Quando as Coisas Pioram

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Rapaz, diz pra ela que o meu bom dia ainda é dela. E que, se der, outro dia a gente se esbarra e eu levo umas flores pra ela. Faz dela um porto inseguro pra não se deixar levar pela rotina da maré calma. Beija o nariz dela que ela acorda na mesma hora e ainda dá uma espreguiçada com um sorrisão de partir o meu coração por não poder mais acordar ao lado dela. Ô rapaz, cuida dela com ternura. Essa garota precisa de alguém com tempo e com todo o coração do mundo pra entender a alma dela. Deixa ela descansar a cabeça no seu ombro, mesmo que você sinta um pouco de medo de se mexer. Eu nunca consegui ficar quieto com ela do lado.
Diz pra ela que ela é meu sonho bom. E que vai ser dureza não ter ligação nenhuma no meu celular pra responder. Coloca um toque personalizado, mas não escolhe nenhuma música especial pra vocês dois, rapaz. Puxa pruma valsa que ela sabe dançar bem demais. Ela tem um jeitinho de fugir dos meus braços que dá gosto. E não cai na armadilha dela, não. Se enroscar no pescoço dela é perigoso porque você pode ficar ali por tempo demais e se esquecer de olhar bem nos olhos dela. Diz pra ela que eu sei que eles não são castanhos, rapaz. Os olhos e ela são doces como mel. Dá pra sentir no gosto do primeiro beijo na chuva. E carrega sempre um remédio pra alergia na carteira. Dá pra prevenir os olhos dela de lacrimejarem por algum motivo bobo. Cuida bem pra ela não chorar, viu?
Diz pra ela que eu guardei os ingressos do nosso primeiro cinema e que ontem tava passando o filme na Sessão da Tarde. Pergunta se ela viu e se lembrou de mim durante os comerciais. Pergunta se ela ainda discute Godard com alguém ou se gostou de algum blockbuster recente e não quis confessar. Rapaz, ela sabe de tudo no mundo. Puxa assunto com ela, mas não deixa o silêncio consumir vocês dois. Ela é tagarela demais – e boa coisa não é se ela começar a ficar quieta. Aquieta o rosto no colo dela e deixa uma barbinha rala pra ela sentir cócegas. Ah, você faz bem em levar dois edredons pra cama porque senão corre o risco de passar frio. Ela é meio egoísta durante o sono. Diz pra ela que eu sinto falta das conchinhas e que até parei de reclamar da dor nos braços. Abraça forte sempre que der e escreve uns poemas também. Garanto que ela vai te inspirar a escrever um livro inteiro.
Ô rapaz, diz pra ela que eu soluço só de pensar em como vai ser daqui pra frente e que o meu norte foi embora junto dela. E diz também que eu reconheço que ela deve ser mais feliz com você do que comigo. Diz que eu não me conformo, mas vou tentar pensar nisso como um desvio de percurso – e que, até a gente se reencontrar, eu vou tentar garantir a felicidade dela por meio de umas dicas e recomendações que eu vou dar pra você. Ela gosta de beijos molhados e pouca agilidade na hora de se despir. O suor dela tem um gosto bom, rapaz, então não precisa – e nem pode – ter nojinho com ela. Compra cerveja ao invés de vinho e põe o chinelo dela na entrada pra ela se livrar logo do salto quando chegar. Não trabalha muito até tarde porque ela vai depender de alguma atenção sua pra ter certeza de que fez uma escolha justa em me deixar. E fala sobre música, sobre algo de blues e jazz e deixa ela sentar pra tocar piano naquele restaurante grã-fino dos Jardins. Diz pra ela que eu aprendi uma partitura pra poder me lembrar dela.
Cuida bem dela e diz pra ela que um dia a gente se encontra se ela resolver que dá pra ser feliz aqui. Mas se ela preferir ficar por aí, faz dela o seu grande amor, rapaz. Diz pra ela que a solidão só anda doce porque eu ainda penso nela. E dá um beijo de boa noite na testa dela por mim, rapaz. E não precisa dizer nada depois disso. Ela vai fechar os olhos e se lembrar de mim.

