente, pois teu perfume mesclou com o das flores, e anda vagando sem ter rumo certo;
Ah como eu invejo...
Invejo-te óh sol que o acalentas no inverno;
Invejo-te óh lua, que mesmo distante roubas-lhe um olhar;
Invejo-te óh solo,por onde ele pisa;
Invejo-te, invejo-te;
De toda certeza que tenho de minhas incertezas, só sei que nada sei sobre aquilo que eu gostaria de saber ...
Não sei o que tens com isso Platão, mas até mesmo eu, em minha simples filosofia saberia dizer que tudo isso é, e sempre será platônico.
O amor é uma escolha, não é uma necessidade!
Eu gosto de você, mas eu não preciso de você.
Meu jeito assusta, minha independência intimida, meu amor-próprio é suficiente, minha personalidade é forte, meu carisma conquista e minha sinceridade apavora... Resumindo, mulher bem resolvida não é pra quem quer, é pra quem pode...
Aqueles que me chamam de louca sonham em ter um pouquinho da minha coragem!
Amor só é grande quando se já repartiu todos os sonhos,
dividiu todos os planos,
quando já se entregou a senha e a chave de casa.
Amor, pra mim, é das coisas imensas.
Dos oceanos, desejos, constelações e galáxias.
Não vejo graça em dosar apoio, em poupar presença,
em guardar carinho.
Deixo para as estatísticas todas as casas decimais.
Nota: Trecho do poema "Quase", muitas vezes atribuído erroneamente a Luis Fernando Veríssimo.
O amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável). O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.
Ser pai é descobrir que o amor incondicional existe, o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço.
Por que escolhemos o tipo de amor que nos destrói? A sociedade e seus estereótipos nos empurram pra esse caos. Nos ensinam que a dor é divertida, mas não é. Não é verdade. A dor é perversa. Ela fascina, mas lacera.
Devemos expandir o círculo do nosso amor até que ele englobe o nosso bairro, se desdobre para a cidade, o estado e assim sucessivamente até o objetivo do nosso amor incluir todo o universo.
Soneto do amor como um rio
Este infinito amor de um ano faz
Que é maior que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
O amor é apenas um grito no vácuo.
Relacionamento significa algo completo, acabado, fechado. O amor nunca é um relacionamento: amor é relacionar-se, é sempre um rio fluindo, interminável.
tudo novo de novo
O choro secou. Um outono doce impera com seu aconchego de amor e lucidez, suaves. E esse abraço aveludado que chegou repentinamente, num calorzinho de cuidados e curas. Não restam mais feridas. A dor perdeu seu lugar na minha rotina e foi procurar outros rumos. Tenho novos sonhos e um sono novo e profundo. Suavemente tudo mudou de ritmo e celebrei o tempo de cada novo passo. A princípio tive tanta ansiedade, porque tudo parecia um turbilhão, mas de que adianta tentar pular aprendizados? Se é de poesia que o poeta precisa, vamos a ela e não mais à repetição de uma melancolia eterna e bem aprimorada. Chuva e sol, calor e frio: eis o equilíbrio da vida. Se eu nasci com o sorriso mais largo do mundo, não vou entristecer o meu olhar nem anestesiar minha alegria. O choro secou. Já era tempo de prestar mais atenção em outras cores, promover como prediletas outras flores e entrar no mar sem medo, furando a onda com respeito e repetindo a cena com entrega e confiança. Nada ficou fragmentado. Saí inteira e o amor em mim transborda: pele aceitando carícia, olhar brilhando com a menor das delícias. O toque é novo e a respiração tranqüila. Às vezes ainda ofego um pouco, mas quem disse que artista nasceu para sentir pouco? Importante agora é que o choro secou. Antes o meu pranto era cego. Tive que olhar longamente no espelho pra saber o que ainda poderia resgatar de mim. Não quis nada do que restou, quis o meu sorriso novo, minhas portas abertas e a vontade de saltar novamente no desconhecido. E hoje eu só choro se for de alegria.
