Quero Olhar e dizer que Valeu a Pena
A Morte
Estive em um funeral ontem e ouvi repetidas vezes sobre a tristeza da morte, mas como podemos ver a morte com tamanho sofrimento? Tudo tem que ter um fim e esse é o combustível que mantém a engrenagem do mundo ativa. É isso que nos faz acordar e batalhar a vida. Ganhamos um grande presente e nada nos foi exigido. Cada um está livre para fazer o que achar melhor e se transformar no que quiser ser. Somos livres. A morte é somente um “até logo” e logo vamos nos reencontrar na próxima festa. A morte é o momento em que as cortinas se fecham e o público fica ali paralisado, pensando sobre a incrível experiência que foi presenciada. É a angústia que se sente antes de se constatar o milagre. Não se deveria sentir dor ao se brindar uma grande existência, uma vida de glória e a glória da vida. Só há dor e decepção nas histórias insignificantes, daqueles que nada fizeram; que não se apaixonaram; que não correram perigo; que não se doaram; que não erraram e tentaram novamente; que não se machucaram e arriscaram outra vez; que acalentaram uma mágoa como um filho bastardo em vez de abraçar o perdão. Ora, o que você espera de uma criança quando lhe dá um brinquedo? Apenas que ela se divirta e seja feliz. É isso, simplesmente!
Insônia
O negror é frio e pesado
como um cobertor molhado.
O silêncio está mais calado,
como um retrato apagado.
E eu aqui acordado...
Não passa carro,
não canta um pássaro.
Os minutos adormeceram
e as horas se esqueceram
que estou aqui acordado.
Uma solidão tenebrosa.
Uma paz nervosa.
Alguém falou nada,
nem uma alma acordada:
ninguém me ouve?!
O que houve?
Quero embarcar na viagem,
mas não há mais passagem.
Há paredes, teto e ansiedade,
mais o terror da saudade,
um travesseiro apenas,
eu e meus poemas.
A Poesia
A poesia caminha pelas ruas
em noites silenciosas:
insone!
Bebe da lua e circula as luzes,
brincando com as mariposas
que não têm nome.
Se senta na calçada e observa
- como um bêbado –
a embriaguês do mundo.
Como a dor e o amor,
a poesia está em tudo.
Basta sentir e olhar para o lado,
basta estar apaixonado.
O Poeta
Caminho pelas ruas
em noites silenciosas:
insone!
Bebo da lua e circulo as luzes
para brincar com as mariposas
que não têm nome.
Me sento na calçada e observo
- um bêbado –
a embriaguês do mundo.
Com toda a dor e amor,
vejo poesia em tudo.
Abro o peito e me reviro,
batizo cada estrela sem cair do telhado:
estou sempre apaixonado.
Mundo Doente
Para Ryan e todos os refugiados mortos pelo descaso
Se era noite ou se era dia, você nem se lembra.
Talvez tudo fosse apenas uma brincadeira
para uma criança inocente
em um mundo doente.
Mas você nem se lembra...
Seu sono matou um sonho.
Não restaram manha nem manhã,
nem lágrimas a viajar no mar:
o terror se leva no olhar.
Carregar toda a culpa é pouco
pelo pouco que se faz,
já que vida e morte não tem diferença
neste mundo doente.
Todos devem um bocado
pelo trocado que não se dá.
Morrem soldados, inocentes, eu, você,
todo dia, assim como cada refugiado,
que não teve isso planejado.
Vivo ou afogado,
pouco importa, todo amor foi sepultado.
