Poetisa
Você não faz ideia do tamanho da indignação que eu carrego entre o calcanhar e a palmilha do meu sapato.
Só vencemos em nós a hipocrisia e o preconceito quando conseguimos nos colocar com dignidade no lugar do outro.
A dor nunca é um atalho, mas uma ponte que com os próprios esforços precisa ser construída ou provavelmente, reconstruída.
Garotas prestem atenção mantenham a cabeça erguida, os olhos bem abertos e as pernas cruzadas, e fechadas !
Ainda há sinais de luz
Na noite perdida nas linhas escuras desenhadas
Nas mensagens secretas da solidão e do silencio...
Ritmo
O trem risca o trilho;
eu risco as pautas do bloco;
você, estribilho.
(Verônica Marzullo de Brito)
Média
A manteiga dá o sal,
o pão amansa a fome,
a rua vira quintal...
Mas a média é sempre fria
(mesmo que fervente)
Quando servida
por um estranho
a uma mulher de pé,
sozinha,
na padaria.
(Verônica Marzullo)
Invadiu-me a casa, o pensamento, a vida e lá fez sua morada...Invadiu-me o quarto, o canto, minhas cores e transbordou tudo.Invadiu-me o tom, o tato, o dorso, a pele, virou-me o mundo ao contrário. Invadiu-me sem hora e nem lugar, entrou pela janela, tomou-me de assalto. Deitou-se no meu destino, riu-se do meu espanto... Foi assim sem tempo, num segundo de desatenção
Que desembarcaste em mim paixão.
Se quiseres pinto a escada de outra cor, Arranjo outros vasos para as flores, Visto o vestido azul que quiseres, sendo azul, qualquer um deles, amor. Se quiseres, não te esqueço assim que amanhecer o dia. Caso queira, apago as luzes, te arrepio em pelo, mudo a cor do acaso, o curso da vida, a rima de um verso, te beijo... Se quiseres pinto a escada de outra cor...
