Quando mais Precisei de Ti

No Ouintana's Bar,
sou assíduo cliente.
É um bar que não é bar,
é um bar diferente.

Hei de seguir eternamente a estrada
Que há tanto tempo venho já seguindo
Sem me importar com a noite que vem vindo
Como uma pavorosa alma penada.

Sem fé na redenção, sem crença em nada
Fugitivo que a dor vem perseguindo
Busco eu também a paz onde, sorrindo
Será também minha alma uma alvorada.

Onde é ela? Talvez nem mesmo exista…
Ninguém sabe onde fica… Certo, dista
Muitas e muitas léguas de caminho…

Não importa. O que importa é ir em fora
Pela ilusão de procurar a aurora
Sofrendo a dor de caminhar sozinho.

Param as fontes a beber-te a face.

A glória assemelha-se ao mercado: por vezes, quando nos demoramos, os preços baixam.

As coisas, em si mesmas, não são grandes nem pequenas, e quando nós consideramos que o universo é vasto, trata-se de uma ideia meramente humana.

Para que serve um advogado honesto quando o que você precisa é de um advogado desonesto?

As mulheres adivinham tudo; elas só se enganam quando refletem.

Falar alto para quê? Poupa as forças, fala baixo. Poderás talvez assim ser ouvido ainda, quando os outros que falam alto se calarem estoirados.

Todo o homem precisa de uma mulher honesta, e, quando a encontra, precisa de uma desonesta também.

Quando tiveres cumprido o teu dever, resta-te ainda outro: mostrares-te satisfeito.

Esta é a primeira consequência que sobrevém quando no mundo alguém deixa de mandar: que os demais, ao se rebelarem, ficam sem tarefa, sem programa de vida.

O amor é vida quando não é morte; é berço e também sepultura.

Como o mundo é claro e belo, quando não nos perdemos nele, e como é escuro o mundo, quando nos perdemos nele!

Nunca se pratica o mal tão plena e tão alegremente como quando praticado por um falso princípio de consciência.

Quando se tem a lanterna de Diógenes, tem que se ter o seu cajado.

A maldade pode muitas vezes sacrificar-se a si mesma: é quando renuncia voluntariamente a uma vantagem pessoal para vantagem de outrem.

Por vezes a curiosidade abre novos horizontes, quando não, acende a chama do entusiasmo para procurá-los.

O perigo desaparece quando ousamos enfrentá-lo.

Quando o padre apoia uma inovação, ela é má; quando se lhe opõe, ela é boa.

Quando Jean-Paul Sartre morreu, era Simone de Beauvoir quem eles deviam ter enterrado.