Aleppo
Havia uma cidade
E uma população
Padarias, doces e cores
Flores e odores
Famílias vendo televisão
Havia felicidade
Havia uma cidade
Havia um país
Casas, crianças e cães
Mas o ódio fincou raiz
Choram todas as mães
Pelo que restou da humanidade
Já não há cidade
Nem casas nem nada
Fez-se a destruição e o caos
Levando vidas pela metade
Já não há amor nem nada
Só ganância sem piedade
É preciso
É preciso aparar os galhos para fortalecer a raiz
É preciso simplicidade para ser feliz
Só não cabe ficar calado
E, por medo, morrer parado
A Despedida
seus olhos cortavam como uma espada
da sua boca nascia uma tormenta
me aquietei
como um velho na escuridão
era um barulho incompreensível
um zumbido de elefante
uma voz aturdida
talvez demente
a despedida
dor latente
ainda ouço cada gota
que pingou de sua boca
a descarga do vizinho
era noite
madrugada
em sua vida
sou mais nada
Músicas para Amar
nada é pior do que sentir tudo
e não conseguir oferecer tanto
eu realmente amo você
queria dizer, mas são só palavras
me perdoe pelo atraso
me perdoe pela pressa
te viver é o que me interessa
não sei decifrar sonhos ou signos
nem traduzir o que suam seus poros
só te mostrarei o meu céu de meteoros
fundamos um país para coabitar
sem um hino para idolatrar
somente músicas para amar
e em toda estrofe achamos um lar
em toda garrafa inauguramos um bar
em toda amizade queremos estar
e só para você eu vou sangrar
meus versos
o vinho, a carne, o alho, as flores
o vento curioso nos visitando
a grama do quintal se acumulando
nos tapetes e nas quinas
a luz do sol nas cortinas
a mesa que eu tanto queria
e minha semana vazia
depois de domingo
Sou responsavel apenas por aquilo que falo, a forma que você ouve e interpreta é de sua inteira responsabilidade e não minha
Se você não conseguiu ser o que sonhou, pelo menos seja o que precisa ser em vez de ficar se lamentando.
Tem gente que compra remédio e nem lê a bula para saber as contra indicações, porem quando pega a bíblia quer passar receituário para os outros,sem usar da ética nos mandamentos como Yeshua fazia, estranho isso.
Existem dois tipos de pernilongo.
Os que chegam de mansinho sem fazer barulho e sem que você perceba elem chupam seu sangue.
Já existe o barulhento que chega fazendo algazarra, para esses estamos atentos e tentamos afugenta-los, porém com o cansaço somos levados a ceder e eles que descaradamente chupam nosso sangue.
Palavras & Letras (2009)
Após o repetido encarar do branco das folhas se mostrar contumaz, confesso:
São dolorosas as letras, principalmente quando se juntam, em cambulhada, à soberba das palavras.
E pior ainda se chegam ao papel, seja na exposta frente ou no escondido verso.
Submerjo, naufrago... afogo em pensamentos dispersos...
Existirá mundo sem letras - consoantes, vogais,
Com ou sem aspas ou pontos, infames sinais,
Personagens discretos de palavras patéticas em frases conexas,
Fortuitas, complexas, infindas?
Disfarço, empalideço...
São medonhos os medos que ocorrem em assuntos transversos...
Em vão, tento crer só na existência dos dias em mundos letrados,
De grafadas palavras, garfadas por
Pensamentos famintos de uma mente inquieta,
Regados em instinto animal que vegeta
Embutido em nosso ego ancestral...
Revolvo pergaminhos sangrados,
Recolhidos de despojos em batalhas intermináveis,
Arrestados de indesejadas corjas de ideias alienadas,
Por vezes ensandecidas...
Malogradas, incompletas e
Ludibriadamente expostas,
As Letras nas Palavras remanescem !
E nas horas últimas, são
Expulsas pelo fórceps da vã impaciência...
Nelas, me agarro, sôfrego...desesperado..
Ai de mim !!!
Sinto a gosma da imperfeição minar e fluir...
Esvaio-me.
Suo bicas, me rendo. Delas é (chegada) a vez.
...e é nelas, e com elas que minha mente tenta por si, refazer-se...
Ressurge, convoca, agrega, aloca o que resta em mim...
Inclemente, um pensamento as recolhe, e traz de volta...
...voltando ao início do fim...
A musica e eu - 2008
Você que ama música, compreende
Todas as pompas e triunfos deste som.
Você que ora segue, por amizade ou por paixão,
Por toda esta extensão deste terreno inexplorado,
Que navega em uma rocha, por um céu tão infinito
Onde o sol se põe em rito numa câmara de sombra,
Contra esta silhueta de janela espacial,
Você que, por vezes, acompanha a aventura,
Inconformado com a falta de um roteiro prévio,
Muitas vezes não se atreve a pensar
Que tudo pode não ser real, que se parece com um sonho,
E que precisamos acordar se quisermos entender, o porquê
De tudo, afinal...
Mas, antes, que é preciso saber que a vida é melhor sorvida,
Quando há uma atenção especial na musica,
Na alma que é, e que ama a musica,
E que chora com o soar das cordas de um violoncelo,
Riscadas pelo arco impune...
É um paradoxo que nos faz ficar focados e ao mesmo tempo dispersos, Criteriosos e indiferentes, frios e emotivos...
Ela nos faz assim, a musica...
