Quarto Privacidade
Acordei com uma frase no pensamento
(hum que preguiça)
Em uma linda manhã como essa, (meu quarto é no porão)
Brisa boa, (30 graus em salvador) os pássaros cantando, (ou era tiro sei lá) mainha reclamando(do nada), os vizinhos no reggae(pelo menos nesse dia não fala mal), sexto! Pegada Disney.
Só que... não esquecia a tal frase...
O despertador tocou! Eu levantei,
(porque eu estava deitado ainda né)
pensei até em tomar café, tomar banho eee muito trabalho, pra cama voltei.
A frase ainda estava ali, não tinha respostas só nisso, pensei. Fiquei tão exausto... Advinha? Apaguei.
O novo dia surgiu sem mudar nada!
Brisa boa... e! Só Dormi 10min. Realmente, tinha algo me incomodando, doendo(sabe?) Machucando. (Lá ele).
A simples, frase. O que é amor????
Complexa, perigosa, difícil de compreender,
por outro lado, tão dócil! Meiga, carinhosa, assim falada, diariamente ela foge com uma simples palavra. Eu te amo!
Que arma! E mais uma vítima foi recebida com bala perdida.(manchete)
Amor?
Para sorrir ou chorar, unir ou separar, esquecer ou lembrar, viver ou matar,
Ou tudo isso? Sei lá...
O que é amor?
O que sinto por Deus? Só lembro quando preciso
O que é amor?
Comida? Ah, porque amo comer
O que é amor?
Apenas sentimentos? Me explica me ensina me mostre,me convença!
Como posso responder à pergunta, se nunca amei. Como posso amar uma pessoa, sem saber o significado da pergunta.
O que é amor?
Colega de Quarto
Era noite de terça-feira mas, para ela, os dias apenas passavam de forma consecutiva. Ela estava terminando de jantar algo que escolhera de forma bem consciente:
— Algo com valor desnutritivo que não me mantenha viva por muitas sequências de semanas.
A luz acabou.
Silêncio.
A TV desligou e interrompeu alguma coisa que ela estava olhando sem ver.
— Preciso me distrair de algum outro jeito.
Meio derretida pelo sofá, ela olhou em volta. Encarou aquela casa que parecia meticulosamente comprometida com o medíocre. Não que isso a incomodasse.
— Casa é só pra passar a noite.
Passou alguns minutos completamente inerte encarando a TV desligada até perceber na tela o reflexo de algo que deixava uma fresta de luz passar.
Ela não se lembrava mais que tinha uma janela naquela casa mas ao menos tinha conseguido esquecer da existência daquela cortininha terrível.
— Odeio essa cortininha terrível da antiga moradora.
Passou mais alguns minutos completamente inerte encarando a TV desligada, colocando numa balança imaginária o gasto energético para ir até a janela contra o peso do tédio que sentia.
Resolveu que valia a pena ir mas ainda tinha dúvidas.
Pesou as coisas em sua balança ainda mais duas ou três vezes e resolveu que valia a pena ir mas, ainda assim, hesitou.
Estava cansada.
— Estou cansada.
Ficou mais um tempo ali parada. Nem para respirar se mexia muito.
— Pequenos goles de fôlego já bastam para sobreviver.
Foi preciso a ameaça de uma reflexão vir à mente para ela, enfim, se levantar.
Ficou de pé e foi. Sentiu até orgulho de si.
— Quanta aventura para uma noite.
Com algum tipo de cuidado, puxou uma cordinha velha que fez subir a tal cortina encardida que estranhamente, era menor do que a janela.
Agora ela tinha acesso às duas folhas de vidro completamente embaçadas e que, ao invés de deslizarem suavemente iam quicando pelo trilho, fazendo um som alto e triste ao mesmo tempo.
— Parece o choro reprimido de uma dor profunda.
A janela, que nunca fora aberta por ela, parecia estar emocionalmente agarrada à sua própria moldura e disposta à frustrar qualquer esforço para abri-la ou fechá-la.
Ela pensou em desistir várias vezes mas já tinha aberto uma brecha.
— Vai dar mais trabalho fechar do que abrir.
Arrependida e, à esta altura, já com uma certa raiva, deu um forte solavanco que escancarou a janela.
Sentiu um vento frio entrar, desses que parece de alma penada.
Mas antes que a raiva a fizesse amaldiçoar a ideia, ela olhou.
Não só olhou, ela viu.
Uma imensidão de céu exageradamente estrelado, iluminado por uma lua que parecia estar se exibindo num tapete vermelho. Chegava a ser cafona de tão bela.
