Pouco
Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.
De pouco ou nada adianta avançarmos em tecnologia e noutras áreas se a saúde mental do ser humano não estiver equilibrada para aproveitar toda a modernidade.
Eu sou meio mutante mesmo, mas antes eu me sentia um pouco perdida. Aquilo que eu estava fazendo não combinava com o tipo de música que eu estava querendo cantar. Aquele negócio de você ver o capim crescer na sua casa sem tomar providência nenhuma. Um dia você se dá conta e o capim já virou mato e aí você sente que está emaranhada nele. Então tem que cortar o mato. É difícil mas é bom porque você se deu conta, entende?
A minha imagem é você quem faz,
porém a minha vida sou eu que vivo.
Sou muito para uns, pouco para outros,
mas o suficiente pra mim mesmo!
Amando uma Mulher
(Santaroza)
Para se ter o amor de uma mulher
basta tão pouco...
Elas pedem tão pouco...
Elas querem tão pouco.
Elas querem companhia,
Elas querem alegria.
Se possível...
uma poesia!
Um beijo, uma flor
Um sincero amor.
Um parceiro de confiança.
Nem precisa aliança.
Pois no fundo,
são como crianças!
Mulher é um ser tão
especial e superior,
que sorri mesmo sentindo dor.
Ama sem complexo ou pudor.
E ainda nos faz pensar
que somos o ganhador,
quando na verdade,
sem elas somos o perdedor.
Portanto,,
para ter esse presente,
basta ser presente.
Ser sincero e permanente.
Ser carinhoso, depois amoroso!
E antes de ser gostoso,
ser jeitoso.
Dar antes de pedir.
Calar para ouvir.
Amar como
a flor e o beija-flor.
É um pouco aflitivo pensar nisso, e imaginar que, acima dos gestos e das palavras, o sentimento talvez valha alguma coisa; e que a ternura e o bem-querer devem ter um instinto certo e tocar naquelas zonas indefiníveis da alma em que nem os analistas conseguem explicar nada. Ora, pois; mesmo às cegas, burramente, amemos!
"SUPERMENCADO"
Ainda ficou um pouco
de teu cabelo no travesseiro
de teu corpo no meu corpo
de teu cheiro
um pouco da tua colônia
em alguns vestidos meus
ficou no meu cotidiano
um gosto bobo de adeus.
Ficou um resto de shampoo
no teu frasco no banheiro
de tudo ficou um pouco
de teu jeito, de teu cheiro.
Ficaram umas coisas tuas
espalhadas pelo quarto.
Ficou teu riso marcado
na moldura no retrato.
Em tudo ficou um pouco.
Ficou nosso jogo de damas
(eu branco, você preto)
intacto no sofá-cama.
Alguns discos teus, alguns livros
na parede atrás da porta
a gravura de Dalí
e tua natureza morta.
Um pouco de teu silêncio
se espalhou pela casa
tua xícara de porcelana
verde e branca, sem a asa.
De você ficou um pouco
do trem daquela viagem
do nosso jantar chinês
da nossa camaradagem.
Ainda ficou tua letra
em alguns papéis amassados.
Em tudo ficou um pouco
na rua, no supermencado.
Ficou um pouco de você
no mar, no rio, na serra
na estrada da casa de campo
na pedra, no gato, na terra.
Ficou um pouco do teu rosto
no rosto dos meus amigos
ficaram palavras tuas
em tudo aquilo que digo.
Eu fiquei com o teu jeito
de querer falar primeiro
teu corpo no meu corpo
cabelo no travesseiro.
Não sou nem um pouco amigável, detesto rotina. Acho que é por isso que tenho poucas amizades. Prezo muito pelo meu espírito, gosto de me sentir bem, se eu estiver em algum local em que aquela situação não esteja me agradando. Pode até ser falta de educação, mas me retiro de lá. Acho afrodisíaco o mistério, dá mais prazer. Tenho medo de envelhecer e não aproveitar minha juventude. Me sinto mil vezes melhor errando duas vezes do que acertando sempre. Será que sou estranho?
Um pouco mais de persistência, um pouco mais de esforço, eo que parecia irremediável fracasso pode virar glorioso sucesso.
