Quadra de Amizade

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MEU QUINHÃO

Meu retrato na parede...
Não bebe água, nem sede
a esperança em seu olhar
todavia, vive verde.

É terra seca rachada
é pesadelo sob rede
cabo seco com enxada
e esperança, toda verde.

É vento secando sertão
estrada que passos prende
é fé amarrando coração
é aprende no seu alpendre.

E o velho prato da casa
sobre mesa, seu esmalte
tudo exposto na tabua
com tabuada de quilate.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Bem pessoal, ou "Pessoando"
(Nilo Ribeiro)

Um amor leve,
me fez apaixonar,
mas foi um amor breve,
a saudade me fez chorar

escrever em quadras,
de modo bem pessoando,
me faltam palavras,
mas continuo te amando

não faz sentido,
escrever assim,
um amor perdido,
e a saudade em mim

as quadras que poetizo,
são todas de amor,
nelas eu exorcizo,
toda minha dor

são quadras, não poesia,
não há sentido completo,
talvez se ela voltar um dia,
eu faça um grande verso

remendar,
é pior que refazer,
te amar,
é melhor que escrever

quadra não tem enredo,
nem faz parte da vida,
é apenas um enlevo,
para a mulher querida

não tem fechamento,
não tem final,
tem apenas o lamento,
de um poeta passional...

Inserida por NILOCRIBEIRO

O MUNDO

Navego dentro de mim
o rumo que o mundo esqueceu
procuro o dono de tudo
e esqueço, que o mundo, sou eu.

Esse mundo se foi com as flores...
Floresta, norte sul, leste oeste
adeus frutos, adeus amores
tudo hoje, tornou-se agreste.

Com toda água poluída
até mesmo nos lençóis...
O chão, sem verde, sem vida
o ar, não é mais para nós.

Os rios estão soterrados
pelos arados do chão
os peixes, todos finados
não sustentam mais coração.

Cadê os machados que um dia!
Propagaram esse meu fim
hoje jaz! Estão finados
nem esperaram por mim!

Mas eu vou, um dia vou...
Como todos que estão indo
nesse dia de muito horror
vou com tudo aluindo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MUNDO OVO

Meu cavalo corredor
pelos trilhos, pelas tardes
vai marchando ao por do sol
para matar as saudades.

Todo dia voa aos ventos
galgando seu arrebol
entrega-se aos sentimentos
no tempo do por do sol.

Vai cavalo em sua chama...
Chamegando de paixão
pela poeira, pela lama
com fogo em seu coração.

Cal vague em seu por do sol
em cada noite um dia novo
disfarça do povo o anzol
nesse nosso mundo ovo.

Antonio Montes 2

Inserida por Amontesfnunes

SE PERDE

Se perde logo ao nascer
na vida que se dissipar
na criança de você
em palmadas que ínsita.

Se perdeu quando andou
com seus passos e passadas
pisou falso e escorregou
perdeu-se na encruzilhada.

Na vida jovem, nas jardas
perdeu-se para não morrer
e p'ra sanar a fome da casa
esqueceu-se de se perder.

Perdeu-se nas águas do norte
carregada da cacimba
caneca no fundo do pote
mata sede com a moringa.

Se perdeu querendo achar
o rumo leve da vida
na tarde que levou chorar
com a partida perdida.

Perdeu-se por um acaso
no causo alto dos planos
o mundo ficou em arraso
no juntamente dos anos.

Perdeu-se em sua subida
para o alto pico do estima
depois perdeu na descida
sem se encontrar com a rima.

E quando tentou voar
se perdeu em meio aos ventos
e embrenhou-se nas feridas
feitas pelos sentimentos.

Perdeu-se na serenata
com olhar pela janela
nem de perto não pensava
que seu reinado era d'ela.

No caminho para o trabalho
se perdeu na profissão
depois, disputou a fila
com toda fé dos cristãos.

Perdeu-se em sua junção
de amor pela promessa
e enterrou-se na solidão
distanciou-se da quermessa.

Um dia perdeu o voou
antes mesmo de voar
chorou pelo seu amor
sem ter tempo de amar.