— Como pode o céu existir a tantas milhares de semanas e nunca estar cansado? Como pode ter tanta vida em algo rotineiro?
Foi exatamente ali que algo mudou dentro dela.
E enquanto seu cérebro finalmente voltava a fazer conexões neurais ao som de uma agitada sinfonia de Beethoven, sentiu um vulto passando por ela e percorrendo aquela casa toda apagada, iluminada só pela lua.
Ela viu a sombra se movendo, mas sabia que não havia mais ninguém.
Ela sorriu bem baixinho e voltou a olhar o céu.
Ela entendeu que a luz tinha voltado e finalmente o passado tinha ido morar em outro lugar cujo céu não iluminasse.
A solidão do quarto, onde o silêncio reina, e a imersão nos livros, um banquete para a mente, são os berços da nossa metamorfose intelectual.
A Joaninha...
Então Joaninha, você entrou no meu quarto...
Me mostrou o seu símbolo da sorte... do amor... da felicidade... da proteção... da renovação... e do equilíbrio.
Então Joaninha, você me mostrou que o número de manchinhas nas costas é o número de sorte de tudo que possa desejar para a minha vida!
Então Joaninha, obrigada por estar comigo para te admirar o quanto você é tão elegante, o quanto me mostrou a beleza da vida.
Então Joaninha, obrigada por me ouvir só coisas boas, porque ali senti uma forte energia positiva e me fez acreditar na minha fé.
Então Joaninha, quando te vi voar, você me respondeu para acreditar mil possibilidade para que o meu pensamento se torne real.
Então Joaninha, muito obrigada!
Com amor,
Robs
Hoje, ao fechar a janela do quarto, vi a lua cheia e percebi que o tempo está passando sem que eu note. É como se os momentos estivessem escapando das minhas mãos. É exatamente o que eu queria, mas agora me pergunto se é realmente o que eu preciso.
O REFLEXO NA CRUZ
O quarto tão só e iluminado
Pelo pirilampo de uma velinha
Frágil, ténue como a minha
Luz, que tremula este meu fado.
Paredes negras, uma cruz só,
Um teto como um céu a cair
Desabando em mim a sentir
A mágoa de morrer sem dó.
Rompem-se trevas, o negrume,
Explode em vulcões loucos a luz,
Refletindo os raios na cruz,
Parecendo que o irmão Jesus
Me olhava sem azedume,
Num odor de divinal perfume.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-09-2022)
ALTARES
Anos vão.
Construi e tenho no meu quarto
Numa cómoda velha de minha mãe,
Um santuário,
Tipo berçário,
Que acolhe alguns santos
Do reino que Deus tem.
Uns mais que outros, sacrossantos,
Para mim.
E assim,
Talvez pela memória
Feita só estória
De querer afastar medos e quebrantos
Em simples peças de barro,
Já em padecimentos de sarro.
E cada vez mais eu reparo
Que neste mundo às avessas,
A quem faltar fé ou faro
Baterá em portas travessas.
Ravessas, elas só se abrirão
Por senha ou pela beatice,
Sempre esta minha tolice
De não aceitar sermão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-03-2023)
Às vezes olho para o teto do meu quarto e vejo o universo (diga-se de passagem, uma visão incrível!) Outras vezes eu não consigo ver nada. As estrelas vêm de vez em vez, mas elas nunca ficaram lá por muito tempo.
Quantos choram num quarto solitário
E quantos sofrem num leito de dor
Quantos têm fome neste momento
E quantos se arrependem de terem nascido em tanta miséria
Quantos foram esquecidos, vagando como sombras
E quantos desistiram de existir diante de tantas derrotas
Quantos se desiludiram hoje e enfrentam o medo da morte
Quantos imploram por perdão como se fosse possível voltar atrás
Quantos estão sendo abandonados neste momento
Quantos que, depois de tanto amar, enfrentam a traição e a separação
Quantos carregam feridas profundas que nunca cicatrizam
Quantos se perderam e buscam dia e noite sem cessar
Quantos acreditam que acabou e desistiram de lutar
Quantos nem querem mais viver
Quantos estão tão iludidos que já vivem fora da realidade
Quantos desejam a morte
E quantos que, em meio à depressão, encontraram forças para cometer suicídio
Quantos só precisavam ser ouvidos
Quantos só precisavam de um abraço
Quantos só precisavam de amor.
O Anticristo
E disse-me ele: O quarto animal,
será o quarto reino de toda a terra!
