Prosa de Casamento

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Vamos admitir: o conceito de bom pai foi inventado há uns 30 anos. Antes disso, esperava-se que fossem caladões, ausentes, irresponsáveis e egoístas. A gente diz que quer que eles mudem. Mas, bem lá no fundo, a gente os aceita. Nós os amamos por esses defeitos, mas as pessoas não aceitam esses defeitos numa mãe.

Inserida por pensador

Durante toda a minha vida, pensei que a história terminava quando o herói e a heroína ficavam juntos, em segurança - afinal, o que é bom o suficiente para Jane Austen deveria ser bom o suficiente para qualquer um. Mas é mentira. A história está só começando, e todo dia será uma nova peça do enredo.

As pessoas acham que é errado amar no primeiro encontro. Errado é você não demonstrar o que sente, por medo do que as pessoas irão pensar, ou do que elas venham dizer. Se em um mês de namoro, você está amando, então ame, demonstre e mostre para o mundo. Pare de pensar pela cabeça dos outros e comece a pensar com a sua. Demonstrar amor, não assusta e machuca tanto, como passar a vida toda sem dizer o que sente.

Estou lhe pedindo que se case comigo porque a amo, porque não consigo imaginar a vida sem você. Quero ver seu rosto de manhã, depois à noite, e cem vezes ao longo do dia. Quero envelhecer com você, quero rir com você e suspirar para os meus amigos, reclamando que você é mandona, mesmo sabendo, secretamente, que sou o homem mais sortudo da cidade.

Sempre fui o tipo de menina sonhadora. Aquela que assistia mil vezes cada um dos contos de fadas, usava os velhos vestidos da mãe para se vestir de princesa e criava um mundo de "faz de conta" na cabeça. Uma criança que vivia no mundo da lua, no mundo dos sonhos, da imaginação... Cresci, e continuei igual. Eu queria tanto, mais tanto, um casamento lindo e perfeito com tudo que tinha direito, inclusive, é claro, um príncipe para chamar de meu. Eu idealizei esse dia. Idealizei o casamento, a vida toda. E idealizava o príncipe também, perfeito, como nos contos de fadas. Pois nos contos o príncipe só vem para trazer a felicidade eterna. Hoje, faz UM ANO que estou casada. Bodas de papel. O dia oito de Junho foi inesquecível, um momento mágico para sempre. A realização de um sonho, a concretização de um momento ansiosamente esperado por quase todos os dias da minha vida. Lembro desse dia com emoção e com gratidão, por Deus ter me permitido vivê-lo. Pois bem, mais disso tudo, acho que todos já sabem. A pergunta que escuto quase todos os dias desde que casei é: "E ai? Como está a vida de casada?" É claro que nessas horas, eu resumo com um simples "vai bem". Mais a verdade é que em um ano, já tenho muito a dizer. A primeira é: Não, não é um conto de fadas. E também não, meu marido não é nenhum príncipe e nem consegui o meu "Felizes para sempre". Muitos dizem que o primeiro ano de casamento é uma constante lua de mel. Mais na realidade eu acredito que seja um dos mais difíceis. É difícil aprender a conviver com os defeitos e diferenças a cada dia, é difícil entrar em acordo com tudo que o outro decide, fala, pensa... E é difícil se acostumar com os problemas, responsabilidades e dificuldades que essa nova realidade traz. Mais é exatamente por não ser fácil, que é tão importante. Foi neste primeiro ano que vimos que precisamos um do outro para caminhar e para sermos felizes, que precisamos saber ouvir, nos calar muitas vezes, baixar a guarda, entender e aceitar as diferenças, respeitar as fraquezas, abrir mão de algumas coisas, aprender a gostar de outras... É como um barco, os dois tem que remar, sempre. Só assim o barco vai em frente. Em um ano, aprendemos o verdadeiro significado de amor. Amor não é gostar de alguém perfeito para nós. Não é ter alguém que te agrade sempre. Amar é quando conhecemos os piores defeitos de alguém, e mesmo assim queremos estar juntos. Amor é cuidado, é respeito, é construção. Uma construção que precisa de uma base forte e bem feita, bem trabalhada. Relaciono essa base a esse primeiro ano. Eu poderia escrever aqui um texto perfeito relatando só coisas boas e maravilhosas. Mais preferi descrever a verdade. A verdade é que tivemos momentos lindos e felizes, de alegrias, sorrisos e diversão. Passeamos, viajamos, fomos ao cinema, dormimos agarradinhos, comemos muito brigadeiro e pipoca na cama assistindo tv, brincamos, conversamos, desabafamos... Mas também choramos, discutimos, gritamos, discordamos.... Enfim, uma vida real, de um casal real, com protagonistas reais.

