Poetas Portugueses

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Passei por ti sem que te visse
Vi-te depois de ti não ver
O lembrar traz à superfície
O que o olhar deixa perder.

DÁ-ME A VERDADE:dou-te a vida.
A vida esquece como a água PASSA,
E é coisa morta a coisa que é esquecida.
Dá-me a verdade!
Como o que nunca foi, a vida esvoaça.

Ter o que é certo nas incertas mãos!
Saber bem o que nunca pode ser!
Tudo isto nos faz ermos e irmãos
No nada que nós somos.
Dá-me poder sentir, saber querer!

Instante inútil entre ser e estar,
Momento vácuo entre sonhar ou não,
Tudo isto pode ser e não ficar.
Dá-me a verdade!
Mas deixa-me a mentira ao coração!

(Fernando Pessoa)

Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

Quem não quiser sofrer que se isole. Feche as portas da sua alma quanto possível à luz do convívio.

Em dias da alma como hoje eu sinto bem, em toda a consciência do meu corpo, que sou a criança triste em quem a vida bateu.

E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!

Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Porque não consentes, num beijo de amor,
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar!

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

O universo é o sonho de si mesmo.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta.

Fernando Pessoa
Erostratus. in: Páginas de Estética e de Teoria Literárias. Lisboa: Ática, 1966.

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

Fala-me, anjo de luz! És glorioso, à minha vista na janela à noite, como divino alado mensageiro
Ao ebrioso olhar dos froixos olhos (...)
A noite vai bela, e a vista desmaia
Ao longe na praia, do mar!

A vida meu amor quer vivê-la
Na mesma taça, erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la
Que importa o mundo e As ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãs?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas

O melhor de viajar não é ganhar, é perder. E o que de melhor se perde, em viagens, é o eu.

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.

Sophia de Mello Breyner Andresen
in Coral - Obra Poética

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

“Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo”.

(escrito em 15.11.1908), In Poesia 1902-1917)

UNO

Nossos corpos se acalmam e se exaltam.
Num contato tão intenso e magnifico,
Que é dança, é arte, é vívido.
Movimento e sensação, sentimento.
Enquanto nossos rostos são vistos, são lidos.
Entre dedos e olhos atrevidos.

Nossas bocas se provocam e degustam.
Dentes e mordidas a todo custo.
O seu pudor, seu medo é meu abuso.
E meu susto, absurdo é seu conteúdo.
Me complementa, me alimenta.
Transforma minhas certezas em tormenta.

Cabelos, pele, unhas e beijos.
Partes cheias de vontades, desejos.
Justificam os hematomas e as palavras sobre tudo.
Receios, medos, sustos, sugestões, sonhos, mundo.
Num momento onde os dois não se anulam.
Mas por sentir e transmitir, formam algo uno.

Acho engraçado quando as pessoas criticam os outros e depois fazem o mesmo.

Esperar pelo melhor e preparar-se para o pior: eis a regra.

Fernando Pessoa
Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Não adianta tirar da mente o que não sai do coração.
Você apaga os momentos, mas as lembranças se mantêm
vivas dentro de você

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