E de todos os reinos será diferente afinal,
pois a toda a terra, fará ele muita guerra.
A pisará com os pés e a fará em pedaços.
Mas daquele reino, nascerão dez reis!
Um outro se levantará depois destes reinos,
e será pior que os primeiros, com as suas leis.
Ele abaterá a três dos reis primeiros,
e blasfemará do Deus do céu.
E matará os santos do Senhor, todos.
E porá as leis de acordo com o seu eu.
Ele dominará no mundo por sete anos,
E também por três anos e meio...
Mas o tribunal, não lhe permitirá mais enganos,
E lhe tirará, o que para isso ele veio.
Ele será desfeito totalmente até ao fim.
Não reinará mais o iníquo, não! Não!
Na terra não se achou lugar para ele, enfim,
O reino lhe foi tirado assim então.
Mas quer no céu quer na terra,
os "Santos" do altíssimo reinarão, para sempre!
Com Deus, não havendo mais nenhuma guerra!
E não haverá mais nenhum tempo!
Baseado em Daniel 7:23-28
"O vento à espreita,
me encontra só,
como um resoluto esteta,
que contempla luas de quarto-crescente
com algodão doce na soleira.
E assim,
O caos se aquieta.
Em livros e poemas,
busco a companhia de palavras,
para atravessar o ciclo
e alcançar a revoada."
'LIVROS'
Tenho livros trancados no quarto,
na sombra dos porta-retratos.
Em caixas escuras,
vagando nas ruas,
estrelas sem brilho,
perdido em armários...
Empoados pelo tempo,
a couraça das capas pouco se vê.
Eclodidos,
com meios-escritos.
Engavetados na ânsia de aplausos.
Inaproveitável nos seus mais belos sentidos...
Folheados pelas traças.
Folhas soltas lapidadas.
Sem interlocutores,
ou apercebidos.
Muitos extravios,
como a vida inesperada...
'MEU COLEGA DE QUARTO'
Ele sempre chora.
E perde as estribeiras.
Clama pelas razões que lhe sustentam.
Tem o coração do tamanho de um trem,
viajando por vilarejos,
perfeccionado o amanhã,
diferente do hoje...
Sonha com os pretextos,
esquecidos nas janelas.
Tem o coração remendado de razões banais.
Ele sofre,
como o copo quebrado,
perfurando a pele,
fragmentando abraços...
Tolo,
esquece bicicleta nas ruas,
fotografias no chão.
Espera sorrisos que não vem.
E aguarda esperança nos diálogos trazidos pelos ventos.
O presente fez-se maré,
e todos não entendem...
Ele é reflexo,
vidro polido.
Com suas lágrimas intermitentes e diárias.
O quarto está escuro e não se pode vê-lo.
Queria não sê-lo,
e não desejar-lhe imagens diárias.
Meu colega de quarto,
o espelho,
tão singular,
transparente,
sempre foge de mim...
Mais um dia se passou .
E eu agora deitada no quarto com o celular na mão.
A televisão não passa nada que me agrada.
Já já vou dormir.
Porque amanhã é outro dia .
Vou colocar um sorriso no rosto,
e fingir que tá tudo bem de novo.
Atrás de um corpo
se esconde,
um coração doente.
Que pede tempo.
Descontente.
Às vezes pela janela do meu quarto, observo o firmamento e tenho a impressão de que a vida escorre pela janela. E um escoamento lento, bem devagar. E uma espécie de adeus. Olho a lua, que testemunha de meus versos, ali derramei sonhos como quem pretende parar o tempo. Às vezes me pego contando os dias, com a ansiedade de quem espera o fim. Sinto o peso das lembranças, não sei se é saudade ou apenas o vazio me visitando outra vez. No cheiro da noite, muitas vezes chorei minhas tristezas, no meu entender, meu tempo aqui já acabou, preciso voltar, não tenho mais asas, onde estará o portal. Boa noite!
Em toda parte
No quadro, no quarto, a mesa ou caminhando sozinho, lá esta você com o sorriso mais bonito que já vi,
deixastes pra trás teu perfume, algumas fotos nossas e aquela mensagem,
me visitas no trabalho, senta-se comigo na calçada a noite, escuto tua voz nos sonhos e tudo isso parece tão real.
Volte logo! Preciso continuar escrevendo a nossa história.
O seu quarto é o espelho da tua alma. Arruma o teu quarto e estarás arrumando a tua alma. Limpar as coisas, arrumar as coisas, escolher as coisas essenciais e não ter tralha em casa, elimina toda tralha da cabeça.
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