Que Saudade dos meus 15 anos

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É como se fosse um escombro sobre meus ombros sinto pesado, porque as ruínas do nosso passado nos pesam mais que o presente.

Meus olhos conquistadores estão sem cores e acinzentados, perdendo o brilho quando a alma se cansa de lutar por beleza.

Apesar dos meus olhos estarem marejados e o futuro incerto, eu já tinha em mim a certeza da verdade mais poderosa do universo, o fundamento da minha fé: o Cordeiro de Deus, Jesus, morreu por mim um dia para me dar vida e esperança, meditar nesse sacrifício, no quanto sofrimento Ele abraçou, como foi ferido e humilhado em favor de um pecador como eu, me fazia compreender que aquele amor silente e paciente me alcançava em todos os momentos da minha fraqueza.

Falo com a minha sombra como se fosse confissão. Ela não responde com palavras, mas conhece meus segredos. Permanece quando todos os outros vão, como testemunha muda. Às vezes a abraço e sinto que as coisas podem voltar a ser. Outras, a empurro e desejo que se torne apenas um traço.

Já caminhei sem direção, mas nunca sem esperança, ela me guiou quando meus olhos estavam cegos, e quando abri os olhos percebi, eu estava no caminho certo o tempo todo.

Reinventar-se não é apagar o que foi, é reutilizar com arte. Tomo meus escombros e deles faço abrigo novo. Nem todo passado vira cinza, alguns viram tijolo. Com esses tijolos construo portas que antes não havia. E ao atravessá-las, descubro paisagens que desconhecia.

Eu me reconstruí tantas vezes que já sei montar meus próprios escombros, sou especialista em renascimentos, e isso me dá orgulho, viver é arte contínua.

Meus medos não me paralisam mais, aprendi a carregá-los comigo, são sombras que me acompanham, mas não me definem, sou muito maior que eles.

A fé me salva de mim mesmo, dos meus excessos, dos meus impulsos, das minhas sombras, ela é minha luz interna.

Tal qual as folhas secas que dançam ao capricho dos ventos do norte, meus pensamentos errantes se deixam levar por um ser que jamais repousa em morada fixa.

As noites são oficinas pensantes e meus pensamentos são rabiscos que gritam, torturados e sem sentido, como se um cego fosse condenado a tropeçar eternamente sobre os cacos da própria existência.

Meus professores não tinham nomes gentis, foram a tristeza, o sofrimento e a incerteza. Nunca fui um bom aluno, por isso ainda tento decifrar suas lições.

Eu escrevo para não transbordar, o papel se torna meu confidente, onde meus pensamentos escorrem em rabiscos que carregam todas as minhas cicatrizes invisíveis, que além de mim, ninguém consegue as ver.

Meus pensamentos inquietantes são labirintos de fumaça, torres que se erguem em noites sem fim. Nunca dormem, nem se calam, e a tormenta que me acompanha é um vigia de cristal, refletindo em seus prismas cada medo que ouso sentir, cada memória que se recusa a morrer.

Cada desafio colou meus pedaços e me fez inteiro de novo.

Já fui menor que meus erros, sou maior que minhas correções, a autoexigência agora vem com compreensão, o balanço me mantém em pé.

Meus erros me trouxeram pulso, com ele corrijo-os e avanço, a direção é mais nítida hoje.

O respeito próprio nasceu do enfrentamento, não é soberba, é limite sadio, mantenho nele meus passos.

Meus limites foram redesenhados pela prática, hoje sei até onde posso rasgar sem perder a trama, a ousadia ganhou contorno seguro.

Meu passado foi um pedregal que feriu meus pés a cada passo. O terreno era árduo, coberto de espinhos e tropeços, e por vezes pensei em desistir. Mas hoje entendo, cada pedra teve um propósito. As dores que antes me faziam parar, agora me ensinam o valor do caminho. Nem todo sofrimento foi castigo, alguns foram lições disfarçadas de quedas, preparando-me para o chão firme que piso hoje.