Eu quero mais
Um pouco mais
Depois do amor
Quero carinho,
um abraço,
Me dá por favor
No meu romantismo
Não vejo problema
Te faço um pedido
Me leva pro cinema
Você não vê, não consegue entender
Que eu quero atenção ao invés de prazer
Me pegue no colo
Diga que sou sua
Andar de mãos dadas
Caminhar na rua
Eu preciso esquecê-la!
Pra sempre é pouco tempo!
Não quero mais ver, nem sentir, nem chorar, esperar...
Eu preciso esquecê-la, para que meu coração parar de mandar oxigênio para um amor sem história. Sem pé nem cabeça!
Mas isso já basta para um roteiro de um filme sem nexo, sem fim onde não quero ser apenas um coadjuvante ou o herói que morre no final.
Quero viver no final!
Mas eu preciso esquecê-la!
Ainda que tenha sido especial!
Como eu poderia conseguir esquecê-la?
Para que mandar-me ao paraíso e me trazer de volta a realidade, sem que eu possa ao menos fechar os olhos, e sentir a brisa me carregando até lá?
Para que levar-me até as estrelas e apagar as suas luzes?
Tantas viagens que acabam sem chegar ao destino.
Isso é realmente o destino?
É nunca chegar?
Odeio o jeito q o destino brinca, como uma criança inocente!
Odeio os caminhos que ele me leva!
Odeio o som do silencio da ida!
Odeia a notícia da chegada!
Odeio a razão da partida!
Odeio seguir te seguindo!
Odeio seguir te amando!
Estou na terra onde os bons se tornam maus por um simples suspiro.
Corriqueiro.
Ó dor.
Psicossomática.
Tudo bem, destino!
Me guie por esse caminho sem trilha!
Numa das viagens, talvez você me ensine a espalhar migalhas!
Ensina-me a espalhar as migalhas!
Ensina-me que esse poderia ser o caminho de volta!
À volta pro novo começo...
Existe volta pro começo?
Tudo bem, Destino!
Você pode depenar as minhas asas, mas nunca me impedirá que elas cresçam novamente!
Que mundo estranho. As pessoas tem tanto a dizer e tão pouco tempo pra escutar. Ninguém entende, e ninguém se da o trabalho de entender. É tudo sem explicação, todo mundo quer ser entendido, mas ninguém quer entender. Dizem que parecem viver em um mundo de cegos, mas não fazem questão de enxergar. Reclamam quando tudo vai mal e não encontram alguém - mas também ninguém os encontra quando tudo vai mal. Que mundo estranho, as pessoas esperam atitudes que nem elas tem.
Porque não foi um pouco antes? Porque não apareceu quando tudo era mais simples, quando a minha vida era menos complexa, quando eu estava descobrindo tudo o que me fazia bem e não tinha um pingo de medo de viver tudo o que eu tinha para viver? Porque não veio mais cedo, não cruzou meu caminho numa daquelas longas viagens, porque não nos esbarramos numa dessas calçadas, num desses bares? Porque tudo agora, tão recente, sem termos a mínima chance de descobrirmos se a gente pode ser feliz, se a gente se completa como nosso abraço diz nos completar? Porque todo esse fingimento, essa farsa de um amor embutido numa amizade linda demais, companheira demais? No entanto, só nós sabemos o quanto nos precisamos, nos fazemos bem, somos felizes juntos.
Porque tudo agora? Tão tarde?
Tudo bem. Conformei-me, já.
É só um momento. Na verdade, é que agora estou aqui sozinha lembrando e com saudades. Todas as vezes que tenho esses momentos eu me revolto com o tempo, me revolto com as ironias do destino, e escrevo. Como se fosse um surto. É rápido. Logo passa. O que não passa mesmo é essa vontade de estar ao seu lado e todas as noites ouvir a sua respiração aqui no meu ouvido, sentir o seu cheiro; mesmo você estando longe, aí, também com saudades porque acabou de me confessar por uma mensagem.
Vai ser assim, pra sempre. Só não se esquece de me levar no pensamento, porque eu te levarei.
Apago todas as luzes. Vai, Tati, sofre. Você precisa sofrer um pouco. Vai. Você combinou que se daria pelo menos uns instante de luto pelo amor que morreu. Vamos lá. Uma lágrima. Um, dois, três e…e…e…ah, eu tenho mais o que fazer!