Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

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Refundir

Respiro os sonhos, acordado
As dores são suspiros
Inflados no peito, chorado
Que na alma criam giros
Da vida aos quais se é laçado
Criando loucuras e estupidez
Quando vale a pena é ser amado
Mergulhar nesta sensatez...
Se o fato está desgovernado
Refunde como se fosse a primeira vez
Resgatando o bem e a harmonia
Sem nenhuma escassez
Na emoção criando sabedoria
E no amor solidez...

Luciano Spagnol

beijo

beijo inocente
beijo roubado
adolecente
enamorado

beijoca, beijinho
fraternidade
fração do carinho
beijo de amizade

amigo,
doce abrigo

beijo,beijos,beijo
de despedida
lágrimas e cortejo
alma partida

beijo traíra
enganador
beijo cuíra
estertor

beijo
beijemos
gracejo
apaixonemos
desejo

bom mesmo é beijar!

um beijo, mil beijos
afeto, carinho
ensejo
de amor
beijos!

Luciano Spagnol

"Somos tudo num só e nada num todo
O bem e mau que inquieta e acalma
Sacudindo o agitado silêncio da alma."

Às vezes o afeto está em apenas uma palavra, e o afago nela estará...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

e de repente o cerrado amanheceu
o sol está lá fora para o seu apogeu
a cidade acorda para mais um dia
os pássaros já estão em euforia
e a vida novamente num mais um
BOM DIA!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

As rosas são o poema mais lindo da natureza. Sua poética beleza, perfuma com elegância e nobreza.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

VISÃO

No cerrado vi um peão a toda brida
Pelos cascalhados da árida estrada
Do meu sonho não entendia nada
Se eu estava na morte ou na vida

Entre folhas ressequidas, adormecida
Uma caliandra, sendo colhida por fada
Em cachos, no beiral da lua prateada
Numa tal tenra pálida beleza já vencida

E nesta ilusão a ele fiz uma chamada
Vós estás de chegada ou de partida?
O tal peão, O Tempo, de sua cruzada

Respondeu: não tenho alguma parada
Levo comigo o podão de toda a vida
A caliandra colhida, é tua infância perdida.

Viva SÃO JOÃO!

Vamos todos festejar
o glorioso SÃO JOÃO..
Em volta da fogueira, louvar,
este Santo da multidão...
Na mesa a nos convidar,
pipoca, milho, paçoca, quentão...
Viva! Viva! SÃO JOÃO!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

SONETO DA SEGUNDA FEIRA

Por seres o primeiro dia útil da semana
O dia da tal preguiça a tu entitulada
Por seres tão lenta a manhã raiada
És indesejada, ao despertar tirana

Por seres ao mau agrado condenada
Num trato pequeno, de simples fulana
Por seres mais que um início traquitana
És evitada, e tão pouco mais celebrada

Como a coirmã, sexta, tão aplaudida
Querida, e esperada. És desanimada
Como um fim de festa, ali, chicana

Por não ter outra ou qualquer saída
És encarada como anódina estrada
E nesta pendenga és outra semana...

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Cerrado
...Bendito sejas tu, trançado em retalhos
de relva rastejantes que no chão flama
refrescantes nascentes, e áridos atalhos

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

GOTA D'ÁGUA NA ROSA

Chuva rara, clara
na rosa pingo d'Água
lava a mágoa...
- É só uma bágua
ou frágua do cerrado?

É delírio na sequidão
que pingam
nas pétalas soam
nos ouvidos cantam...
E o chão molhado

Chove no cerrado ressecado
céu carregado... Chove!
No sertão em prosa
gota d'Água na rosa.

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

POEMA PARA UM BOM DIA

Um novo dia vai se formando
É o raiar do sol num novo amanhecer
Que a gratidão e alegria estejam no comando
Pois é a vida nos convidando pra viver...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

CERRADO SECO (soneto)

Ah! plangente cerrado, quente, sequioso
Ventos abafados, denodados, e ao vento
Dormente melancolia, e tão portentoso
Murmurejante e, navegante de lamento

Sol queimoso, unguinoso, tal moroso
Que no seu firmamento vagar é lento
Inventando no tempo variegado iroso
Parindo nuvens dum cinzento natento

Securas secas, e que secam ardoroso
Veludos galhos, veludosos e poeirento
Que racham sedentos num ardor ditoso

Ah! cerrado seco, de ávido encantamento
De um luar num esplendor esplendoroso
Da lua de contornos, no céu monumento

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

ÁRIDO, MUITO ÁRIDO, SECO

Árido, seco, muito árido
O vento do cerrado leve passa
Contigo leva o sonho parido
E vai-se entre tortos galhos, arruaça
Assoprando na melancolia alarido...
E eu sentado no banco da praça

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

DENTRO DA TARDE

A tarde seca e fria, de maio, do cerrado
Cheia de melancolia, deita o fim do dia
Sobre cabelos de fogo tão encarnado
Do horizonte, numa impetuosa poesia
A tarde seca e fria, de maio, do cerrado

O mistério, o silêncio partido pelo vento
No seu recolhimento de um entardecer
Sonolento no enturvar que desce lento
Do céu imenso, aveludado a esbater
No entardecer, seco, frio e, sedento

Perfumado de cheiro e encantamento
Numa carícia afogueada e de desejo
Seca e fria, a tarde, tal um sacramento
Se põe numa cadência de um realejo
Numa unção de vida, farto de portento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

DE POESIA EU PRECISO

De poesia é o que eu preciso
Da tua quimera e mais nada
Galgar a rota de sua escada
Sem vestir-se do ser narciso

A poesia é muito mais amada
Prazer d'alma, pouco ao juízo
Volteios de ilusão no paraíso
Da ficção, com lira misturada

Só preciso de poesia, teu guizo
Inspiração, silêncio, a tua pitada
Cheios de acordes e improviso

Poesia é tal qual uma estrada
Do fado vendado e impreciso
Que nasce da faúlha inspirada
(de poesia eu preciso!...)

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

BALADA DO TEMPO (soneto)

... e o tempo passa, indiferente
apático, indo embora sem saber
poente na saudade, o alvorecer
mais um, outro, apressadamente

... dono dos gestos e do prazer
tristemente, tal uma flor dolente
que traga o frescor vorazmente
no ato da ação do envelhecer

e o tempo passa, inteiramente
sem que escolhamos perceber
e na lembrança, assim, assente

passa o tempo, e é para valer
sem que nada dele ausente...
Presente! Pois vale a pena viver!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

A JANELA E A LUA (soneto)

Já de ti - dizia a lua - me despeço
Pra janela, no cerrado com sorriso
Deixo-te com os sonhos. Preciso
ir... O sol já está no seu ingresso

No horizonte me embaço no paraíso
De tua fresta vê-me no meu avesso
Diz a lua no clarão no céu disperso
E eu, noturna, indecisa, me diviso

E, escancarada, alegre, a ti expresso
Até mais logo! Vá com lotado juízo
Diz a janela pra lua, breve regresso!

E está, que já dormia, de sobreaviso
Inteirou a janela deste seu recesso
Até a noite, quando volta no improviso

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

CHEIRO DE CERRADO

Quando a alvorada chegou, eu fui a janela
Sentei-me. O horizonte abriu, a vida arfava
Eu, ao vento, atraído, a essa hora admirava
E estaquei, vendo-a esplendorosa e bela

Era o cerrado, era a diversidade em fava
Céu róseo um mimo! A arder como vela
De pureza singela tal qual uma donzela
Que hipnotizava a alma, eu, observava

Então me perdi no perfume que exalava
O olhar velava com pasmo e com tutela
Aí, hauri toda a essência que fulgurava

E agora, fugaz, lembrando ainda dela
Sinto o cheiro, que na memória trava
Da alvorada do cerrado vista da janela

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

PERDÃO (soneto)

Cá estou, meu Senhor, a pedir perdão
Tal o humano: muito errei no caminho
Se de tuas leis desviei, dá-me alinho
Tentei ser, do afim irmão, mais irmão

Se de meu olhar ausentou o carinho
Perdão! Aqui me tens em confissão
Me ensina rezar com Vosso coração
Na omissão, fui um ser mesquinho

Não matei, nem roubei, fui em vão?
Perdão! Me tira deste mal cantinho
Se declinei, pouca era minha razão

Compaixão por me achar sozinho
Se no amor não pude ser paixão
Perdão pela tua coroa de espinho!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

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