Poesias sobre Velhice

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Meus castigos de infância se tornaram minhas metas: ir pra cama cedo, não sair da minha casa, não ir a nenhuma festa.

Tem fotografias que não foram publicadas porque as câmeras não conseguiram captar. Foram registradas no coração, na memória e arrancam um riso largo. Elas serão flores da nossa velhice.

Não é ao jovem que se deve considerar feliz e invejável, mas ao ancião que viveu uma bela vida. O jovem na flor da juventude é instável e é arrastado em todas as direções pela fortuna; pelo contrário, o velho ancorou na velhice como em um porto seguro e os bens que antes esperou cheio de ansiedade e de dúvida os possui agora cingidos com firme e agradecida lembrança.

A atenção que as crianças querem de seus pais na infância é a mesma que os pais querem de seus filhos na velhice. A justificativa é a mesma: falta de tempo. E o motivo da falta de tempo é o mesmo: trabalho para ter dinheiro para sustentar a família. Será que pessoas que já possuem uma quantia em dinheiro suficiente para seu sustento e de várias gerações padecem do mesmo mal?

Cuidar de uma criança é melhorar a hipótese de ser bem cuidado, quando a idade te tornar novamente criança.

Quem não tem ou não tira tempo para seus filhos não espere notícias boas, dias felizes, ajuda e paciência na velhice, mas somente a mesma ausência somada ao desprezo!

Envelhecer é a coisa mais poética do mundo: até os olhos ficam entre aspas. Deve ser porque entre a infância e a velhice há um instante chamado vida.

Feliz e sábio é aquele que vive a vida de tal forma que o passar dos anos não lhe tira outra coisa, senão o frescor da pele.

“Muitas vezes a juventude é repreendida por acreditar que o mundo começa com ela. Mas a velhice acredita ainda mais frequentemente que o mundo termina com ela. O que é pior?”
―Friedrich Hebbel

Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes.
Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte,
e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Fabrício Carpinejar

Cresça
É triste quando chegamos a uma certa idade, não na velhice, mas numa idade de maturidade e olhamos para traz e não vemos nada de valor construido. Não vemos uma historia vivida, mas uma vida disperdiçada com tolices e imaturidades.
Quando acordamos nos damos conta de que não foi uma vida vivida, mas disperdiçada. É triste.
Acardar no começo de nossas vidas é essencial para construirmos uma hostoria.
Acorde agora antes que disperdice sua vida com tolices e imaturidades.

Quando um homem atinge a velhice
Cumprida sua missão
Tem o direito de confrontar
A idéia de paz.
Não necessita de outros homens;
Conhece-os e sabe bastante a seu respeito.
Necessita é de paz.
Não é bom visitar este homem ou falar-lhe
Fazê-lo sofrer banalidades.
Deve-se desviar
À porta de sua casa,
Como se lá ninguém morasse.

Ser jovem é uma coisa, ser velho é outra coisa

A juventude é um estado de espírito, a velhice é um estado físico

Estou pensando [...]
Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos
A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos[...]

Morte que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

“Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança”.

(Trecho dos versos publicados originalmente no livro "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940. Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.)

⁠Na velhice da alma

Eu não escolho sonhar; os sonhos que vêm sobre mim
Algum velho e estranho desejo por ações.
Quanto à mão sem força de algum velho guerreiro
O punho da espada ou o capacete usado desgastado pela guerra
Traz vida momentânea e astúcia longínqua,
Então para minha alma envelhecida -
Envelhecida com muitas justas, muitas incursões,
Envelhecida com nomear de um aqui-vindo e daqui-indo -
Até agora eles lhe enviam sonhos e não mais deveres;
Assim ele se incendeia novamente com poder para a ação,
Esquecido do conselho dos anciãos,
Esquecido de que aquele que governa não mais batalha,
Esquecido de que tal poder não mais se apega a ele
Assim ele se incendeia novamente em direção ao fazer valente.

Ezra Pound

Nota: Tradução do poema In The Old Age Of The Soul.

Na velhice

Já são anos escrevendo;
As histórias de uma face;
Já são dias escurecendo;
Desejando que me abrace.

São os dias de beleza;
Os que vens a encontrar;
E me vejo sem destreza;
E só falta te amar.

Um amor que é diferente;
Um que veio do infinito;
Um amor que faz contente;
Um do rosto mais bonito.

É uma bela que é fera;
É um rosto que se rende;
É uma força que é mera;
É uma força que a mim prende.

O abraço que não solta;
O beijo que não desfaz;
O caminho que não volta;
O amor que satisfaz.

Já são anos escrevendo;
Sobre o amor que nasceu;
E me vou envelhecendo;
E esse amor ainda é meu.

O homem tolo
acredita que viverá para sempre
se ele evitar a batalha;
mas a velhice não lhe dará
nenhuma paz,
ainda que as lanças o poupem.

⁠A velhice não me assusta
quando aumenta a minha idade
porque nela se degusta
o bom vinho da saudade