É, eu sei que quando você esquece alguém você não sente nada em relação a pessoa. A voz não falha ao tenta conversar, a perna não treme diante da presença dela. Quando você esquece alguém não há mais interesse por essa pessoa. Eu sei que eles ainda sentem algo um pelo outro, bem lá no fundo ainda tem uma pequena brasa do que um dia foi um grande fogo crepitante. Mesmo que sejam feitos um para o outro, o melhor a se fazer é ficar longe. Eu vejo que, de perto, principalmente com ele, que estão bem com a vida que tem... tenho certeza que estão felizes distantes um do outro, mas eu ficaria muito mais feliz se um dia conseguisse ver os dois juntos novamente.

Na realidade, ela desprezava o movimento e se insurgia contra seu conceito de igualdade. Não havia razão para que os homens fossem considerados iguais às mulheres. Era bom ter homens à mão quando necessário. Não eram seres particularmente inteligentes, mas podiam ser ensinados a ir buscar e acender cigarros, a dar recados, a abrir portas e a dar satisfação na cama. Eram excelentes animais de estimação. Bem treinados, tomavam banho sozinhos e não sujavam a casa. Eram uma raça excelente.

A forma pela qual um filho ou filha trata seus pais, seus irmãos e seus avós, é uma boa análise para quem pretende se casar, pois a forma de tratamento e a forma de se expressar, vai dizer se a pessoa será um bom marido, ou uma boa esposa. Quem maltrata os da própria casa, revela o seu caráter não só para os da sua família, mas também para o seu futuro marido ou esposa.

Ela ficou parada. No mesmo lugar, durante muito tempo. Não tinha se dado conta de que a vida passou e ela, não. Todos os dias, depois que a sombra do fracasso se dissipou pelo tempo, ela sorria. Gargalhava, brincava. Dançava muito. Vez ou outra, ela se entregava a alguém através de beijos que eternizaram o seu cheiro em corações atordoados por aí. Mas, ela ficou lá. Naquele mundo que era dela e de alguém que resolveu seguir. Hoje, ele está casando. Com outra pessoa. Um alguém que está usufruindo de todos os sonhos que ela sonhou para os dois. Alguém que saiu de algum lugar e ocupou todos os seus espaços. Ela tinha revolvido cultivar esperança. Pensou que as coisas iriam voltar a ter o brilho do começo. Enquanto o ponteiro do relógio fazia o seu percurso normal. E o calendário voava entre os meses e até anos. Hoje, ele casou. E ela, acordou. Acordou com uma dor imensa no peito. Percebeu que perdeu o grande amor de sua vida. Mas, principalmente, que perdeu a oportunidade de seguir em frente. Hoje, não vão ter sorrisos, danças e gargalhadas. Hoje, ela vai chorar. Ela vai doer, muito. Amanhã, quando ela acordar, tudo vai estar diferente. A dor do despertador da alma soou e ela agora vai seguir junto com o relógio e acompanhar o calendário. Uma hora, ela tinha que seguir.

Revista Prosa Verso e Arte
O Aquém – Eduardo Galeano
Revista Prosa Verso e Arte
Por Revista Prosa Verso e Arte
Literatura




©Joel Robison


Estimado senhor Futuro,
de minha maior consideração:
Escrevo-lhe esta carta para pedir-lhe um favor. V. Sa. haverá de desculpar o incômodo.
Não, não se assuste, não é que eu queira conhecê-lo. V. Sa. há de ser um senhor muito ocupado, nem imagino quanta gente pretenderá ter esse gosto; mas eu não. Quando uma cigana me toma da mão, saio em disparada antes que ela possa cometer essa crueldade.
E no entanto, misterioso senhor, V. Sa. é a promessa que nossos passos perseguem, querendo sentido e destino. E é este mundo, este mundo e não outro mundo, o lugar onde V. Sa. nos espera. A mim e aos muitos que não cremos em deuses que prometem outras vidas nos longínquos hotéis do Além.
Aí está o problema, senhor Futuro. Estamos ficando sem mundo. Os violentos o chutam como se fosse uma pelota. Brincam com ele os senhores da guerra, como se fosse uma granada de mão; e os vorazes o espremem, como se fosse um limão. A continuar assim, temo eu, mais cedo do que tarde o mundo poderá ser tão só uma pedra morta girando no espaço, sem terra, sem água, sem ar e sem alma. É disso que se trata, senhor Futuro. Eu peço, nós pedimos, que não se deixe despejar. Para estar, para ser, necessitamos que V. Sa. siga estando, que V. Sa. siga sendo. Que V. Sa. nos ajude a defender sua casa, que é a casa do tempo.
Faça por nós essa gauchada, por favor. Por nós e pelos outros: os outros que virão depois, se tivermos um depois.
Saúda V. Sa. atentamente,
Um terrestre.