Beijo na testa. E eu achando que ele não tinha desistido. Que não teria esquina, nem curva nenhuma que me fizesse perdê-lo de vista. Que não teria grito alto demais, arranhão de raiva ou choro no silêncio que o fizesse dar meia volta e ir embora. Ele não tinha força nos braços pra carregar a gente, e me carregar sem amor ardente. As mãos suadas e aquela premissa de que ele era realmente um moleque. Dureza é voltar pra casa com os olhos borrados e contar pra minha mãe que ela tinha razão. Ele não saberia lidar com nada disso. É quando estabiliza, quando acontece a vira que a gente descobre quanto vale o jogo. Ele veio com um zap, e eu só tinha uma espadilha de nada. Não dava pra lutar sozinha se o nosso truco é jogado pra dois. Não dava pra continuar quando a aposta é doze e ele abandona o jogo no meio. Pior é constatar que não era blefe e que a mão dele era leviana. Resultado: na testa.
Eu tenho um pouco de medo disso. Não, não é dela. É disso que a gente tem. Que me sufoca, mas não é um sufoco forçado. Bate junto com a angústia e parece que o peso do mundo amolece as minhas pernas e elas ficam bambas. Os braços ficam dormentes com a disritmia do coração. E eu sou só mais um desses meninos que se mascaram de fortes. Com músculos, um pouco de barba e um tanto de solidão pra dar charme. Mas é quando estabiliza que a gente entende o rosto. Não tem ruga nenhuma e dá pra perceber que a gente é muito novo ainda. Tem muita coisa pra viver, e eu não sei lidar com as coisas quando elas saem do controle. A garganta fica seca quando eu percebo que as coisas estão indo por um caminho que eu não sei prever. Não tem mais aquela falta de ar, mas a atmosfera é leve com ela. Não precisa muito de pôr-do-sol pras coisas ficarem bem. E se eu perder tudo isso? Eu corro. Largo as cartas na mesa e vou sem nem olhar pra trás – porque se eu olhar, eu volto.
Você era o mundo pra mim, e decidiu não ser mais. Eu só queria um amor, e você queria o resto. Você queria pausar as coisas, e eu o controle remoto da TV. Você queria ter o controle, e eu me jogar de bungee jump. Você queria que eu ficasse, mas eu fui embora algumas vezes também. Você queria um final feliz, mas a gente só era feliz e eu resolvi não dar final. Eu só queria fugir e você queria misturar o meu discurso e me levar a algum lugar com nome e endereço conhecido. Você bateu a porta, mas eu também. Dava pra sentir a sua mão do outro lado da maçaneta – e por que você não me puxou? A gente girou junto e eu caí na minha cama, e eu também caí pra fora da vida. Eu fui crescer, mas você quis ficar. Quem é que vai substituir o seu rosto nas fotos do meu quarto? – e quem vai me mandar combinar o tênis com a bermuda direito? Eu vou correr, mas um dia eu volto. Se você voltar, eu corro. Bati a porta depois que você saiu, e não tem toc toc que me faça abrir de novo. Boa sorte com isso, e pra você também. Até mais, e eu te amo.
[E é nos desencontros da vida que a gente vê que uma cena qualquer é como o amor. Que não precisa ser bonita ou fazer sentido. Que não precisa ter motivo aparente ou fechar nas reticências. É nos diálogos entreportas, de portas batidas, de corações partidos que a gente vê que a maioria de nós quer a mesma coisa. Que a gente só quer um amor.]

⁠Tudo que é gostoso acaba sendo ruim.

Inserida por pensador

⁠Esse é o problema do luto. Ele não passa se a gente chora, come demais ou dá uns socos na parede. Ele simplesmente fica. E você precisa sobreviver a ele, precisa suportá-lo, precisa conviver com ele. E essa é a coisa mais difícil do mundo.

Inserida por pensador

⁠O que eu diria a mim mesma de 22 anos? Eu diria: pare de se preocupar com o seu peso. Alimente-se. Literalmente. As pessoas que merecem o seu amor vão te amar mais ainda por isso. Eu também diria que a maioria das coisas vão ficar bem com o tempo, mas não tudo.

