Principais Ideias do Nicolau Maquiavel

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Os Estados que surgem rapidamente, como todas as demais coisas da natureza que nascem e crescem depressa, não podem ter raízes e estruturação perfeitas, de forma que a primeira adversidade os extingue.

Maquiavel
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Nova Iorque: Montecristo Publishing LLC, 2012

Quem conspira não pode aturar isoladamente e só pode aliar-se àqueles que julga insatisfeitos. Mas no momento em que revelas as tuas intenções a alguém insatisfeito, dás a ele a oportunidade de se satisfazer, porque se te denunciar poderá esperar tudo o que é do seu agrado; de modo que, vendo um ganho certo deste lado e incertezas e perigos na conspiração, só permanecerá leal a ti se for um amigo extraordinário ou inimigo ferrenho do outro.

A maioria vê o que tu pareces, poucos sentem aquilo que tu és.

Em tempos de paz devemos pensar na guerra.

Falha comum dos homens - Esquecer que existe tempestade quando faz bom tempo.

Ao conquistar um Estado, o conquistador deve avaliar rapidamente todas as violências que lhe são necessárias cometer e cometê-las todas de um só golpe para não ter que repeti-las todos os dias, assim, não as repetindo, irá tranquilizar os homens e conquistá-los. Quem fizer de outra forma, seja por timidez, seja porque mal aconselhado, será obrigado a ter sempre o punhal à mão.

Alguns meios traz a conquista do poder, mas não a glória.

Conselho ao príncipe depois de escolhido o ministro:
“quando vires que o ministro pensa mais em si próprio do que em ti, e que em todas as suas ações procura tirar proveito pessoal, podes ter a certeza de que ele não é bom, e nunca poderás fiar-te nele. Aquele que tem em mãos os negócios de Estado não deve pensar nunca em si próprio, mas sempre no Príncipe e nunca lembrar-lhe coisas que estejam fora da esfera do Estado”.

[Niccolò Machiavelli in O Príncipe
cap.XXII]

A melhor fortaleza que existe é não ser odiado pelo povo, pois mesmo que possuas fortalezas, se o povo lhe odiar, elas não te salvarão.

Nunca se pode tentar fugir de um inconveniente sem esbarrar em outro. Todavia, a prudência consiste em saber distinguir as qualidades dos inconvenientes e tomar o menos ruim por bom.

Não podendo fabricar um papa segundo sua vontade, pode ao menos fazer com que não fosse papa aquele que não desejava que fosse.

Deve exercitar-se mais nos períodos de paz que nos tempos de guerra.

Há três tipos de cérebro: O excelente que compreende por si só, o bom que discerne aquilo que outros compreendem, e o inútil que não compreendem nem por si só e nem por intermédio de outros.

Quando percebes que seu conselheiro pensa mais em si do que em ti e que em todas as ações procura tirar proveito para si, saberás que tal pessoa não será jamais um bom conselheiro e jamais poderás nele confiar. E como príncipe por sua vez, deve pensar no conselheiro honrando-o, enriquecendo-o, assegurando sua gratidão, dando-lhe participação nas honras e responsabilidades, de maneira que ele se dê conta que não pode prescindir de ti e que a profusão de honras de que é beneficiário não o faz desejar mais honras, a profusão de riqueza não o faz almejar mais riquezas, e a grande quantidade de responsabilidades o faz temer as mudanças.

Não se deve jamais deixar-se levar pela ideia de que alguém vai te amparar, o que ou não acontece, ou acontece ma sem te oferecer segurança por constituir uma proteção de pouco valor e não depender de ti. E as proteções somente são boas, seguras e duradouras quando dependem de ti próprio e de teu valor.

Se alguém procede com cautela e paciência em tempos que exigem tais qualidades, então tudo se sai bem; mas se os tempos sofrem mudanças e os comportamentos permanecem inalterados, então é a ruína.

Faça o bem mitigado e o mal todo de uma vez.

Será preciso, contudo, ser cauteloso ter equilíbrio, com aquilo que fizer, e no que acreditar; é necessário que não tenha medo da própria sombra, e que aja com prudência e humanidade, de modo que o excesso de
confiança não o torne incauto, e a desconfiança excessiva não o faça intolerante...

Note-se que é preciso tratar bem os homens ou então aniquilá-los.
Eles se vingarão de pequenas injurias, mas não poderão vingar-se de agressões graves; por isso só podemos injuriar alguém se não temermos sua vingança...

Aqui existe bastante valor no povo, embora faltem chefes. Observai, nos duelos e nos torneios, quanto os italianos são superiores em força, destreza e inteligência. (…) é necessário, antes de mais nada, como verdadeira base de qualquer empreendimento, prover-se de tropas próprias, porque não existem outras mais fiéis nem melhores. E embora cada soldado possa ser bom, todos juntos tornar-se-ão melhores ainda, quando se virem comandados pelo seu príncipe e por ele honrados e bem tratados. É necessário, pois, preparar essas armas, para se poder defender dos estrangeiros com a própria bravura italiana. (…) Não se deve, portanto, deixar passar esta ocasião a fim de fazer com que a Itália, depois de tanto tempo, encontre um redentor. Não tenho palavras para exprimir o amor e entusiasmo com que o príncipe seria recebido em todas as províncias que sofreram ataques e invasões estrangeiras, nem com que sede de vingança, com que fé obstinada, com que piedade, com que lágrimas. Que portas se lhe fechariam? Que povos lhe negariam obediência? Que inveja se lhe oporia? Qual italiano seria capaz de lhe negar o seu favor? Já está fedendo, para todos, este domínio de bárbaros. Tome, pois, a vossa ilustre casa esta tarefa com aquele ânimo e com aquela fé com que se esposam as boas causas, a fim de que, sob o seu brasão, esta pátria seja enobrecida, e sob os seus auspícios se verifique aquele dito do Petrarca: “A virtude tomará armas contra o furor e será breve o combate, pois o antigo valor ainda não está morto nos corações italianos”.
Niccolò Machiavelli in O Príncipe