Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

Cerca de 234234 frases e pensamentos: Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

Adeus, cerrado goiano!

Adeus, cerrado, já é hora de ir
Levo na estória de ti saudade
É tanto causo de felicidade
Tristura, mas é hora de partir

Volto pra minha natal cidade
Sina doida que devo cumprir
De lá vim e para lá vou seguir
Minh’alma está pela metade

Pedaço de mim aqui deixo
Outro comigo vou carregar
Da solidão não mais queixo

Pois tenho enredo pra contar
Na caminhada no teu seixo
Andei, e aprendi a te amar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EM TARDE CHUVOSA (soneto)

Março. Em frente ao cerrado. Chove demais
Sobre meu sentimento calado, aborrecimento
Gotejado do fado.... Rodopiando nos temporais
Enxurrando desconforto, angústia e sofrimento

Verão. E meu coração sentado na beira do cais
Da solidão. Do mar agitado e cheio de lamento
Por que, ó dor, no meu peito assim empurrais
Essa tempestade e tão lotada de detrimento?

A água canta, lá fora, e cá dentro o olho chora
Implora. Para essa tempestade então ir embora
Que chegaste com o arrebol e na tarde ainda cai

E eu olha pela janela deserta, e vejo o céu triste
E, ao vir do vento, a melancolia na alma insiste
Sem que das nuvens carregadas a ventura apeai

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NEM SAUDADES, NEM PRANTO (soneto)

Não há mais saudades, nem mais pranto
Secaram as lágrimas quando eu te perdi
E nesta seguidão tanta, seco, chorei tanto
E já sem encanto, tanto era amor por ti!

O coração se cansou, enxuto num canto
Lembres-te? que sofri, contanto resisti
Beijar-te... e beijei-te com tal acalanto
No entanto, no desdém, rudeza senti

Porém, esqueçamos toda essa história
As lembranças hoje estão na memória
Se tudo passa, você por mim já passou

Os sentimentos já não têm mais sonhos
Nem o silêncio os momentos medonhos
Se por nada sobrou. Adeus! Tudo acabou!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/03/2020, 05’55” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VOZ DO SILÊNCIO (soneto)

Nessa solidão rumorosa e calada
A voz do silêncio na alma refugia
Grita, brada, em tom de zombaria
Que endoidece a doçura por nada

E quando a inquietude desvairada
Numa noite escura, na sua ousadia
Embebendo o coração de fantasia
Fazendo a madrugada embalsamada

E a voz do silêncio, insiste falando
Tal a uma ópera buffa e de agonia
Em um concerto dos vis rumores...

Canta e conta assim blasfemando
Ao juízo sereno em tons de valia
E ao repouso avivados amargores...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

POR TANTO TEMPO (soneto)

Por tanto tempo, o sonho era infinito
Vivia aflito, desvairado no sentimento
Que inda hoje, ao olhar o meu escrito
As quimeras me vêm ao pensamento

Por tanto tempo, sozinho e restrito
Meu silêncio, era áspero e violento
Mas por dentro, queria ser erudito
Mas havia tristura e voz de lamento

E hoje vejo uma certeza na direção
Dito: - “a única coisa que não muda,
é que tudo muda”. Sábia conclusão!

Pois, nesta vida de Deus nos acuda
O encenar é com agridoce emoção!
A poesia segui... e a fantasia miúda.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/03/2020, 17’29” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Amanhecer

Colado ao meu olhar, o cerrado
Agora das bandas das Gerais
Nesta desordem fico calado
E, o silêncio nada mais...
As velhas histórias, chão amado
Como se fosse nascer
Psicografado!
Acordo a luz do amanhecer...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/03/2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VIA (soneto)

Venho de andanças, em um estio
Trago lembranças tão desgastadas
Das outras tantas outras moradas
Que não sei mais se choro ou rio

E no mar do céu de matiz pueril
Outrora fui talvez, tantas estradas
Tantas lágrimas por mim deixadas
Dadas ou pegadas, de vulto vadio

Hoje sou a saudade esfarrapada
Largada, do que um dia eu senti
Eu mesmo sou a razão que perdi

E nesta via de tão dura lombada
De alma ressecada e tão cansada
Nos sonhos que devaneei, morri!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 de março de 2020 – por aí.

