Quando a Gente Cresce
Todo dia a gente perde um pouquinho da nossa identidade por causa
de medos padronizados e cobranças coletivas. Antes de descobrir qual é a nossa turma - seja a turma dos bem-sucedidos, dos descolados, dos espertos - é bom estar
agarrado ao que nos define, e isso a gente só vai descobrir se estiver em contato com nossos sentimentos mais primitivos. Não é preciso ir ao Alasca, não é preciso
radicalizar, mas manter-se fiel à nossa verdade já é meio caminho andado.
O tempo é rei, a vida uma lição. Um dia a gente cresce e conhece a nossa essência, ganha experiência... Aprende o que é raiz e então cria consciência.
A gente cresce, fica alto, mais velho... Mas, na maioria dos casos, a gente ainda é um bando de crianças correndo no parquinho desesperados para entrar num grupo.
Aí a gente cresce e descobre que a vida é bem diferente da fantasia, que a bruxa não é tão má, que o príncipe virou sapo e fugiu na carruagem com o lobo mau e que o final feliz é a gente que faz.
Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.
A beleza é como as romãs, cujo efeito é de pouca duração; acostumando-se a gente a elas, deixam de se sentir.
A gente não escolhe o próprio assunto. Eis o que o público e os críticos não entendem. O segredo das obras-primas está nisso, na concordância do assunto com o temperamento do autor.
As empresas existem para criar e preservar seus clientes. Não para criar produtos, como muita gente imagina. Os produtos são efêmeros; os clientes não.
A lei é como uma cerca - quando é forte a gente passa por baixo; quando é fraca a gente passa por cima.
Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.
