Quando Morre Alguém que Amamos

Passamos a vida a mentir, até, sobretudo, talvez apenas, àqueles que amamos. Com efeito, somente esses podem pôr em perigo os nossos prazeres e fazer-nos desejar a sua estima.

Fazemos ordinariamente mais festa às pessoas que tememos do que àquelas a quem amamos.

Só temos coragem para com os que amamos amando-os menos.

É menos aborrecido ver a mulher que amamos ser possuída pelo marido que por um amante rival.

Os defeitos de quem amamos, devemos vê-los com os mesmos olhos com que vemos os nossos.

Estou convencido de que não apenas nos amamos nos outros, mas também nos odiamos neles.

Diante do amor existem três tipos de mulher: aquelas com as quais nos casamos, aquelas que amamos e aquelas que pagamos. Todas essas podem muito bem estar numa só. Começamos por pagá-la, depois a amá-la e, por fim, casamo-nos com ela.

Se amamos choramos muito, odiando jamais sorriremos.

Somos sozinhos com tudo o que amamos.

Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.

A moda morre nova. É isso que torna grave a sua leviandade.

O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo.

Hoje, setenta por cento da humanidade ainda morre de fome... e trinta por cento faz dieta.

Sem lei - a civilização morre.

Os homens vivem juntos, porém cada um morre sozinho e a morte é a suprema solidão.

É o vencedor moral que mais facilmente morre para vencer.

Administrar é como segurar um pombo em sua mão. Se você aperta muito, ele morre; se você afrouxa, ele voa.

O homem honrado não morre nunca.

Não morre aquele que pela virtude perece.

Quem tem a sorte de nascer personagem vivo, pode rir até da morte. Não morre mais... Quem era Sancho Panza ? Quem era Dom Abbondio ? E, no entanto, vivem eternamente, pois - vivos embriões - tiveram a sorte de encontrar uma matriz fecunda, uma fantasia que soube criá-los e nutri-los, fazê-los viver para a eternidade!