E na estrada da vida
perdeu o jeito de viver
estava ela, tão colorida!
Quando perdeu p'ra morrer.

Saiu perdendo em tudo
até mesmo p'ra ganhar
nunca cismou que o mundo
se perdeu para chorar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

RODAS RODAM

Roda que roda o chão
para fazer mungunzá
suga a cana do bagaço
só p'ra ver caldo jorrar.

Roda a casa de farinha
a mandioca e a rapadura
fornalha com sua chama
vida com sua amargura.

Roda pipa sobre o vento
borda o sol no azul do céu
abobalha os sentimentos
logo abaixo do chapéu.

Um dia a roda rodou
sem ter tempo de parar
rodou as lagrimas do amor
nas ondas alem do mar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ALUIR DA LUA

A lua, alua com sua prata
e vai reluzir com eu manto
as cachoeiras e cascatas
com as flores lá dos campos.

Vai iluminar o agouro
transado pela noite escura
ouvir, gritos seguidos de estouro
e os pios das velhas corujas.

A lua, alua com seu véu
junto as estrelas do firmamento
e deixa seus rastros no céu
rubricando seus sentimentos.

Depois segue para aurora
chorar a esperança sua
sem o seu sol vai embora
e deixa saudades nas ruas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BATE PILÃO

Bate mão, bate pilão...
E a correia da escravatura,
bate as lagrimas do coração
no tremor da vida escura.

Bate a saudade danada...
Dos sentimentos passado,
bate o coração da amada
de amor por seu amado.

Bate pilão bate peneira...
Sobre o vento com arroz,
bate a vida derradeira
pelo futuro ao depois.

Bate todo suor do rosto...
Pelo imposto a ti proposto
as vontades dos seus gostos
batem, quebrando os ossos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

GOMAS DA PAIXÃO

Aroma de corpo
corpo sob toalha
toalhas em gotas d'água
água em fina camada.

Camadas de desejos
desejos trepidos de volúpias
volúpias movidas a beijos
beijos em marcha a galopar.

Galopar na paixão
paixão de brasas e labaredas
labaredas atiçando fogo
fogo que a ti segreda.

Segreda em seu casulo
casulo que lhe dão gomas
gomas de vontades pesponta
pesponta e aponta o aroma.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

QUINTAL DO MUNDO

Descidas, escadas empurram
empurram pés, pelos degraus
degraus da vida arfa o fôlego
fôlego, cheira, no quintal.

Quintal... Inicio do mundo
mundo fundo, sempre enterra
enterra o corpo sob terra
terra que devora a treva.

Treva, leva o peito seu
seu leito de água e mar
mar de bruma que empurra
empurra eu seu velejar.

Velejar pela verde vida
vida ventos, panos finos
finos trato de um futuro
futuro passos de menino.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VOZES ESQUECIDAS
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Com patuá e caneta
canetas p'a rascunhar
rascunhar coisas da vida
vida poeta e poetar.

Poetar o olhar nos olhos
olhos misera, falta de pão
pão negado ao inocente
inocente exposto ao cão.

Cão fome e moscas
moscas a voar os restos
resto de uma vida louca
louca pobre sociedade.

Sociedade de clamores
clamores, voz esquecida
esquecida os seus amores
amores de simples vida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CAMINHOS DE UM POETA

Pelos caos e os escombros
pelas restas, pelas frestas
vai o poeta e seu ombro
movendo poesia reta.

Diz da ganância e fome
recita a falta de pão
mazelas dos homens grandes
e a incoerência do coração.

Das lagrimas dos inocentes
os sonhos dos aprisionados
grilhões de toda essa gente
pela expansão do condado.

As vezes, pétalas de flor
com orvalho da manhã
das tristezas e do amor
e os espinhos do divã.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BONECA DE SONHOS

Boneca de pano
com todos esses anos
perdeu-se nas linhas
dos planos que fiz.

Você embreou-se
na maquina do mundo
se desfez em engano
como risco de giz.

Boneca de pano
em maquina de mão
cutucada com dedal
e pesponta coração.

Com linhas dobradas
e pontos do passado
a vida dourada
perdeu-se no fado.

Boneca de pano
sem planos de sonhos
deixou-me sem sono
com seu abandono.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A REDE

Que rede é aquela...
toda cheia de nó
fica quieta na dela
colhendo seu pó.

Bate o pé, bola rola
vai na dela, olhe a mão
a rede então desenrola
aos aplausos da nação.

Que rede é aquela...
que faz feliz e infeliz
com grito, lá vai ela!
e o silvo apito do juiz.

Uni o mundo e fundo
pra ver o desenrola
no mundo, todo mundo
já gritou... Olhe a bola.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PASSADO FUTURO

O amanhã eu passarei
todos vocês irá passar
e os que irão, passarão
passarão para ficar.

Quem não passa fica...
Na vontade de passar
quem passa, se agarra
com vontade de chegar.

Como passageiro do mundo
com meus passos, eu passo
passo devidamente apressado
para o futuro que será passado.

Ficará guardado, o presente
no passado bem ausente
o qual baterá no momento
no presente, consciente.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A CAIXA

Caixa legal!...
D'água de som
de açúcar de sal...
balas e bombons.

Caixa de brita grita!
Com picareta no ar
e a careta até irrita
para a dita se quebrar.

Caixa de show, estressada
com seu eco pelos ouvidos
em grito alto por nada
pelo ar todo estendido.

Caixa d'água fria, boa
sempre à cima, gelo chuva
serenos, nuvens, garoas
caixa de encaixar pessoas.

Remexendo seus segredo
a caixa que guarda magoa
tanta draga que faz medo
fazendo furdunso n'água.

Na caixa d'água o peixe
com seus deixe e queixes
vivendo com enfeite
em mundo, com seus feites.

Caixa de macha que encaixa
na carreira do seu tempo
pela engrenagem da caixa
vai encaixando o momento.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NA GAVETA

A minha gaveta velha,
além de rígido para abrir e fechar...
ainda guarda cacos e cacarecos
e grilos que vivem a rondar.

... Peças velhas, recibo de frete
bilhetes de escrito amassado
cartas manchadas, confetes
de um eterno carnaval passado.

Grampos e bob's para cabelos
um broxe estorvando um canto
guarda também um lenço branco
que um dia, enxugou seu pranto.

Pregos, canetas, tachinhas
ate uma meia velha, vi ali,
ali só tem coisas minhas
mas tantas, que nunca vi!

Um enredo de um segredo
segredo que quis preservar
... Preservar, todavia é sedo
para um dia, em segredo chorar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A CHAMA

Beijo na boca louca
molhou pedaços de mim
molhou minha voz rouca
me fez feliz, me fez sorrir.

Fez meu coração pulsar
como asas de um beija-flor
meu corpo na sede de amar
meu peito, doido de amor.

As vontades explodiram
E vagaram na imensidão
seu beijo é tudo aquilo
que atiçou minha paixão.

Sem seu beijo, hoje me vejo
um pássaro no chão sem asas
toda vez que eu te beijo
minha chama vira brasa.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BIELA DO TEMPO

Bate sol, sobre janela
em amanhecer tão lindo
luar de luz, pura e bela
sorrir ao dia surgindo.

O galo no seu terreiro
bate asas a cantar
com ar magico faceiro
puro límpido respirar.

Pássaro no alto galho
canto e suas notas
farra em seu farfalho
maestria com chilrear.

Piaba lá no riacho
salta alegre ao navegar
marinheiro é macho
sereia sabe encantar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MINHA PAREDE

A minha parede, tem verde,
assim como o horizonte..
parede secam, tinta verde
rede estendida, suave sede.

Na minha parede, tem sonho
nesse mundo assim medonho
sonhos que morrem tristonho
muito antes do abandono.

Na minha rede, tem teias
que no balango se estapeia
tantas peias em minhas veias
que minha vida encandeia.

Na minha parede, tem rede
que aos meus sonhos, laça
um dia eu sei minha parede
mudará essa minha raça.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

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