Por que eu te Amo e nada vai Tira Voce de Mim
QUEM SOU?
Não sou artista
Nem sou poeta.
Sou uma mulher completa
Que se injeta
(Todo dia,
Na hora certa)
De muita euforia
E de muita alegria,
Do desejo e da magia
De ser inteira,
De ser faceira
E de me realizar
Sendo plena poesia.
Nara Minervino.
OH! TUAS PALAVRAS!
(Em resposta à poesia “As palavras”, da poetisa potiguar Sílvia Passos)
Tu cortaste tuas palavras
E insististe, tropeçando e trocando.
Quanto mais tu cortavas,
Mais tu coravas.
Mudaste de cor,
Mesmo sem saber que, de cor,
Eram tuas palavras um esplendor!
Não te engasgues!
As palavras precisam de ti,
E nós precisamos das palavras
Que são tuas, que são nuas,
Que simplesmente são
Encanto e emoção!
Não!
Não serves às dores.
Serves aos amores.
E, no prato das delícias,
Serves palavras aos teus leitores,
Palavras vivas, palavras ativas,
Que dão vida e humanizam
Os seres e os objetos
De valores tão incertos.
Não te prives, senhora!
Não te abandones de nós!
Não te percas das palavras
Que te fazem algoz
Desse desejo feroz
De limpar, de não manchar
As palavras tão caladas
Que no teu som ganham voz!
De tudo que tu encontras
Tu expressas em tuas falas,
Porque entre ti e as palavras
Há esse encontro sublime:
Tu queres a elas dar asas
E elas querem de ti,
Feito fogo, feito brasas,
A graça de se encontrarem
E, do teu profundo fervor,
Novas vidas ganharem,
Mesmo que mudes de cor,
Mil vezes, o quanto for!
Nara Minervino
A POESIA
A poesia é um momento,
É mesmo um sentimento
Que brota de dentro da gente.
Numa hora inesperada
Transforma as nossas ideias
Nas mais sublimes palavras.
Ela instiga o pensamento
A botar fora o que tem dentro:
A visão peculiar
De um mundo tão singular.
A poesia é o desenho
Da alma do seu autor.
É um esboço, um retrato
Do seu amor, do seu regaço,
De tudo que ele enxerga
E a todo o mundo revela.
Ela transborda e alcança
Almas de adulto e criança,
Fazendo amanhecer
O que estava a entardecer.
A poesia é muito viva
E é toda feita de luz.
É a arte que conduz,
Numa estrada escondida,
Os sentimentos de quem
Enxerga com os olhos da vida,
Ela revela, com simplicidade,
A beleza de tudo aquilo
Que existe de verdade.
A poesia é isso,
Sem mais ou menos.
Ela é o adormecer sereno
De quem sonha acordado,
De quem vive embriagado
Com as coisas simples da vida:
Amor, felicidade,
Encantamento, cumplicidade.
Poesia é ternura,
É salvação, é candura.
É o "ser enamorado"
Que pela vida é inspirado
A ver o que ninguém viu
E mostrar que o viver é sutil.
Nara Minervino
Aqui no presente
Nas esquinas do presente,
Cá existem histórias. Quando nos faz coerente,dando-nos as vitórias.
Virando as arestas do contemporâneo, percebemos que é um outro mundo, muito diferente das quinas, que volvemos no passado...
Percebemos, então, que por elas passam pessoas, que, iguais a nós, se cercam de sombras, dentro de seus pensamentos, não compreendem, seu transcender no presente, pois não sabem enxergar, nas entrelinhas, suas maneiras de entender o tempo atual...
Essa gente passa parte da vida perdida, nos cunhais do passado. Dividem seu transposto com o mundo da realidade, onde tudo parecia ser sonho... Histórias,que os levaram a dobrar certos cantos e, assim, experimentaram e sentiram o acertar no presente...
São momentos tão diferentes das esquinas, que dobramos no atravessado, que ficaram gravadas em nossas memórias para sempre... Vértices diferentes, as quais contornamos, agora, no atual presente...
As curvas do passado, passamos tão rápido que não nos damos conta do tempo..., tantos fatos aconteceram e, ao mesmo tempo, parece que foi ontem, em que contornamos esses cunhais..., atravessando o tempo, até chegarmos ao moderno período, em que vivemos...
Quando falamos do passar da época, sentimos que a vida se assemelha a um filme em câmara lenta, uma longa-metragem, que não vai ter fim...
Mas, com certeza, fazem parte de nossas vidas,é um somatório de recordações, do que fizemos e do que aprendemos com a vida...
Somos o ontem, carregamos suas marcas deixadas em nós, seus perfumes, suas doçuras. Trazemos,em nós, tudo o que nos aconteceu e até o que nunca vimos, mas, sentimos...
Mas, para nós, o nosso tempo é de muitas
ementas, pelas quais passamos. O nosso tempo é o amanhã, por isso, guardamos, em nossas memórias, tudo o que já passou...
Queremos impregnar, em nós, o que fomos, o que tivemos e, assim, seguirmos leves, pelas esquinas do coevo, sempre, sem nunca esquecermos do acontecido, que foi uma longa-metragem, quando volvemos nossos olhares para trás...
Claro que temos ansiedades, que ainda não conseguimos expurgá-las, são muitas tristezas, que gostaríamos de esquecê-las...