Inserida por pensador

⁠Algum dia, você vai pensar naquele Natal em que sua mãe te deu um casaco amarelo mostarda que ela economizou por meses para comprar. Não o pegue e diga que é longo demais para o seu gosto, pesado demais e talvez até quente demais. Porque a sua mãe vai falecer na primavera. E aquele casaco será o último presente que ela te deu.

Inserida por pensador

Algumas pessoas não sabem o que fazer com sua dor. Então elas descontam em quem está por perto.

Inserida por pensador

Uma mulher chorando fazia eu me sentir como se estivessem me despedaçando de dentro para fora, uma arma que eu nunca revelaria a alguém.

Inserida por pensador

Eu não conseguia parar de querer que a órbita dessa mulher se sobrepusesse à minha. Era um jogo estúpido e perigoso que eu estava jogando.

Inserida por pensador

Algumas pontes desfeitas não podem ser reconstruídas.

Inserida por pensador

Eu sabia que era um erro. Mas era um que eu queria cometer.

Inserida por pensador

Às vezes as pessoas não sabem como pedir o que realmente precisam.

Inserida por pensador

É você que tem que viver a sua vida. Não peça desculpas a outras pessoas pelas decisões que você toma por si mesma.

Inserida por pensador

A perda fazia parte do amor.

Inserida por pensador

Nós dois só queríamos que alguém nos amasse o bastante para compensar todas as vezes que não tínhamos sido o suficiente.

Inserida por pensador

Nós temos um fraquinho por homens feridos… Achamos que podemos ser aquelas que vão magicamente consertá-los com o nosso amor.

Inserida por pensador

Uma história de amor que nunca aconteceu

Vejo você do outro lado da calçada com um sorriso meio bobo que vai fazer as minhas pernas balançarem. É a primeira vez que te vejo, depois de trocar tantos bilhetinhos. Você vai chegar meio tímido, e eu vou te puxar pra perto. Não vai precisar de palavras. Você vai arfar por nervosismo ou preocupação, e eu não vou saber fazer a menor diferença. Te vejo ajeitando o cabelo com um gesto que vou amar, e depois vou imitar te arrancando risos e xingos. Eu já sinto saudade dessa cena como uma lembrança especial guardada nas velhas caixas de sapato. Como é possível sentir saudades do que nunca vi?
Sinto o cheiro do teu perfume de longe. É o mesmo que você usava na mesma esquina imaginária num dia em que nunca nos esbarramos pela primeira vez. Consigo imaginar perfeitamente porque as tuas letras sempre vêm transpirando lindezas. É o cheiro que eu vou associar a chegada, carinho e amor. Penso que vou me entregar ao prazer delicioso de passear pelo teu pescoço antes do nosso beijo… O beijo. Dá pra sentir a tua boca se movendo pelos cantos, fazendo rodeios e parando no ponto exato em que encontro a sua. O mundo vai parar, embora tudo pareça tão normal. Só a gente sente essas coisas de infinitos particulares.
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Escuto as nossas briguinhas. Ouço cada palavra em minha mente. Eu não vou suportar a tua bagunça e o teu jeito desastrado. E, no meio da confusão de gritos e palavrões, você vai largar aquele sorriso (sim, o mesmo sorriso bobo), e eu vou me esquecer de tudo. Você tem algo de infantil e delicado nos teus gestos, que eu só sei que vou querer te proteger e te colocar no colo… Escuto o teu pedido de desculpa e aceito imediatamente, mesmo sabendo que vai acontecer tudo de novo. E de novo. Essas briguinhas de amor serão ternas e eternas. É normal essa saudade do que nunca escutei?
Eu nunca te vi, te cheirei e te ouvi. Mas já te desenhei, colei o teu retrato junto ao meu e aprendi a amar esses sorrisos que vêm na minha imaginação. É dessas histórias que nunca aconteceram e que a gente sabe de cor. De coração. Quando você se afastar, eu vou guardar o teu gosto em mim. Uma pena que você não fique impregnado feito cigarro pelos meus cabelos e pelos meus tons. Nos dias nublados, vou me recordar com afeto do silêncio-tum-tum-tum-tum. E tudo volta a ser poesia.
Sim, estou com saudades das coisas que nunca vivi. Apenas porque dias nublados são sempre dias de recordações e poesia. E silêncio.
Tudo ficou meio quieto. Você também tá aí me imaginando junto de ti?