Lendo ou intimamente sofrendo as notas que emanam
Da varredura do braço do instrumento,
Sigo em minha jornada existencial,
Por mais que o arco sangre, lacrimeje...ou sorria...
Assim penso eu, este é o ar que me mantém vivo !
Sou a criança e sua melodia pura,
Sou a fome de amor de um coração carente,
Sou o meio, entre a doce e vaga tristeza de um desamor
Sou o mistério de um fim anunciado que nos espera...
Sou a musica, sou poesia... sou imortal !
Inferno - 2011
Outra vez aconteceu.
Foi mais um que enlouqueceu,
Sem razão qualquer aparentar
Era amigo, alguém da gente
Foi assim tão de repente
Ninguem deu sinais de se importar
Ninguem quer saber porquê,
Nosso tempo vale mais
Não há tempo pra entender
Quem vai ajudar?
(Os gritos vem de lá...)
O caos tá acontecendo
Jovens estão morrendo
Muitos, muitos não dá pra contar
O inferno tá num veneno
Tem sempre alguém vendendo
Dançando no escuro
vão ficar, vão ficar
Rogo ao mundo todo
Um tempo, pare o jogo!
O poço é fundo e
Temos que tampar
O asfalto é sua selva nua
Fracos não saem a rua
E a lei é a do mais forte,
quando há !
Sei que é grande o seu vazio
A vida é o seu deserto frio
Não se desespere mais
Pode piorar... periga piorar !
O caos tá acontecendo
Jovens estão morrendo
A droga bate à porta e quer entrar
O inferno tá num veneno,
Tem sempre alguém vendendo
Dançando no escuro
vão ficar, vão ficar
Outra vez aconteceu...
Eu sei... - 2013
... um dia longo... se vai,
À noite, a solidão dói demais
O medo ao seu redor, e voce,
Tão só
Eu sei, que é grande a dor
Lembrar, só faz chorar
Que alguem te machucou,
Eu sei..
Mas tudo passa em nossa vida
Mesmo a dor de uma ferida,
E saiba que é capaz, ( Eu sei..)
De achar uma saida (Eu sei..)
O mal não volta mais, já passou,
Eu sei...
Sofremos, todos nós,
Mas não estamos sós,
E a dor que sai na voz
Vem do coração, oh sim, oh não!
Vem do coração,
Não se sinta só
não, não, não não se sinta só...
Tambem sofri muita dor
E a mão amiga veio, e ajudou
E a estrada que levou, tambem volta,
Já passou...
Sofremos, todos nós,
Nós não estamos sós,
Alguem vai te ajudar, Eu sei
Nós não estamos sós, Eu sei
Alguem vai te ajudar
Já passou, vai passar,
Alguem vai te ajudar,
Eu sei
Nós não estamos sós
Não, não, não, não,
não se sinta só...
Não estamos sós,
Não, não, não, não,
Ninguem está só...
Segure minhas mãos - 2015
Segure minhas mãos,
Não vá embora, não se afaste,
O que carrega é tão pesado,
E falar não faz que passe,
Que histórias traz consigo
Dentro do seu coração,
Venha aqui cantar um rock
É só um rock, meu irmão
É o bastante pra expulsar
Da sua vida a solidão,
Conte pra mim, mesmo em lamento
O que te vai no pensamento
Ninguém quer estar sozinho
Sente aqui, bem a meu lado,
Bem aqui onde eu me sento,
Venha aqui olhar a vida
Deixe a vida olhar voce
A vida quer te dar a chance
Se levante, encare o lance,
Pois do chão nada se vê...
Ultima dose
(2003)
Qual peças dispostas em pontos marcados,
Sem chance, sem saltos, sem pontes, sem par,
Fugindo apressados dos falsos afagos,
Dos risos infames de amores lesados,
Dos males e enganos que tanto me assombram
se juntam em combos pra ser companhia,
Qual restos de pragas, antigas, salgadas
Mantidas a base de banho-maria
Estou só´no meu quarto,
A janela é uma lente aberta pro espaço...
Sem sentido de tudo ... um saco, estou farto...
Sou presa no laço, levado em escolta,
Com os olhos da morte grudados em mim,
Perdido num mar de intenso receio,
não sei ou não creio, se os quero por perto...
Aguardando, impassível, o montar da revolta
Que vem toda noite ao findar cada dia,
Peço à noite: protele, se arisque
Só permita que o dia amanheça,
Quando eu já não mais tiver mais cabeça
Ou depois que eu me for, adernado,
E não vir derramar, a meu lado,
Minha última dose de uísque ...”
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