Inserida por LucianoSpagnol

Mulher da Vida...
(8 de março)

Mulher...
família,
poder onde quiser,
negligente, de vigília,
de vário fazer,
contida,
Ser,
destemida,
dama,
senhora,
esposa,
moça,
guardada ou envelhecida,
da cidade ou da roça,
querida,
de todas as idades,
tão linda,
contém verdades,
onde houver,
diversas habilidades,
Mulher da vida... vida de Mulher

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/03/2020 – Cerrado goiano
[...] dia da Mulher – 08 de março

Inserida por LucianoSpagnol

ALANCEADO (soneto)

Chorei, quando te perdi. Mas sentir
Saudades... foi o maior do sofrer
E do céu cinzento ali a emudecer
Você, te vi de minha alma partir!

Talvez foi o fado, no seu querer
Ou as falhas que nos fez desistir
Competir? Com o desafeto, ir
pela contramão, não sei ser...

Porém te digo: - por ti fui vigor!
E se nesta dor, se aqui eu choro
É porque um dia eu pude sonhar

Talvez sonhei demais, fui sonhador
Mas, tal qual um certeiro meteoro
Alanceou quem a você quis amar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

NUVENS (soneto)

Rasgam-se as nuvens no cerrado
Num céu de um azul tão profundo
Mergulhadas num infinito rotundo
Misturadas no silêncio seco e calado

A tarde aviva pro frescor encantado
Invade a imaginação num segundo
Com sua magia ao longe e ao fundo
Que mais parece um painel inventado

Surge estão outras, e outras tantas
Num passeio livre, assim, pelo ar
Bailam de lá para cá, e de cá pra lá

Ah! como algodão, paz, tão brancas
Torvam o céu, sem o céu incomodar
E com leveza, adorno no céu aporá

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO TEMPO

O tempo lá se vai, e vai apressado
Por um tropel das vândalas horas
E tão dispersas nas ondas sonoras
Do outrora, passando, é passado...

E o minuto pelo vento é levado
Alado, seguido... pelas auroras
Num voo certo. Duras senhoras
Da direção... as damas do fado!

Não fique espantado meu caro!
O amparo vem do seu bom viver
E do bem doado, amado, é claro!

Então, não se preocupe em correr
É aos poucos, em um querer raro
Lento, assim o tempo irá render...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

LIBERTINA (soneto)

Recordo, ao ler-te, as épocas sombrias
Ó escura poesia, de outrora, tão torta
À inspiração, lasciva, e da alegria morta
E em tuas trovas, as vis sensações frias...

Simetria e rimas, nas fantasias vadias
Enroupadas, pária de Suburra à porta
E a impudicícia em tuas linhas, absorta
Acabrunhando o decoro nas ousadias

Ó nuvioso e tristonho cântico em ruína
Na esquina pesada, tendo a fonte impura
Do lampejo, na qual se traje de Messalina

Tu, prosa descarada, sem amável ternura
Sem o amor, traindo a mão na sua rotina
Libertina, que ao poético só traz amargura

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 04’59” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

BRASIL CENTRAL (cerrado)

Ó cerrado! ó sertão místico e mestiço
Ó visão, dum pôr do sol que vermelha
- chão, que a secura está sobre a grelha
E o encanto ao dissonante é submisso

Pois o airoso, onde ao torto parelha
Abre a admiração à surpresa do viço
Da tosca vista de ambiente maciço
O gérmen vivo da variada terra velha

Sempre o constante! azul do céu anil
Sobre o planalto... flores exuberantes
De renovo e de um invariante desafio

Anda a poesia aos olhos sussurrantes
Desse seio onde nasce o feitiço luzidio
Do território central do nosso Brasil!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 10’26” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CHÃO CAIPIRA, CERRADO