Vamos para o nosso futuro, carregados de boas recordações, pois, elas nos levam, como plumas, a voar para além das nuvens, sem que esqueçamos as visporas, que um dia suportamos...
Nosso caminhar é o virar dos vértices, mirando um mundo do intangível, em outro, chegamos até o passado, lembrando da infância...
Nas arestas da vida, não há conclusões, pois,tudo já ficou no passado, apenas, perguntamos, questionamos, como no voo de um pássaro, que chega pelos cantos das recordações...
E nós conciliamos nossos olhares do passado, aguçados em nossas mentes, salvando-nos da consternação... Recolhemo-nos nelas, procurando, dentro delas, as passagens, que nos foram bastantes agradáveis, pois nos salvaram das esquinas incertas, que ficaram lá, bem distante, em um transcorrido, que não volta mais...
No silêncio, continuamos atravessando as quinas do tempo recente, como uma chuva, que cai de mansinho a nos preencher de nós mesmos...
Continuamos, seguimos, volvendo aos cunhais, pois nem mesmo os solitários, que nunca voltaram seus olhares para trás, não deixaram de dobrar as perfeitas arestas do passado...
Não importa onde estejamos, em que trilha,
agora, andamos, no tempo hodierno. As esquinas, em que passamos, no passado, estará, sempre, junto à nós, mesmo que nos leve para outras paragens...
As quinas do tempo foram feitas para, por elas,passarmos, não importa se são pontas rotineiras, do passado ou do presente. Somos um ser despreparado para aceitar a vida sem recordações: – Juntá-las será sempre o nosso querer...
Nunca soubemos ficar sem nos lembrar das
arestas do acontecido, queremos tê-las, sempre, bem
lembradas, pois foi um passar-se que teve predicado...
Como conciliar as esquinas, que já passaram,com a realidade do recente, sem poder lembrar-nos delas, que, em um certo dia, passamos...
Há pessoas, que não querem se adaptar às intempéries da vida, não querem se lembrar das esquinas pelas quais passaram. O vento levou-as a se esconder,atrás dos cantos, não querendo lembrar do advindo...
Os vértices, em que volvemos na juventude, fazem-nos recordar de fatos delirantes, que fizeram com que fossemos felizes...
Das arestas, por onde passamos,para seguirmos novos caminhos, novos mundos...
Há dias em que, contornando as esquinas do coevo, as recordações chegam com mais força. Em outros, menos, mas, somos felizes assim mesmo...
Mas, lembrar o influído, caminhando alegre no contemporâneo, com o olhar voltado para o futuro,é querer continuar..., é dobrar as esquinas do tempo,
no atualizado, vislumbrando, sempre, o herdado...
As esquinas da vida prática, do dia a dia, são passagens mágicas, pelas quais temos atração..., mas, seguir o presente, com os olhos bem abertos, é pensar
em querer continuar, com orgulho...
Marilina Baccarat no livro "Vértices do Tempo" página 17
ESPELHO, ESPELHO MEU
Espelho, espelho meu,
Responde aos meus devaneios:
Quem conduz a minha vida
São meus desejos e anseios?!
Espelho, espelho meu,
Esclarece a mim meu destino:
Os frutos das minhas conquistas
Virão dos meus sonhos divinos?!
Espelho, espelho meu,
Tira de mim uma dúvida:
Quem merece o meu amor
É quem deu a mim mais calor?!
Espelho, espelho meu,
É verdade o que agora digo:
O meu amor, meu amado,
Já está vindo a caminho?!
Oh, meu espelho!
Oh, espelho, espelho meu!
Tantas respostas me destes,
Mas nenhuma me convenceu.
Eu mesma, por mim somente,
Resolvi seguir em frente.
Vou levando a minha vida
Tão sozinha e simplesmente,
Que até o mais mágico espelho,
Para mim se fez indiferente.
Mesmo que queiras mostrar
O destino dos planos meus,
Não vais nem adivinhar
O que a vida me prometeu:
Me abrir portas e janelas
Pra que eu possa contemplar
As vilas e flores tão belas
Por onde eu hei de passar.
De ti não vou mais precisar,
Mas de força e de coragem,
Pra encarar essa vida
Sem medo e com muita vontade,
Porque só de mim que depende,
Minha própria felicidade.
Não pense que eu sou ingrata
Nem dei a você seu valor,
Mas, agora, meu nobre espelho,
Está em mim descobrir quem eu sou.
Agradeço todos os conselhos
Que sempre esteve a me dar.
Mas preciso te deixar livre,
Pra minha fortaleza entrar
E mostrar os novos caminhos
Os quais só eu vou trilhar.
Nara Minervino
A maior vítima do homem é ele mesmo, quando destila seu veneno fatal e esquece de que está mordendo o próprio rabo.
Nara Minervino
Os efeitos da vida são como bumerangue: lançamos para onde e para quem quisermos, mas ele sempre voltará em nossa direção.
Nara Minervino
CONFIAR...
É pisar firme em areia movediça, mesmo sabendo que não tem ninguém à vista.
Nara Minervino
ABSTRATO É...
Gostar de quem não merece,
Esperar por quem não vem,
Contar com quem não faz e
Compreender quem não se entende.
Nara Minervino
CONCRETO É...
Amar quem nos ama de volta,
Querer quem nos quer por perto,
Acreditar em quem de nós não duvida e
Esperar por quem não vai faltar.
Nara Minervino