Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

Cerca de 237565 frases e pensamentos: Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

Quando a Boca Cala

No silêncio a alma confessa
Quando a boca cala
O olhar não tem pressa
Quando a boca cala
Os gestos falam sem promessa
Quando a boca cala

Tudo no direito de ir e vir, quando se quer ficar
Onde o que importa é acolher, é abrigar
Sem a ditadura de querer mandar

A emoção encontrada clama
Quando a boca cala
A paixão partilhada chama
Quando a boca cala
O desejo lado a lado é poesia
Quando o corpo é harmonia

Ai mesmo quando a boca cala
O amor fala!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15/04/2013, 05’30”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

E que venha as flores,
Tenha dias com valores,
No coração essência...
À primavera reverência,
mais cores... Que seja
SETEMBRO, coerência
na razão, nos fazendo
sonhar que com dispor,
se pode acreditar, num
Deus que é vida, amor...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31 de agosto, 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ROGO E PRECES

Não és ideal, nem és pechoso, és um poeta...
Vives na inconstância em rogo e em preces,
Como se em febre na inspiração tivesses
O suplício do impecável na receita certa.

Roto, no silêncio como na solidão padeces;
Oscilas entre a realidade e a alma secreta,
Num vórtice desatinado de curva e de reta,
Entre as expectativas e os desinteresses.

Capaz de lágrimas e sorrisos simulados,
Não ficas com a variedade satisfeito,
Nem te culpas, infeliz, dos fustigados.

E no aplauso do perfeito que te devora,
Mora na tua inspiração o pouco feito
Um farto que ruge e um vazio que chora.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
15 de setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Á Virgem Santíssima

A teus pés, tal fé de incerteza,
O coração cheio de inquietude.
Posto o meu olhar de solicitude,
No teu doce alento de pureza...

Mais que piedade, é plenitude,
Que nem sei se há mais riqueza.
Tal o amor, tal luz, tal grandeza,
Que ao nosso clamor, servitude...

No rosário, desfio minha rudeza.
Mãe feita de perdão, pura beleza,
Cheia de graças, a reza primeira...

Da paz, divina piedosa dolorosa,
Silenciosa, fita-me assim chorosa...
Auxílio em nossa hora derradeira.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Sejamos sinceros, a felicidade, ela nunca existiu definitivamente. Assim como eu, como você e as pessoas de nossas vidas ela é passageira e frágil. Similar a uma flor se desmantelando e murchando em uma estação qualquer. Nunca ficara para sempre com alguém e jamais a terão por completo.

Entender isso é realmente difícil. Conviver com esses pensamentos de que tudo um dia ira se desfazer não pode ser aceito por alguns e isso se torna pior ainda quando se sabe que não terá mais volta.

Inserida por WhiteBlueStar

GRILHÃO

Por que hei, desta solidão, o memorial
Por que hei, do silêncio, o chamamento
Se o caminho tem o seu início e o final
E o fado nunca é só descontentamento

Fosse possível ser apenas um ato fatal
Depois de tanto e tanto aborrecimento
A vida seria apenas passagem acidental
E no acaso não teríamos o sentimento...

Vária lembrança no tempo, nunca lento
De vias que nos parecia uma eternidade
E que nos foi reservado no esquecimento

Por que? Me encadeias sem piedade
No grilhão do vil ignoto e do tormento
No cárcere dum martírio da saudade?

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SOMBRA

Sofro... Vejo envasado numa angústia furiosa
Todo a poesia que tive na intenção esmerada
Abandona-me o criar, e a alma ficou calada
No ter a exaltação, e a inspiração é vagarosa

Criei... Mas tive prosaico, e trama enleada
O desdém que sufoca, e a simetria penosa,
Sombria, numa chama ardente e dolorosa.
Que fazer pra ser bom, nesta vil jornada?

- Amar? - Perdoar? Eu ser apenas prosa?
Não sei, sei que amei, perdoei, mais nada,
Porém, não tive todo este mar de rosa...

Em sangue e fel, o coração me só é cilada
Remordo o papel, branco, em ter gloriosa
Chamada. E só vejo a quimera em retirada.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TÉDIO

Sobre o meu poetar, como uma sina
Tal ave de rapina, pesa a monotonia
Despovoando os versos, na surdina
Ilustrando a poesia de turva predaria

Oh! Escrever no silêncio, e inquilina
A solidão, sem sonho e sem alegria
Sem uma idéia e sensação cristalina
Faz o tédio ao poeta sua companhia

Ah! Deixar de fantasiar este ensejo
O pensamento no vão, a alma fria
Se a luz está escura e assim velada

Como posso avivar o meu desejo?
Se dorme numa catedral tão vazia
E lá fora a vida está abandonada!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ALMA INQUIETA

Quem o cerrado dirá à alma inquieta no vazio?
De tortos em tortos galhos queixas soltas no ar
De estrelas em estrelas o pensamento a voar
Num calafrio, recolhido e só, eu, aqui sombrio...

Ergo os sonhos do chão seco, do pó a jorrar
Jorro angústias murchas do peito sem feitio
Cheio de desagrado, de pecado. E mal gentio
Que saudade doída! - Recordação sem paladar.