Inserida por carlinharios

"Eu bebi pra ver se o mundo rodopiava na minha frente e me deixava de frente pra alguma versão de você que me quisesse."

Inserida por carlinharios

"Foi nos seus lábios que eu encontrei o que eu não sabia que estava procurando esse tempo todo. Menina, bastou eu estar ali uma vez, pra eu ter certeza que era ali que eu queria estar o resto da minha vida. Meus lábios tem o molde dos seus e agora parece difícil me encaixar em outros."

Inserida por carlinharios

Carta a quem já me disse Adeus.

Eu não vou me desculpar pelo lado ruim, nem me perguntar por quantas vezes você pensou em ir embora antes de fazê-lo. Não vou me ater aos rabiscos, aos malfeitos, às partes tortas e a nenhuma dessas coisas que passam pela nossa cabeça assim que somos abandonados. Não vou te culpar por alguma crise de choro ou por alguma cirrose futura, nem espalhar aos quatro ventos alguma história que me torne vítima e tiranize você.
Eu vou sentir sua falta. Aliás, eu já sinto. Sinto que eu deixei escapar a minha melhor chance de ser feliz – e isso não é nenhum estado depressivo que se agrava e se repele automaticamente depois de algum tempo. É conformismo. Constatação das brabas. Daquelas verdades inconvenientes que são pregadas na parede do quarto feito papel de parede que a gente não escolheu. E nem adianta tirar porque a pintura vai descascar e esfarelar tudo. Vai sujar o chão. E as marcas de que um dia eu te perdi vão continuar ali – nas ruínas de um quarto velho e torto no segundo andar de uma casa desalmada qualquer.

Adeus serve pra gente reconhecer no rosto de quem vai embora alguma história da qual tenhamos participado. Os traços do outro vão sempre contar um pouco da gente – principalmente quando a gente ajuda a carregar as caixas, com o coração na mão. Você tinha olhos baixos e meio marejados, e eu sabia que era de saudades da brisa da casa de praia. Dos passeios de barco. Do céu estrelado. E me olhou com tanto carinho antes de me beijar a testa – e eu sei que isso significou muito pra você. Que você foi embora com o coração dilacerado. O meu, em 3/4 e o seu em 7/8. Grudou as mãos suadas antes de devolver as alianças. Mas parece que fez uma força extra-humana para tirá-las dos dedos – é que o costume molda a gente, ainda mais se é voluntário. Moldou o seu corpo. Desacostumou-se aos outros. Se rendeu a minha forma. Mas agora você vai embora quebrada, e eu também. Cada caco reunido com o pouco de força que a gente ainda tinha. E nós deixamos as fotos na estante. Pra lembrar que aqueles dois se amaram, e que amor que é amor não se acaba.
Você foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo – e só Deus sabe como eu amei você. Do meu jeito, mas amei. Com pretensões, com modos de indicativo e imperativo, sem modo algum, com gentileza e cadeiras puxadas pra você cair diretamente nos meus braços. Com trinta e sete minutos de conversa antes do dentista, com pano e água gelada pra baixar a febre, com o coração na mão pra pedir desculpas depois de ter feito você chorar. Amor não se acaba, morena. Amor fica intacto no espaço e no tempo. A gente é que muda e faz dele fantasia. Abstração. O factual continua com a vida, mas o amor ficou guardado entre o dia em que você me disse que não entendia nada disso de amor, e o dia em que me deu Adeus. Suspenso no ar. Como se ele desacreditasse piamente naquele vocabulário extenso que englobou a nossa despedida.

Inserida por carlinharios

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