Procuro em Amor que ainda Nao Encontrei
Entre o Perdão e a Aurora do Amor.
Capítulo XV - Livro: Não Há Arco-íris No Meu Porão.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro. Ano: 2025.
Camille Marie Monfort caminhava por entre os corredores silenciosos de sua própria alma, onde ecos de antigas feridas insistiam em sussurrar lembranças. Cada passo era um diálogo com a ausência, cada suspiro, uma tentativa de reconciliar o ontem com o amanhã. Ao seu lado, Joseph Bevouir não era apenas presença; era horizonte, promessa e sombra. Ele carregava nos olhos a memória do que fora e a inquietação do que ainda poderia ser.
O perdão, nessa trama delicada, surgiu como vento inesperado: não pediu licença, não exigiu razão. Libertou antes que o amor pudesse ousar manifestar-se. Camille sentiu nas mãos um vazio que já não queimava; Joseph percebeu que o coração, antes contido, agora respirava em espaço desobstruído.
Entre eles, palavras não eram necessárias. Cada gesto era tradução de uma reconciliação íntima, um pacto silencioso com o tempo. O perdão abriu portais, revelou luz onde a sombra insistia e ofereceu o terreno fértil para que o amor, tímido e hesitante, florescesse com intensidade renovada.
E assim, num instante suspenso entre o que foi e o que virá, compreenderam que a libertação interior precede toda forma de entrega. O amor, sem pesos nem correntes, é a aurora que nasce depois da noite profunda do rancor. Camille e Joseph descobriram que o perdão não é fim, mas a promessa de novos começos e que aqueles que se atrevem a liberar a alma encontram, inevitavelmente, a plenitude do sentir.
O perdão é a primeira semente da liberdade emocional. Quem se permite perdoar antes de amar, descobre que o coração não carrega apenas cicatrizes, mas a capacidade de florescer novamente, mais intenso, mais vasto, mais verdadeiro.
JESUS, TEU AMOR NOS GALVANIZA.
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .
Jesus não é apenas o Mestre que falou às margens do lago ou percorreu as estradas poeirentas da Galileia. É o eixo moral da vida, o ponto cardeal para onde convergem todas as forças que ainda repousam adormecidas na alma humana. Seu amor não se expressa pela condescendência passiva, mas pela energia serena que ergue, desperta e educa. Ele não se limita a consolar os que sofrem: Ele os chama para o despertar da consciência, convidando cada um a descobrir o sentido profundo da existência e o valor da própria dignidade espiritual.
Esse amor de Jesus não se confunde com afeição sentimental. É um princípio diretivo, uma luz que se projeta sobre o íntimo e revela, de maneira silenciosa e firme, o que deve ser abandonado e o que deve ser cultivado. Ele nos alcança mesmo quando permanecemos à mercê dos sofrimentos que nós mesmos engendramos, sofrimentos que nascem das escolhas impensadas, das paixões desgovernadas ou das ilusões que alimentamos. Ainda assim, o amor do Cristo não humilha, não acusa e não exige. Ele nos galvaniza, inspirando renovação e coragem, mas sem nos impor constrangimento.
É neste amor que se compreende o sentido profundo do fardo leve e do jugo suave. Não porque a vida se torne isenta de desafios, mas porque a presença moral de Jesus cria um novo modo de sentir o peso da existência. Seus ensinamentos funcionam como eixo de equilíbrio, sustentando-nos nas horas amargas e impedindo que os reveses se convertam em desespero. Há uma excelência silenciosa nesse movimento. A alma, antes desordenada, passa a estruturar-se sob um novo regime interior, baseado na disciplina afetiva, na lucidez e na responsabilidade moral.
E quanto mais nos aproximamos desse amor, mais compreendemos que Ele não opera como um favor concedido do alto, mas como uma lei superior que se harmoniza com a estrutura mesma do universo espiritual. Jesus é o modelo e guia não apenas porque viveu a perfeição, mas porque manifesta em si a pedagogia divina que a todos alcança. Seu amor é método, é processo, é caminho. Convida, orienta e sustenta, mas não obriga. Seu chamado é brando, porém inexorável, pois dirige a consciência a reconhecer, por si própria, que não existe verdadeira grandeza sem bondade, nem verdadeira liberdade sem responsabilidade.
Assim é o amor de Jesus. Não nos poupa da aprendizagem, mas nos assegura a direção. Não elimina as provas, mas dá sentido às travessias. Não exige perfeição, mas inspira esforço constante. E, sob a ação desse amor, a alma humana encontra o ritmo mais elevado de si mesma, como se uma música antiga e esquecida voltasse a soar dentro do próprio coração, lembrando-nos que fomos criados para ascender, compreender e amar.
É nesse clima moral que o fardo se torna leve e o jugo se torna suave. Porque já não caminhamos sozinhos, e sim guiados por Aquele que conhece os abismos da dor e as alturas da luz, conduzindo-nos com a mão firme e compassiva do Amor que não falha e não passa.
"O amor não é algo que se conquista ou se compra, é algo que se cultiva."
Sou o pior agricultor do mundo :(
amo-te tanto
amo-te tanto amor que já não sei
se tens amor que chegue só pra mim.
do tanto amor que já te dediquei
receio que te canses ponhas fim
ao grande amor que sempre te ofertei
e que eu sempre quis fosse mesmo assim.
amar sempre também cansa eu bem sei
mas o amor nunca morre não tem fim.
amo-te como quem ama a primeira
vez em qualquer momento até lugar
e de qualquer forma qualquer maneira.
ninguém ama somente por amar
ninguém ama de forma interesseira
porque amar é sentir e eternizar...
Amor é...
O sol querer
Ver a lua beijar
É como dizer
Ao amor que amar
Não irá doer!
Não é ofegação,
Não é palavreado,
Não é adaptação
Nem estar apaixonado,
Amor é zelo e perdão!
Amor é estar à mercê
De um sofrer mudo
Do que a razão não vê,
E acima de tudo
É um não saber porquê!
Amor, desalento e solidão
Queria, quem já não me quer seu,
Que por sua vez não quer ninguém
E quem me quer eu rejeitei também
Por não ser de quem não é meu!
Quantas portas ao amor eu não dei!
De o querer, quantas se fecharam?
Quantas solas e aparas se gastaram?
Quantas poemas e ruas atravessei?
Mas que desalento chato e redondo,
Que se o tento cantar a um canto,
Ele não os tem, e eu lá vou pondo
Nós engasgados num calado pranto!
Não podendo ao amor cantar então,
Vou indo e dando, espaço à solidão.
Amor é antítese
Amo-te porque não sei bem porquê!
Talvez este não sei das quantas amor
Nos veja como quem não sei como vê
Em nós, um vaso a casar c’uma flor!
Amo-te sei lá de que maneira e como,
Se as noites em que te quero amante
São dias em que não sei se nos tomo
Por coisa sólida ou por alarmante!
Amo-te assim e não sei por que raio
Te quero desta invulgar maneira,
Em que não sei se do amor ensaio
O hastear d'alguma bandeira!
Amor é antítese. O amor é assim:
Ora diz que não! Ora diz que sim!
Porque eu não me amo, eu não consigo voltar o amor para mim. Então, o amor não é suficiente para mim. Eu preciso que o outro me ame. E é por isso que acabam acontecendo as rupturas, porque a sua experiência está em se amar de verdade. Enquanto você não se amar de verdade, você não é uma pessoa atraente para o outro de verdade, porque ninguém quer ficar com alguém que não está se amando.