Calmo, entre os arbustos, num éden
Em lufadas de silencioso espavento
O cerrado, do horizonte passa além
Cantos sussurrante, pássaros ao vento

Quimeras sobre o chão aqui tem
As flores em um divino advento
O sertão é periódico, também,
É vida em regular renascimento

Ardes, em uma secura tão bravia
E da ternura o verão é clemente
É terra de gente da roça, caipira

Mas deste povo só se tem valeria
Cantoria que já vem na semente
De muita fé, desfastio e pouca ira

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ÁGUAS DE MARÇO (soneto)

Na tarde do cerrado, tarde de chuvarada
A vida, arfa das quaresmeiras o perfume
Lilás, exalando aroma em um tal volume
Espalhando pelo chão nuance desbotada

Na tarde tropical, de quaresma, o lume
Do dia, é embaçado, e a ventania riçada
O ar, a criação, e a flora toda ela calada
A hera faz que os pingos d’água espume

O silêncio é partido pelo grito da seriema
Num guincho alto de estalo e esto triste
Melando o peito com melancolia extrema

A tarde vai, num entardecer onde insiste
A chuva, quase em pranto, sem dilema
Pois, nas águas de março, poética existe!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'15" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CREPÚSCULO

Vê-se no silêncio, e vê, pela janela
O cerrado, eclodindo pra vespertina
Melancólico, perece o sol, e mofina
Outro fim de tarde, e a noite vela...

E ai! termina mais um dia, e revela
As horas, que a viveza se amotina
De sua rapidez, pérfida e assassina
Tão sem troco... - um atributo dela!

A melancolia no horizonte, é saudade
As sobras das lembranças, é desgosto
E o que se resta agora é outra idade...

Olhos rasos d’água narram o sol posto
Lúrido, duma emoção em calamidade
- de o crepúsculo do tempo no rosto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'00" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

EMOÇÃO VAZIA (soneto)

Solitária, no silêncio do cerrado, um dia
A inspiração, acorda em um aflito apelo
Sente o falto e o logro num só pesadelo
E sua trova no nada suspirava e restrugia

Torvo o sentimento, tal qual um novelo
Sentiu, que palavras ali não mais havia
E que a sua devoção estava despida e fria
A paz e o acaso sem voz, o senso um gelo

Era o vão, a eversão do caos no ceticismo
Do amor, em um desapego tão profundo
A sensação estava largada em um abismo

E no talvez de um poetar com harmonia
Teve poema trapilho, pobre e moribundo
E o revés em maldição da emoção vazia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/03/2026, 06'56" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Orgulho de Minas Gerais

Desvenda-se as serras azuis: nas Gerais
As margens do brejo alegre, meu chão
“Arraial da ventania”, enredo e refrão
Leito do descanso eterno de meus pais

Cerrado de encanto e esplendor, razão
Do meu agrado, porto seguro, meu cais
Em um recanto de silêncio, tão iguais
Aos de outrora... as eras de predileção

O édem de paz, de doce árido sertão
Terra boa, do pôr do sol da cor rubi
Eterna poesia, musicadas em canção

Dos seus campos, flores e o buriti
Que ornam o olhar, em admiração
Orgulho de Minas Gerais, Araguari!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/03/2026, 06'56" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

decesso...

[...] pra que sofrer com despedida
se quem parte não leva nada
e quem fica... tem a medida
do tempo, na sua jornada...
todos nós temos o preço
no feito, partida e chegada!
"A vida e um ato e a morte o recomeço"
então, que tudo seja camarada!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ÚLTIMO RAIO DE SOL

Último raio do sol, rubro e belo
No escurecer do excelso planalto
Ouro nativo, horizonte vai alto
Entre o negror um aroma singelo

Amo-te assim, o árido arauto
Que tens o tom do amarelo
Matizado ao vermelho, elo
Entre o impetuoso e o cauto

Amo o teu esplendor poético
De brilho lhano e tão casto
E o teu variegado frenético

Amo-te fulgor do cerrado
Encantado, de sonho vasto
- um entardecer denodado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp