Professor Carlos Drumond de Andrade

Cresce a erva do tempo, devagar,
brota do chão
e me devora.

Os pais devem dar sempre para serem felizes. Dar sempre é o que faz que sejamos pais.

Não gosto de Deus, porque não o conheço, nem do próximo, porque o conheço.

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero.

A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens.

Segui o vosso caminho e não deis conselhos a quem não vo-lo pede.

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós.

Chorarmos por daqui a cem anos não estarmos vivos é loucura semelhante à de chorarmos por não termos vivido há cem anos.

Terrível condição do homem! Não há uma das suas felicidades que não provenha de uma ignorância qualquer.

Os velhos dão bons conselhos para se redimirem de ter dado maus exemplos.

A felicidade só cria recordações.

Não pode haver educação onde não há discrição.

A sisudez é a armadura dos parvos.

A dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no meio do barro, ela sustém, é uma força!

A sabedoria tem os seus excessos e não é menos necessário moderá-la do que à loucura.

O pesar e o prazer andam tão emparelhados que tanto se desnorteia o triste que desespera quanto o alegre que confia.

A pena é a língua da alma.

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

O ódio e a guerra que declaramos aos outros gasta-nos e consome-nos a nós mesmos.