Pra purificar a sensação, um coração piegas
Livre da ingratidão, livre da trava indiferença
Onde, em perpétua quimera, devaneio cativo

Não posso então ter na ilusão as tais regras
E tão pouco nas lembranças cética crença
Amor e esperança vivem no cárcere que vivo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Hino à Tarde (soneto)

Do sol do cerrado, o esplendor em chamas
Na primavera florada, entardecendo o dia
Fecha-se em luz, abre-se em noite bravia
Inclinando no chão o fogo que derramas

Tal a um poema que no horizonte preludia
Compõe o enrubescer em que te recamas
Rematando o céu em douradas auriflamas
Tremulando, num despedir-se em idolatria

Ó tarde de silêncio, ó tarde no entardecer
De segreda, as estrelas primeiras a nascer
Anunciam o mistério da noite aveludada

Trazes ao olhar, a quimera do seu entono
Cedendo à vastidão e à lua o seu trono
Sob o véu de volúpia da escuridão celada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Subversiva

A solidão
Quando vem
Respeita nada não...

Nem lembranças tem.
Quando ela fica sem noção
Há suspiros, também.

De qualquer de seus abismos
Desconhece o coração
E é cheia de egoísmos

Relincha
Nos seus fanatismos,
Então, a alma guincha.

Só depois da sofregdão
Reconsidera: no silêncio
E deixa a ventura na mão
Em um poema sombrio...
De farta imaginação.
No vazio!

E promete incendiar a razão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Paráfrase Ferreira Gular

Inserida por LucianoSpagnol

CAOS

No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito

Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas

E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto

E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Bem me quer, mal me quer

Bem me quer, tenho aqui o meu cantinho
Mal me quer, ao dormir preciso de carinho
Bem me quer, de amizades não tenho fome
Mal me quer, não sei escrever teu nome
Bem me quer, paternidade é com meu cachorro
Mal me quer, na solidão eu peço socorro
Bem me quer, divido a opinião comigo mesmo
Mal me quer, a partilha permanece a esmo
Bem me quer, amo, a tudo e todos, sou feliz
Mal me quer, tudo é tão rápido, por um triz
Bem me quer, como é bom apreciar o amanhecer
Mal me quer, a cada dia veloz é o envelhecer
Bem me quer, sei mastigar a vida de solitário
Mal me quer, não tenho ninguém no itinerário...
Bem me quer...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

singular

no caminho singular
fui plural
tentando me encontrar
entre o bem e o mal

na variante
do acaso
calmaria e vendaval
ao longo prazo
nunca fui total
no lusco fusco
sou igual
o afeto que busco

fui silêncio e barulho
probabilidade
e neste embrulho
deserto e diversidade
de prosa e verso
realidade
de um comum universo

plural ou singular
existiu amizade
e pude saber o que é amar

só o amor nos faz eternidade!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

dorido

a lágrima exibi
o silêncio, é palavra, ato
o revés, bisturi
que corta de fato

teu sentido, teu tato

a emoção contamina
perfura a razão
nos olhos neblina

sofreguidão

na despedida
no gemido
na partida
no laço corrompido
na magoa proferida
no desejo proibido
na luta vencida
o não no pedido

sem amor
é dorido
nunca acolhedor...

do perdão devedor

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Fogão de lenha

Ah! O velho fogão de lenha
O fogo estalando o graveto
Panelas empretejada e prenha
Exalando seu tempero secreto
Só saudade, razão quem o tenha
Na fornada os biscoitos de goma
D. Celina. Quem duvidar, que venha
Provar, do pão de queijo, puro aroma
Velho fogão, assim, faz sua resenha
Envolta os causos e mexericos soma
Ao café no bule, que na alma embrenha
Só tu pode e guarda em seu fogo lento
O poetar que meus versos ordenha
Lembranças de um tempo de contento
És tu velho e bravo fogão de lenha!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

noite

a sinfonia da noite
cai sobre o cerrado
a alma neste açoite
é retiro amordaçado
é silêncio em seresta
a solidão num gorjeado
e a quimera numa fresta
a noite cerrando o cerrado

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

a fragilidade da paixão

ela é como bolha de sabão
que não se pode dominar

é o vento a soprar
é o verão no coração

vício na respiração
ar

doce remédio a envenenar
cura e turbilhão

substância pro tédio:
emoção, pré amor, assédio...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Passa

o tempo por nós passa
passa o ser sem tempo
num delírio e arruaça
o fado sem passatempo

o futuro
longe ou perto
fácil ou duro
sempre incerto

e tudo passa
mágoas passam
a perda a caça
pessoas passam

é ventura é pura graça
a existência é oblação
a vida passa...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Lealdade da poesia

Pode haver um dia
em que se mude
de lugar, de atitude
mas leal é a poesia

ela que tira o tédio
gargalha de alegria
se veste de fantasia
ri, brinca, é assédio

também chora
partilha solidão
sem luz é escuridão
ora fica ora vai embora

uma coisa é fato
nos leva longe, além
além de ser desdém
de ter e ficar sem
fala o que convém
envolvente no vaivém
nina, acorda, porém
no relato melodia têm
e teor no quinhão exato...

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol