Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix
Sabe o seu sorriso?
Ele é como colírio para os meus olhos.
Sabe o seu jeito?
Ele é refúgio.
Sabe o seu cabelo?
Ele é tão enrolado quanto o meu amor por ti.
Assim te vejo...
Te sinto...
Permito-me lembrar daquele dia
Daqueles dias...
Suspiro fundo, porque sei que em seguida
virá teu sorriso...
Teu toque...
Teu cheiro...
Tua voz...
Teu olhar...
São coisas tão marcantes e vivas
E por um momento até esqueço
Que são apenas lembranças!
LILIUM
De longe a observo...
Tão quieta...
Parece distante...
Quero dizer-te:
Tu és meu fascínio
Deleito-me por ti
Oh! Menina colírio!
Vou roubar tu, meu lírio
Para um antídoto
E de ti, fazer uso contínuo
Oh! Menina delírio!
Aproxime-se...
Deste lado também nasce o sol
E corre o rio
Há noite, há plantio
Surgem vaga-lumes, cantam os passarinhos
Venha, minha flor!
Não deixarei te faltar suspiro
Pule a cerca, desvie-se dos espinhos
Só depende de tu teu caminho
Oh! Lindo lilium!
Custa-me sonhar?
Um dia atracarei
Mas... Daqui até lá
Vivo a te esperar
É o que me resta...
Pois não posso te obrigar a me amar
Oh! Pequena flor!
Deixe-me sentir teu calor?
“Baixem as velas!”
Berraria o capitão ao ver teu navio prestes a afundar
Do contrário, com os dedos cruzados
Pobre marinheiro...
Naufragou em auto-mar
Pois do amor, não soube desfrutar
Deixando-te morrer por uma flor
Que não sabes desabrochar.
Sociedade... ;-;
Vivemos em uma sociedade,
Aonde quem ama,não é amado.
Aonde quem cuida,não é cuidado.
Aonde quem espera,não é esperado.
Aonde quem ajuda,não é ajudado.
Vivemos em uma sociedade,
Aonde as pessoas,deixam o próximo de lado.
Aonde o ferido,é maltratado.
Aonde o suicida,da ponte é jogado.
Foi essa sociedade,que todos sempre esperaram?
Quando Desejamos tanto a Felicidade da Pessoa Amada,
Muito mais que a Nossa Própria,
Sabemos com certeza,
Que este é o Amor,
Mais Lindo que Existe.
A Felicidade as vezes é difícil de ser Alcançada,
Assim como aprender a andar ou pronunciar as primeira palavras,
Mas a recompensa por tal Esforço,
É Simplesmente Mágica!
Feminezas
A vida é bela pelas estranhezas,
pelo seu lado sempre inapreensível —
seu visível que esbarra no invisível,
seus real irreal surreal e realezas...
Você também com suas feminezas
mostra de quem é filha em alto nível —
sim, é o poema mais intraduzível
que já se fez em surtos de grandezas...
Entre você, Mulher, você e a Vida,
qual é a mais difícil de entender,
ou mais fácil de ser compreendida?
Entre você, a rosa e o agudo espinho —
qual nos machuca mais para colher
os sonhos que molhamos em seu vinho?...
LA
O ser apenas
se transparece
pela poesia.
Pela razão
jamais o ser
se descortina —
só nos achamos
ao nos perdermos
na poesia —
que é achamento
pelo espanto —
espanto-encanto.
LA
Tenho Ainda...
Tenho ainda metade de uma taça
da nossa última conversa: o vinho
que vai tecendo e modelando o ninho
de um sonhar lá num tempo que não passa...
Sim: tesouro que o tempo nem a traça
hão de comer: guardado num cantinho
em alma-coração, lá no escaninho
de uma lembrança de alegria e graça.
Tenho ainda metade de uma taça
daquela madrugada em plena praça
em que tu musicavas um jardim...
Tenho ainda metade de uma taça
dos momentos de um sonho que, se passa, —
há de passar sem conhecer um fim.
LA
É impossível ao homem ser sozinho,
tal sentimento é enfermidade
de quem não sabe diluir-se
e transpassar
a permitir integração.
A vida é um grande brinquedo
que foi dado a nós crianças.
O brincar desse brinquedo
são as nossas esperanças.
LA
Uma tarde ela me flechou
com aquele olhar
e sorriso de Mona Lisa...
Não deu outra —
amassamos a grama
do seu jardinzinho.
LA
Madrugadinha Nina me ligava...
eu voava e caía entre ela...
e a gente rachava lenha
até domingo ficar rindo,
ficar rindo como Buda...
LA
Você percebe que ficou velho
quando a moça bonita ao lado,
no consultório, no metrô...
se levanta... e com um sorriso,
um sorriso de matar —
lhe oferece o lugar.
LA
Sexta à noite ela me disse
que não mais me admirava... não mais me amava...
Daí a uma hora veio —
foi um frege danado...
Perguntei-lhe por que me havia dito aquilo,
disse que era pra incendiar os afazeres...
LA
Quando bebo algum líquido
já me lembro de Baumann...
e aproveitando a lembrança,
bebo mais meio copo.
LA
Você
Você é musa, é nume, enlevo,
é sentimento aberto em flor,
é pensamento em que me elevo.
Você é mar em que navego,
você é sorriso interior,
você é porto a que me chego.
Você é regato em luz e graça —
que flui, reflui mas que não passa.
LA
Débora
Quando garoto lambuzei
meu corpo e alma no teu mel —
me lambuzei qual nenhum rei.
Eras bem mais experiente
e me levavas ao teu céu
com uma carícia de nubente.
Foi tanto mel, mas tanto mel,
que ao me picares nem doeu.
LA
Uma Ternura...
Uma ternura ainda menina
a lhe brotar do corpo esguio —
leveza em haste de bonina.
Passou-lhe o tempo, ela ficou —
qual as atuais águas do rio —
do rio que passa-e-não–passou.
Há nela um brilho: uma beleza
maior que o tempo e a natureza.
LA