2001

— Eduardo Galeano, no livro “O teatro do bem e do mal”. tradução Eric Nepomuceno. Porto Alegre: L&PM, 2006

Parafraseando Elke Lubitz...
"O sol é prosa
a lua, poesia."

O verão é energia
o inverno, aconchego.
A primavera é esperança
o outono descarrego.
O jovem é afoito, fogoso
O idoso, experiente
é prudente, carinhoso.
O mar é solidão.
O céu imensidão
a terra, criação
a musa, paixão.

Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Resta e falta...

Resta a orquídea maravilhosa,
com a mais linda cor,
resta um pouco de prosa,
resta muita dor

resta a amizade,
a solidariedade,
a saudade,
a cumplicidade

resta o juramento,
a confiança,
o sofrimento,
a esperança

resta a taça de vinho,
o espaço no edredom,
todo o carinho,
a marca do batom

resta o luar,
resta o mar,
resta a tarde crepuscular,
resta o aperto ao abraçar

resta um nome,
um prosador,
um homem,
um sonhador

resta o palhaço,
o sorriso,
o espetáculo,
o paraíso

resta a atitude,
a ternura,
a plenitude,
a candura

resta a canção,
o coração,
a paixão,
falta-me o perdão

o que resta não falta,
resta uma poesia,
resta a tua volta,
espero por esse dia

ainda é amor,
e nada mais resta,
e se assim não for,
é o fim de uma festa

resta a opinião,
resta a franqueza,
falta tua sedução,
falta tua nobreza

resta a teimosia,
resta a firmeza,
resta a alegria,
falta tua beleza

resta a arrogância,
resta a implicância,
falta tua tolerância,
falta tua elegância

resta a carícia,
resta o carinho,
falta tua delícia,
falta teu ninho

resta a massagem,
resta a gentileza,
resta a mesma mensagem,
"eu te amo com certeza"...

Princesas e cowboys...

Banco de prosa no canto da praça
Viola a entoar canções sertanejas
No céu, balões a subir


Dançam princesas cirandas de roda
Fogueira queimando, estrelas que brilham
Por sobre meninos, são todos cowboys


Chega a manhã que ara com brilho
Os olhos da cor de esperança
Dos pequeninos


Brincando entre tantas fantasias
Sem saberem que na vida
São todos heróis

Ela é toda prosa.
Um rosto que brilha, um olhar que chama, uma voz que te faz ficar.
Palavras que saem da alma, e perfumam o dia de quem lê.
Ela é toda linda, toda encanto, toda paz. E eu, diante dela, sou todo desassossego.
Ela é toda arte, toda canção.
Ela é toda poesia.
De alma, sorriso e coração.

E a Poesia virou Prosa

Nasce mais um dia e morre mais uma noite. Mário acabara de acordar, tomou um café forte se arrumou e saiu para trabalhar. Todo dia pegava o ônibus na mesma hora e no mesmo lugar.

Foi quando sua rotina mudou.O elevador de seu prédio quebrou e ele teve de descer do 15° andar de escadas. Belo atraso de 8 minutos. Tão belo que chegou no ponto e nem viu seu ônibus passar.Teve de esperar outro, por mais 7 minutos. Depois, fez o sinal e subiu. Sentou-se na janela esquerda da segunda fila. Apoiando a cabeça contra o vidro cochilou, mas logo uma freiada brusca seguida de uma forte buzina, o despertou. Olhava ,nesse instante, para calçada onde passeava uma graça feminina com uma calça de lycra. Era uma deusa numa bicicleta. Ficou estarrecido, pasmo e torcia para que o sinal jamais se abrisse. Ela andava devagar, todavia quase não dava mais para acompanhar. Ela já dobrava a esquina e sua visão, discreta.

Não sei como, mas por um momento trocaram um olhar penetrante.Era hora. Pulou do assento e foi atrás do gracioso par de pernas pedalante. Porém ao descer na rua, sua pele ficou crua. O atraso antes despercebido se mostrava doloroso, agora. Ela estava com outro. Então, sentou-se na praia aspirando a maresia e viu ir embora a sua diva sinuosa, da mesma forma que esta poesia virou prosa.

Brasil em verso e Prosa

Presenciamos um momento diferente,
veio a guerra e a repressão,
e com ela o crescimento,
na sequencia a inflação,
que corroeu o pensamento,
de mais conforto e segurança,
e só durou por pouco tempo.
Veio a brisa que liberta,
A liberdade exacerbada,
E a censura que acerta
Ao leve riso a gargalhada?
Penso, existo, falo e voto,
Meu poder veio mudando,
Se dirigindo pro que gosto,
Onde o povão vem conquistando,
Eu vou lutando não me encosto.
A economia se acerta,
E renasce a esperança,
mas lá em casa o que liberta,
de “libertas tamem” encho a pança;
de moral me esvazio,
e não encho a criança.
Alegria e alvoroço,
Falo, logo penso, enquanto ainda moço,
Hoje em parte fraco ainda sou,
De certo e não não se enche o bolso,
Meu irmão vai pro comando,
Pra policia, pro governo, capital,
Desgastando, até quando, vou trocando,
Por revolta e por dinheiro a moral?
Compro morte, vendo cultos,
vou vivendo da desgraça,
faço frete, de tumultos,
arruaça em plena praça,
eu reclamo, dez centavos,
mas no fundo quem eu sou?
Se dissipa a fumaça
Minha face não disfarça,
Estou perdido de valor.
Vendo lixo e desgraça,
Traição em plena praça,
A ganância é de graça,
Se corrompe e não disfarça,
Logo cai toda esta farsa,
Pois o tempo ameaça,
Este tempo de pavor.
O dinheiro não será,
Liberdade não verás,
Dia e hora ultrapassar,
Os limites do amor.

⁠Sonho em prosa...

Sonho estrada no céu...
voo no mar...
mergulho na terra...
Sonho janela sorrindo pro sol...
Suspirando pra lua...
Piscando pra estrela...

Sonho chuva derramando ternura...
Sol esquentando poesia...
Poesia cutucando coração...
Palavras envolvendo pele...
Pele arrepios delírios...
Delírios ao som chuva caindo...

Sonho noite carícia de chuva...
Chuva ternura entre mim e você...
Um rio se abre em nossas bocas...
Bocas caladas... inundadas!
Dadas a encontro nossas almas...

Almas tecendo verso e prosa...
Prosa nossa em versos vivos!

⁠NOSSA ESTÉTICA POÉTICA

o amor vai se fazendo verbos...
adjetivos, substantivos...
prosa e poesia...
carícia nos ouvidos enamorados!
a morada é sonhada paraíso...

Paraíso vislumbrado...
o céu é de parreira forrado
as uvas são candelabros alados
as poltronas são asas
uma ao lado da outra...
uma em frente à outra...
para “um dedinho de prosa e poesia”...
e o corpo, o coração e a alma inteiros
na arte e melindres do amor!
amor iluminado pela lua... estrelas...
amar à luz do céu e de parreiras...

oferendas e rendas
coração em oração!
santificados em carne,
pão... vinho...

Caminho rumo ao nosso cantinho!
Chico e Gisa no seu éden...
Amém!

⁠BARES DA VIDA

Garçom! Por favor...
Dois dedos de prosa
um trago de cachaça
e um pouco de atenção.
Traga-me um pano
e limpe essa dor
espalhada no balcão.
Garçom! Por favor...
Mais duas cachaças,
uma pra mim,
outra pra minha alucinação.
Deixe-me logo a garrafa,
baixe o volume da saudade
ou ao menos mude de estação.
Garçom! Por favor...
Cigarro, isqueiro e cinzeiro,
papel e caneta tinteiro
e bom bocado de inspiração.
Um envelope sem remetente,
e peça água de colônia ao barbeiro
para disfarçar o cheiro desta assombração.
Garçom! Por favor...
Uma canção de Amor
e um bocado de gelo
pra anestesiar meu coração
E traga logo a minha conta
e um prego de pendurar alma
tão maltratada pela paixão.
Garçom! Por favor...
E se eu não vier resgatá-la,
é porque não preciso mais,
use-a para limpar o chão!

Sou prosa... sou poesia

No silêncio da madrugada sou o caos e a bonança.
Sufocada por nova crise.
Dormindo feito criança.

Ora tempestade… ora calmaria.
Às vezes sou chuva tensa… chuva densa.
Às vezes sou sereno o mais sereno.
Sou alegria.
Sou melancolia,
Ora sou paz total.
Ora, guerra mortal.
Sou prosa… sou poesia.

Nesse mar de variação… vivo inteira o meu dia a dia…