Poesias sobre Homens
É felicidade para os homens que cada um deles a defina a seu modo com variedade, na sua essência e objectos.
Temos muito mais temor do ódio ou da cólera dos homens do que esperança no seu carinho e na sua gratidão.
Tem-se visto e vêem-se homens que na pobreza são ricos, na perseguição joviais e no desprezo estimados, porém, poucos se contam na boa fortuna ponderados.
Todas as ocupações dos homens tendem à posse de alguma coisa; e eles não têm nem título para a possuir justamente nem força para a possuir com segurança.
Há nos homens, em igual medida, tanto uma inércia incompreensível como uma atividade nociva no momento impróprio e no local impróprio.
Como cães numa roda, ou pássaros numa gaiola, os homens ambiciosos continuam a subir, com grande trabalho e incessante ansiedade, mas nunca chegam ao cume.
Há muitos homens reputados infelizes na nossa opinião, que todavia são felizes a seu modo, segundo as suas ideias.
Os homens crêem tão pouco na autoridade da própria razão que acabam por justificá-la com a alegação da dos outros.
Uns sofrem de um mal, outros, de outro, e entre os homens / - quantos o sol é capaz de ver - ninguém é perfeitamente feliz.
Todos os homens que aspiram a distinguir-se dos outros seres vivos devem esforçar-se com todos os meios para não viver na obscuridade como os selvagens que a natureza curvou ao chão e fez escravos do ventre.
Todos os homens sabem uma quantidade prodigiosa de coisas que ignoram saber. Sabermos tudo quanto sabemos? Essa simples investigação esgota a filosofia.
Não creio que haja coisa pior no mundo do que a leviandade, pois os homens levianos são instrumentos prontos a tomar qualquer partido, por mais infame, perigoso e pernicioso que seja; sendo assim, é melhor fugir deles como se foge do fogo.
Os homens apreciarão as mentiras até o fim do mundo, e relatarão anedotas como nunca jamais ouvistes vós e vossos pais.
Os homens deste mundo são como / os grãos de café na máquina de moer: / um antes, um depois, outro em seguida, / todos acabam por ir para o mesmo destino.
Os homens trabalhadores, de negócios e responsabilidades, no estado de repouso, numa praia, por exemplo, parecem aquelas feras em cativeiro dos jardins zoológicos.
Quando o interesse é o avaliador dos homens, das coisas e dos eventos, a avaliação é quase sempre imperfeita e pouco exata.
Os homens envergonham-se não das injúrias que cometem, mas daquelas que recebem. Porém, para fazer com que os ofensores se envergonhem, não há outro caminho senão o de devolver-lhes a ofensa.
E por esta arte de conhecer os homens, digo-vos, meu filho, que se pode aprender, mas que não se pode ensinar.
Há três categorias de homens: a) os que contam a sua história; b) os que não a contam; c) os que não a têm.
A maior parte dos homens só fazem grandes males por causa dos escrúpulos que lhes provocam os pequenos.
